domingo, 18 de fevereiro de 2024

FERAS DA COLINA - Teotôno Pereira da Silva.

CAMPEÕES DE 1957
De pé: Albertino, Eloy, Zeca, Pinguela, Nelinho e Boquinha.
Agachados: Enaldo, Teotônio, Mattos, Lia e Salvador.

Para muitos torcedores antigos uma das maiores equipes do EC Vitória de todos os tempos. Albertino no gol pegava até pensamentos. Nelinho, Boquinha e Pinguela era a linha média, sendo Boquinha o símbolo da raça. No ataque a categoria de Enaldo e Teotônio, o furor e impetuosidade de Mattos, e o chute potente e fôlego de fundista de Salvador que veio do futebol cearense.
Ele nasceu em 2 de fevereiro (de 1935, em Salvador),  no ‘Dia de Iemenjá”, a rainha domar, muito celebrada pelos baianos. Aos 11 anos de idade, era o meia direita titular de um time de garotos de  um bairro em frente ao mar, no bairro do Rio Vermelho, onde morou Jorge Amado. 

Com certeza, Teotôno Pereira da Silva era “peixe da mãe  “Yéyé omo ejá”, a orixá africana princesa do Aioká. Se ela ajudou, ele não perguntou. Só sabe que times amadores de duas cidades do interior baiano, Valença e Jequié foram buscá-lo, para a sua primeira aventura boleira, da qual só ganhara moradia, alimentação e uma graninha para ir ao cinema.
Mas Yemanjá queria Teotônio perto dela, domar da Bahia. Em 1956, os seus ventos assopraram nos ouvidos dos dirigentes do Galícia, que foram buscar o garoto para o seu time. O profissionalizaram, pagando-lhe Cr$ 4 mi cruzeiros mensais. Uma ajudaça da divindade!  Ele do titular durante todo o campeonato estadual da temporada, convocado para a equipe baiano que  disputou o Campeonato Brasileiro de Seleções, e até marcou um gol diante do Espírito Santo. Todos os santos o ajudavam! Tanto que o Palmeiras tentou levá-lo para o futebol paulistas, e o teve por 12 dias, treinando. Só não ficou com ele por conta de uma diferença, de Cr$ 200 mil cruzeiros, dos quais o Galícia não abria mão. Então, Yemanjá mandou-lhe voltar a ver o mar da Bahia. E o Vitória o contratou, após um ano de sucesso no clube fundado pela colônia espanhola de Salvador. Pelo “Leão da Barra”, jogou por mais um ano. E, já que estava comendo a bola, o Vasco o contatou, em 9 de outubro de 1958. Fora para a Colina, com as graças de Yemanjá, com passe estipulado em Cr$ 1 milhão de cruzeiros, luvas de Cr$ 240 ml e salário de Cr$ 15 mil cruzeiros.
Supersticioso, como todo baiano que se preze, Teotônio queria fazer sucesso no time do Vasco, jogando pela meia-direita, de onde dizia ter melhor visão do gol e sentir-se mais à vontade. Se vinha dando certo na Bahia, teria que continuar assim, no Rio de Janeiro. Só que o treinador Francisco de Souza Ferreira, o Gradim, achava que ele atuava, mikl vezes melhor, pela ponta-direita. Devoto de São Lázaro, o que não o impedia de visitar a igreja de Nosso Senhor do Bom Fim, o protetor da Bahia, ele não discutiu. Envergou a camisa 7 e mandou ver.     
EM OF - Teotônio estreou em jogos oficiais durante uma escorregada do Vasco: 1 x 2 Portuguesa-RJ, pelo segundo turno do Campeonato Carioca de 1958. Naquele dia, o time foi: Miguel, Dario, Bellini e Coronel; Écio e Orlando; Ramos, Teotônio, Delém, Rubens e Pinga., que marcou o gol de honra da rapazida, dirigida pelo técnico Gradim, que o deslocou para a ponta-direita, já que o seu rendimento pelo meio não vinha sendo o mesmo da Bahia.
Depois daqaueles jogos, Gradim só o escalou, em compromissos oficiais: em 12 julho, na abertura do Campeonato Carioca de 1959 – empate, por 2 x 2 , com o Flamengo –, por esta: José, Paulinho, Bellini e Coronel; Écio e Russo; Teotônio, Pacoti, Roberto Pinto, Rubens e Pinga.
Na rodada de 25 de julho, Teotônio marcou o seu primeiro gol oficial, nos 6 x 0 sobre o São Cristóvão, no Maracanã – Almir (3), Rubens e Roberto Pinto fizeram os outros e o time teve: Barbosa, Paulinho de Almeida, Viana e Russo; Écio e Orlando; Teotônio, Almir, Roberto Pinto, Rubens e Pinga. Em 2 de agosto, Teotônio seguiu titular, nos 2 x 0 Olaria. Na rodada do dia 16, atuou como ponta-esquerda nos 6 x 1 Bonsucesso. Uma semana depois, voltou à ponta-direita, nos 4 x 2 Madureira. No dia 29, disputou o seu segundo clássico, perdendo para o Botafogo por 0 x 1. Em 6 de setembro, tornou a ser ponta-esquerda, nos 4 x 1 Bangu. Em 12 de setembro, seguiu na ponta canhota e marcou o seu segundo gol, nos 4 x 0 Portuguesa, em São Januário
Teotônio seguiu na ponta-esquerda, em 27 de setembro, no 1 x 2 Canto do Rio, no Caio Martins, e em 11 de outubro, no 1 x 3 Fluminense. No dia 18, voltou à direita e fez gol nos 3 x 2 Bonsucesso, em São Januário. No dia 24, novamente, pela direita, em 1 x 1 Bangu
Em 19 de fevereiro de 959, como vascaíno, Teotônio voltou à Bahia, e marcou um gol no amistoso Vasco 6x1 Ypiranga. - Sabará (2), Pinga (2) e Delém completaram a conta.
Durante amistosos de 1959, Teotônio compareceu, também, às redes. Por exemplo, em 15 de março, em Vasco 6 x 2 Marítimos-MS. Depois, em 15 de maio, em Vasco 5 x 1 Oddevold-SUE, e  em 19 de julho, no amistoso Vasco 5 x 1 Coritiba, quando o time teve: Barbosa, Paulinho de Almeida, Viana, Orlando e Écio; Russo e Roberto Pinto; Teotônio, Rubens, Almir e Pinga. (fotos reproduzidas da "Revista do Esporte").
                       

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