segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

HAJA FÉ!

                                              Por Carlos Eden Meira

A História nos conta que os primeiros cristãos, motivados pela força da fé, enfrentaram sem medo, toda sorte de atrocidades que lhes eram impostas pelos romanos, senhores do mundo, naquele tempo. Mesmo após a morte do seu líder maior, Jesus Cristo, os cristãos não se sentiam derrotados. Pelo contrário, animados pela ideia da  ressurreição, continuaram a pregar o Evangelho em toda parte, mesmo com o risco da própria vida, pois havia naquela pregação, uma proposta de transformação espiritual, moral e cultural que mudava os velhos conceitos do conservadorismo da época. Ao longo dos séculos, tais mudanças sofreram sérias distorções à medida que o Cristianismo passou por inúmeras divisões causadas pela interpretação das Sagradas Escrituras, distorcidas conforme os interesses dos exploradores da fé e das classes dominantes, através dos tempos.

Num mundo hostil, onde a luta pela sobrevivência mantém os mesmos padrões de violência e brutalidade dos tempos das cavernas, onde a lei do mais forte parece continuar a ser a lei maior, sobrepondo-se às convenções e às instituições ditas livres, ainda que se tenha alcançado altos níveis de conhecimento científico, torna-se cada vez mais difícil para o cidadão comum acreditar que tenha havido algum progresso no aspecto religioso ou social, desenvolvido através das lutas e revoluções ocorridas  com o passar do tempo.

Em qualquer parte do mundo, seja oriental ou ocidental, as leis permanecem sendo criadas pelos poderosos que delas se beneficiam, impondo seus conceitos de moral ou mesmo de fé religiosa, mantendo enorme parte da população "pacificada" e ignorante, obediente às leis criadas e debatidas em assembleias compostas, na sua maioria, por indivíduos inescrupulosos e pelos manipuladores da fé, em suas respectivas entidades.

Incentiva-se assim, a intolerância religiosa ou cultural, perseguindo e segregando quem não pertence aos padrões inseridos no contexto de alguns hipócritas "salvadores de almas" e dos poderosos conservadores radicais, gerando assim, mais injustiça social. É a  injustiça social que leva o indivíduo à total descrença nas leis, nas instituições e, consequentemente, à falta de confiança em seus líderes.

Não se pode, entretanto, ser derrotista e aceitar a ideia do "cada um por si", ou "quem tem a unha maior, que suba na parede" pois, aí, estaríamos nos deixando levar pelo instinto e não pela razão. As pessoas que acreditam na dignidade humana, que têm senso de justiça e respeito ao próximo, mesmo diante de derrotas ou humilhações, devem  manter-se unidas para conservar a chama da esperança e transmiti-las às futuras gerações.

A luta secular da humanidade pelo seu aperfeiçoamento deve   continuar ainda por muito tempo, enquanto houver a prepotência, a corrupção, o egoísmo e a sede de poder que transformam seres humanos em seres irracionais.

Hora da Misericórdia Itinerante reúne grande público na Praça Ruy Barbosa, em Jequié

 

O público católico de Jequié e municípios da região presenciou em grande a Hora da Misericórdia Itinerante, que integrou a programação de eventos oficiais do Natal 2025, na noite de sábado (20), na Praça Ruy Barbosa, centro de Jequié.

A Hora da Misericórdia é apresentada como um convite à reflexão, à oração e à vivência do verdadeiro sentido do Natal: o amor, a misericórdia e a esperança renovada. Em um período em que o nascimento de Jesus inspira gestos de solidariedade e paz, o encontro se apresenta como um espaço de acolhimento, onde pessoas de todas as idades poderão se reunir para agradecer, pedir bênçãos e renovar a fé.

A programação contou com a participação especial do cantor católico Flávio Vitor, na elevação do propósito da música como instrumento de evangelização num ambiente de oração e profunda conexão espiritual. Também foi incluída na celebração, o lançamento da música “Usa-me”, de autoria de Jackson Soares. (Jequié Repórter)

JEQUIÉ / CAMPANHA NATAL SEM FOME ENTREGA CESTAS BÁSICAS

A Campanha Natal Sem Fome 2025 chega ao fim em Jequié com a entrega de cestas básicas a comunidades em situação de vulnerabilidade social. Mais de cinquenta famílias de recicladores que atuam no Aterro Sanitário da cidade foram contempladas.  

O grupo de voluntários que faz essa ação desde o início deste século cumpre, mais uma vez, a missão de levar alimento a quem tanto precisa. Em junho, esses mesmos voluntários aquecem dezenas de pessoas com cobertores. A iniciativa conta com o apoio da comunidade, de entidades, empresas e órgãos públicos. Parabéns e Boas Festas aos envolvidos. (Souza Andrade)

domingo, 21 de dezembro de 2025

RADINHO DE PILHA

                                              Por Carlos Eden Meira

Ele ficava ali, sentado horas a fio em um banco tosco, talhado num pedaço de tronco, sob a sombra de uma frondosa gameleira. Barba, sobrancelhas e cabelos alvos, destacavam-se da pele escura queimada de sol e marcada por um emaranhado de rugas, assemelhando-se a uma figura esculpida em barro, com rachaduras provocadas pela constante exposição ao sol.

Suas mãos, calejadas por anos de trabalho duro moviam-se com destreza no preparo de um cigarrinho de palha ("drobó"), picando o fumo de corda, cortando e alisando a palha com uma pequena faca bem amolada, que trazia sempre numa pequena sacola de tecido grosso, pendurada no ombro direito.

Ao seu lado, o inseparável "radinho de pilha", sempre sintonizado em alguma emissora de São Paulo, cidade de onde recebeu o radinho, enviado por um de seus netos que já havia tempos, para lá viajara em busca de um sonhado emprego,   numa fábrica de biscoitos. Maravilha das maravilhas, o radinho tocava e cantava lindas músicas que falavam de saudades do sertão, que o emocionavam, e às vezes, o faziam chorar. Ah, mas também, contava "causos" engraçados e falava sobre muitas notícias interessantes! "O compadre Quincas da Lagoa Branca tem um um maior do que esse, mas, só toca música feia e só diz mentira", afirmava ele. Se alguém perguntasse quais as mentiras do rádio do compadre, ele dizia, revoltado: "Pois não é que uma vez, o danado do rádio do compadre tava dizendo que os "gringos" tinham pisado na Lua? Onde já se viu mentira mais cabeluda do que essa? A Lua é coisa de Deus e só quem pisa nela é São Jorge! E as músicas que tocava? Tinha um tal de roque, roque, roque! Parecia até rato roendo a parede! Meu radinho, não. Meu radinho é pequeno, mas só fala verdade, só conta "causos" engraçados e só toca música bonita! Eu contei isso pra Mestre Libório carpinteiro, e ele me disse que depende da marca do rádio. Rádio de marca vagabunda é muito mentiroso e só toca porcaria. O meu foi meu neto que enviou de São Paulo. É rádio dos bons"! Concluiu sorrindo.

Ao anoitecer, levantou-se do tronco que lhe servia de banco, tendo o cuidado de não esquecer do seu querido radinho, o qual guardou carinhosamente em sua sacola que levava a tiracolo, dizendo: " É hora de ir pra casa, pois, quando escurece , isso aqui fica cheio de alma penada"! Quando alguém o questionava, afirmando que era preciso temer os vivos  e não os mortos, ele rebatia: " Os vivos? Dos vivos, eu não tenho um pingo de medo! Eu tenho medo mesmo é dos mortos. Os vivos que se metem a besta comigo, eu corto no facão! Mas, quem já morreu não morre duas vezes. Deus me livre! Com alma penada eu não me meto! Boa noite e até amanhã"!

sábado, 20 de dezembro de 2025

Arte feita com pedras pelo artesão Charles Meira.

 

Comunidade e desportistas de Itajuru realizam jogo de futebol em homenagem ao “Velho Quira” neste domingo (21)

Card divulgação

 

A memória do líder comunitário e desportista Quintiliano Pinto Ferreira, o “Velho Quira”, será homenageada neste domingo (21), por familiares, pessoas comunidade e desportistas de Itajuru, neste domingo (21), a partir das 9h, em uma partida de futebol no campo do distrito, onde a sua presença foi marcante ao longo de muitos homens. “Homem simples, de coração grande, que marcou gerações com sua presença, seu respeito e seu amor pelo futebol e pela vida comunitária”, enfatiza o convite-divulgação do evento. .

“Mais do que frequentar o campo, Quira fez dele um espaço de união, amizade e ensinamento. Sua história se confunde com a história de Itajuru, onde deixou exemplos de humildade, companheirismo e sabedoria silenciosa. Que este jogo simbolize gratidão, memória e reconhecimento. O Velho Quira permanece vivo em nossas lembranças, nos causos contados, nos sorrisos à beira do campo e no espírito de comunidade que ele tanto valorizou”, acrescenta, o seu filho Enéas Ferreira.

 

 

 

No álbum de memórias, no ano de 1997, na comemoração dos 51 anos de idade do “Velho Quira”, em comemoração aos seus 51 anos,  uma equipe representando a imprensa de Jequié [foto acima] esteve na localidade, para jugar uma partida amistosa com equipe do distrito. Tendo como técnico Waldemir Vidal, estiveram presentes Joel Nunes, goleiro Orlando, Wilson Novaes, Jairo Rodrigues, o “Velho Quira”, Lauro da Cidade Sol e Ari Moura, agachados, Inaldo Sardinha, Eneas Ferreira, Tony Silva e Itajurú.

CÂMARA DE JEQUIÉ CONCEDE TÍTULO DE CIDADÃO JEQUIEENSE AO SENADOR ÂNGELO CORONEL

A Câmara Municipal de Jequié concedeu o Título de Cidadão Jequieense ao senador Ângelo Coronel, em reconhecimento à sua trajetória pública e, sobretudo, à atuação firme em defesa dos municípios brasileiros, com atenção especial às demandas de Jequié.

Durante a solenidade, realizada nesta sexta-feira (19dez25), com a presença de diversas autoridades, entre vereadores, prefeitos e deputados, o vereador Emanuel Campos Silva (Tinho), autor da homenagem, destacou que a homenagem representa um gesto institucional da Casa Legislativa a um homem público que construiu sua história com coragem, responsabilidade e capacidade de enfrentar decisões difíceis.

Ele enalteceu o trabalho do senador em defesa dos municípios baianos. “O senador compreende que o Brasil começa nos municípios, onde os problemas surgem primeiro e onde as soluções precisam chegar com mais rapidez”, frisou Tinho.

O parlamentar ressaltou que a sensibilidade de Ângelo Coronel com o interior da Bahia tem raízes em sua própria trajetória política, iniciada como prefeito de Coração de Maria.

A experiência no Executivo municipal, aliada aos seis mandatos como deputado estadual, à presidência da Assembleia Legislativa da Bahia e aos sete anos no Senado da República, moldou um perfil político atento ao cotidiano das cidades e às necessidades da população.

Jequié, conforme pontuou o vereador, sente na prática essa atuação. O município tem sido contemplado com emendas parlamentares destinadas pelo senador, viabilizando investimentos em infraestrutura urbana, com a pavimentação de dezenas de ruas em bairros como Joaquim Romão e Jequiezinho, em áreas da região da Banca, Corredor Costa Brito, Brinco de Ouro e imediações do Viaduto, contribuindo para o processo de modernização vivido pela cidade.

Além da infraestrutura, Tinho destacou os recursos direcionados à área da saúde, incluindo aportes para a futura Policlínica Municipal, considerada uma das principais iniciativas da atual gestão do prefeito Zé Cocá, com impacto direto na melhoria do atendimento à população.

Ao enfatizar a relevância da contribuição do senador, Tinho lembrou que, historicamente, poucos senadores haviam destinado emendas parlamentares para Jequié, citando Lomanto Júnior e César Borges, o que torna ainda mais significativa a atuação de Ângelo Coronel em favor do município.

Para o vereador, conceder o Título de Cidadão Jequieense ao senador é afirmar que a cidade reconhece e valoriza a política feita com responsabilidade, compromisso e resultados concretos. “Jequié não apenas respeita o senador Ângelo Coronel, mas o acolhe como um dos seus”, concluiu, destacando que quem defende, luta e acredita em Jequié passa a fazer parte da história da cidade.

Também falaram o prefeito de Jequié, Zé Cocá; o deputado federal Leur Lomanto Jr. e o deputado estadual Hassan.

PEDIDO ATENDIDO
Durante sua fala, o senador Angelo Coronel anunciou a destinação de mais R$500 mil para atender um pedido feito pelo presidente Tinho, em nome da Câmara de Vereadores para viabilizar a implantação na cidade de um Centro de Zoonoses. (Souza Andrade)

OS PICARETAS

                                               Por Carlos Eden Meira

O Presidente Lula disse, há alguns anos, quando disputava a Presidência da República que no Congresso Nacional, havia "mais de trezentos picaretas", assunto largamente comentado pela Imprensa, na época. Ora, assim sendo,parece que essa picaretagem é o principal requisito aceito por parte do eleitorado para escolher seus representantes políticos já que demonstram simpatia pelos seus apaniguados saudosistas da ditadura militar, saindo em praças públicas para defender o indefensável com cartazes e faixas pedindo anistia para Bolsonaro e seus seguidores fascistas.

É a picaretagem em marcha! E o mau exemplo se estende e se ramifica pelas redes sociais, fazendo com que pessoas desavisadas acreditem na inocência dos picaretas que pretendem retomar o poder a qualquer preço. Essa picaretagem atinge principalmente os jovens, que têm pouco, ou nenhum, conhecimento da nossa história recente.

O ambiente político parece ser o habitat natural do picareta, onde ele deita e rola. Dinâmico, conhecedor das artimanhas da politicagem mesquinha, sabe onde "dormem as cobras", sendo assim, peça fundamental para fazer tráficos de influência ou lobby entre políticos e empresários da mesma laia, agilizando negócios obscuros, nos quais, pessoas de boa fé acabam diretamente envolvidas por confiar na lábia do picareta.

Quantas vezes somos surpreendidos ao ver denúncias na Imprensa, envolvendo nomes de pessoas tidas como dignas e honestas? Podemos ter a plena certeza de que por trás disso existe o dedo sujo de um picareta. Diante disso, o cidadão que tenta batalhar dentro de valores éticos, infelizmente, tende a se sentir frustrado, marginalizado, julgando-se incapaz de vencer essa luta desigualmente competitiva, para sobreviver com um mínimo de dignidade.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Tribunal de Justiça publica edital de concurso para 305 cartórios na Bahia

 

TJBA Crédito: Reprodução

 

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) publicou o edital do concurso público de provas e títulos para outorga de delegações de cartórios de notas e de registro no estado. O certame contempla ingresso por provimento e remoção e será executado pelo Cebraspe, em conjunto com a comissão examinadora do TJBA.

O concurso será composto por cinco etapas, incluindo prova escrita e prática, comprovação de requisitos, exames psicotécnicos e análise de vida pregressa, prova oral e avaliação de títulos. Para concorrer por provimento, é exigido que o candidato seja bacharel em Direito ou comprove, no mínimo, dez anos de exercício em serviço notarial ou de registro.

As inscrições deverão ser feitas exclusivamente pela internet, no site do Cebraspe, entre 6 de março e 5 de abril de 2026. A taxa de inscrição é de R$ 400, tanto para provimento quanto para remoção, com possibilidade de isenção para candidatos que se enquadrem nos critérios legais, como inscritos no CadÚnico ou doadores de medula óssea.

Após a conclusão do concurso, os candidatos aprovados escolherão as serventias de acordo com a ordem de classificação, em audiência pública conduzida pelo Tribunal de Justiça. O edital reforça que não poderão ser incluídas novas vagas após a sua primeira publicação.

O documento completo, com o cronograma, quadro de serventias vagas e todas as regras do certame, está disponível no site do Cebraspe e no Diário da Justiça Eletrônico da Bahia. (Jequié Repórter)

O artista Florisvaldo Figueredo Fernandes (Artiludo) cumpre o combinado e visita o Espaço Cultural de Charles Meira.

Charles Meira e Florisvaldo Figueredo Fernandes (Artiludo)..

Na manhã desta quinta feira 18/12/2025, chegou à vez de Florisvaldo Figueredo Fernandes (Artiludo), primeiro parceiro musical de Charles Meira visitar o espaço do amigo artesão. Foi uma alegria tremenda a presença dele, esperada no local por vários meses. Os artistas artesãos, escritores, compositores conversaram e recordaram momentos felizes dos festivais no IERP e fora de Jequié. Charles Meira na ocasião ofertou seus livros e uma obra feita com cartão telefônico para Tila, forma carinhosa que Charles Meira chama o seu grande e querido amigo. Artiludo gostou e ficou de voltar em outra ocasião. 







terça-feira, 16 de dezembro de 2025

LÍDICE E ZÉ COCÁ DEVEM CONVERSAR SOBRE MIGRAÇÃO PARA O PSB ESTA SEMANA

 

Deputado Federal Lídice da Mata confirmou que terá reunião com o prefeito de Jequié, Zé Cocá, esta semana, para discutir possível migração do prefeito para o PSB. A informação é do MundoBA. 

Em entrevista coletiva durante evento do governo do estado no Bairro da Paz, nesta segunda-feira (15dez25), a parlamentar afirmou que o encontro só não aconteceu ainda porque as agendas de ambos estavam cheias.

“Nós iniciamos essa conversa. Tivemos desencontros porque ele viajou para fora do país. Quando estava voltando, foi o período em que eu viajei para a China”, disse Lídice.

Segundo a deputada, as articulações passam pelo deputado estadual Hassan Iossef. “É uma pessoa muito ligada a Zé Cocá. É um deputado eleito com o apoio dele”, disse.

Outro deputado estadual que participa das negociações é Niltinho. “Já voltei a falar com Niltinho, que é a pessoa que coordena um pouco esse contato com os deputados estaduais que são até hoje do PP, mas que estão vindo para o PSB”, afirmou Lídice (Souza Andrade)

O QUARTO PODER

                                              Por Carlos Eden Meira

O ano de 1957 foi para  mim, o ano em que pela primeira vez comecei a me interessar pelo jornalismo. Foi quando realizou-se em Jequié, o SEGUNDO CONGRESSO DE IMPRENSA DO INTERIOR, importante evento que movimentou o meio jornalístico local e regional. A Associação Jequiense de Imprensa funcionava numa sala da residência da família Sodré, na Avenida Rio Branco, onde é hoje o edifício Mansão Avenida. Meu pai, jornalista Henrique Meira Magalhães era um dos fundadores da entidade, diretor do jornal DEBATE  e fazia questão de me levar com ele para conhecer a sede da AJI.

Juntos, visitávamos as redações dos jornais da cidade, o que foi para mim, garoto de nove anos de idade na época, de enorme importância. Aquelas já antigas impressoras eram novidades para mim. Ali eram impressos os jornais locais que meu pai levava semanalmente, para casa. Circulavam na cidade, naquele ano, vários jornais locais, sendo mais ou menos uns quatro importantes. Não vou citar nomes para não correr o risco de esquecer alguns. Jequié sempre foi uma cidade bem servida de jornais e revistas, mesmo em épocas anteriores à qual me refiro, conforme já foram citados em artigos e livros, por nossos antigos jornalistas, escritores e historiadores.

Minha participação na Imprensa começou no início dos anos setenta, desenhando charges e escrevendo tímidos textos para jornais estudantis mimeografados, já que estávamos vivendo uma época de repressão e censura à Imprensa. Naqueles velhos tempos da máquina de datilografia, e da tipografia, publicar matérias em jornais e revistas, dependia de recursos gráficos pouco práticos, com antiquados métodos usados para a composição do texto datilografado, que era copiado pelo funcionário da gráfica através da manipulação de tipos móveis, cujas letras invertidas eram colocadas uma a uma no equipamento de impressão.

Dessa maneira, eram muito comuns os erros ortográficos ou mesmo gramaticais, e assim, o autor do artigo, muitas vezes tinha de ir à gráfica onde a matéria seria impressa, ficar de olho na "prova" do texto antes da publicação, e fazer uma revisão. Se assim não fosse, estaria perdido. Quando a redação do jornal, revista, ou qualquer outro órgão responsável pela publicação dispunha de um bom revisor, isso não era necessário. O autor podia dormir tranquilo que seu texto estava salvo.

Naquela época, se não houvesse uma boa revisão, o cidadão tentava elogiar um amigo através de um texto mas, acabava xingando. Comentava-se, por exemplo,que num texto onde o autor dizia a respeito de um amigo: - "Fulano, na sua maneira sutil de viver..."  - o jornal publicou:  "Fulano, na sua maneira fútil de viver..." Os dois quase saíram na porrada, por causa desse infeliz erro gráfico. Um velho jornalista querendo elogiar um colega de jornal, escreveu: "Fulano, naquela franqueza que lhe é peculiar..."  Foi publicado assim:  "Fulano, naquela fraqueza que lhe é peculiar"...

Não brigaram, porque sendo os dois velhos jornalistas e amigos, compreendiam tais falhas, mas, para o leitor, o erro foi de quem escreveu o texto, e pronto! Hoje, com a informática, ainda que também se cometam erros, é bem mais fácil redigir e revisar textos. Fico feliz em ter dado minha contribuição para a Imprensa, chamada de "O  Quarto poder". Muitas pessoas costumam dizer: - "Esse pessoal da Imprensa fala, fala, mas nada faz". Ora o uso do termo "Quarto Poder" se justifica. Se o Poder Legislativo cria as leis, o Poder Judiciário julga, o Executivo executa, a Imprensa denuncia os desmandos existentes no meio político, ou mesmo os crimes comuns que põem em risco, a segurança do cidadão. Fico feliz, repito, em ter dado minha parcela de contribuição à Imprensa, obviamente dentro das minhas sinceras limitações.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Gol de falta define jogo treino entre Jequié e Bahia de Feira na pré-temporada

 Gol de falta define jogo treino entre Jequié e Bahia de Feira na pré-temporada

Dando sequência ao planejamento para a temporada 2026, Jequié e Bahia de Feira se enfrentaram na tarde deste sábado (13) em um jogo treino preparatório, realizado no Centro de Treinamento Noide Cerqueira, em Feira de Santana. A partida fez parte da fase final de ajustes das duas equipes antes da estreia no Campeonato Baiano da Série A de 2026.

Dentro de campo, o confronto foi marcado por intensidade, forte disputa no meio-campo e testes táticos por parte das comissões técnicas. O Jequié mostrou maior eficiência nas finalizações e acabou vencendo pelo placar de 1 a 0. O gol da vitória foi marcado na segunda etapa pelo meio-campista Luiz Fernando, em cobrança de falta bem executada, que não deu chances ao goleiro do Tremendão.

Além do resultado, o treino teve grande importância no processo de avaliação dos elencos. Os treinadores aproveitaram a oportunidade para observar o comportamento dos atletas em situação real de jogo, promover mudanças ao longo da partida, testar variações táticas e analisar o nível de entrosamento entre os setores. Substituições foram feitas ao longo do confronto, permitindo que diferentes jogadores ganhassem minutos em campo.

O Bahia de Feira segue apostando na mescla entre atletas experientes e jovens formados nas divisões de base, buscando dar identidade ao time e ganhar ritmo de competição. Já o Jequié demonstra evolução física e tática, reforçando a preparação com foco em um início consistente no Estadual.

Com a pré-temporada em fase decisiva, as duas equipes intensificam os treinamentos nos próximos dias, com trabalhos físicos, técnicos e táticos, além de ajustes finais antes da estreia no Baianão 2026. A expectativa é de um campeonato equilibrado, com Jequié e Bahia de Feira buscando protagonismo desde as primeiras rodadas. Foto: Reprodução/Instagram/Flu de Feira. (Marcos Cangussu)

domingo, 14 de dezembro de 2025

O CORPORATIVISMO

                                               Por Carlos Eden Meira



Toda sociedade bem organizada tende a criar instituições chamadas entidades de classe, onde seus membros trabalham pelo fortalecimento das diversas classes sociais que as compõem. Em princípio, tais entidades bem intencionadas, garantem a segurança institucional dos valores democráticos, éticos e morais da sociedade. Seja um clube, um partido político, uma entidade filantrópica ou religiosa, todos têm o objetivo comum de preservar os princípios básicos de uma saudável sociedade, democraticamente organizada.

Ocorre, entretanto, que interesses individuais dos representantes de cada classe, geram disputas entre os diversos grupos, muitas vezes movidos por influências políticas, levando seus afiliados a se protegerem mutuamente, o que acaba se transformando numa prática na qual os membros de cada entidade, quando têm oportunidade de ocupar um cargo público ou mesmo privado, procuram de alguma maneira, privilegiar seus companheiros.

Inclusive, dependendo do poder e da influência da  entidade em questão, (agremiação política,  por exemplo), consegue-se até manter a salvo de punição, um membro que está sendo acusado de alguma irregularidade ou crime, ainda que o mesmo, às vezes, seja culpado das acusações. Surge assim, o corporativismo, um mal social que há séculos vem deteriorando os organismos das instituições, e que no Brasil chegou às raias do absurdo, no Congresso Nacional.

Ali, o corporativismo vem entravando quaisquer tentativas  de se fazer reformas que mudem a estrutura viciada dos poderes onde a corrupção tem sido constante, ao longo dos anos. Grande parte de seus membros cuida de defender entre si, seus interesses pessoais. Através da História, as grandes revoluções modificaram, em parte, a estrutura social dos países onde elas ocorreram, entretanto, o corporativismo surgiu entre os membros dos partidos e comitês revolucionários, usando da mesma prática de proteger e priorizar interesses com justificativas tornadas incontestáveis, em nome dos ideais da revolução.

Durante a Revolução Francesa, muita gente foi guilhotinada, por não concordar com algumas atitudes abusivas, praticadas pelos comitês revolucionários. Os idealistas que acreditaram em revoluções utópicas, quando deveriam prevalecer a liberdade, a igualdade e a fraternidade, ao perceberem o corporativismo que acaba existindo entre os grupos que integram as lideranças revolucionárias, tornam-se os principais críticos da revolução que ajudaram a fazer. Ao criticar, passam a ser considerados dissidentes do novo regime, sendo presos, exilados, ou mesmo eliminados.

O corporativismo é prejudicial à evolução de qualquer sistema, pois, coloca em dúvida os princípios democráticos, e só faz aumentar a distância entre as classes sociais, fazendo crescer o número de excluídos gerando revolta, e, consequentemente, a violência.