Moga Neto
Hoje deixei Jequié, movido pela vida que nos
leva onde somos mais necessitados. Com certeza absoluta, afirmo serem os dias
vividos naquela cidade os mais marcantes e saudosos da minha vida. Acostumei-me
aos seus dias quentes de verão e ao frio intenso do mês de julho. As névoas
esbranquiçando suas noites e madrugadas parecem um véu de noiva num eterno
casamento.
A sensação de comunhão entre cidade e
campo, pelas montanhas que a cercam é admirável.
Seu povo amigo, suas ruas movimentadas,
o burburinho das
tardes, o jardim aos domingos, seus memoráveis cotoxós, um hino de
confraternização da família Jequieense.
Como não lembrar a figura típica regionalista,
dos fazendeiros com seus chapéus brancos, os cambistas no jardim. A Avenida Rio
Branco na sua imponência longa, pontilhada por belas residências... A provisão,
um recanto hospitaleiro, uma fuga do homem... As festas do Tênis Clube, os
festejos de Santo Antônio, com suas barraquinhas, parques de diversão,
alto-falantes ruidosos, confraternização da massa, os gritos da petizada...
O perfume do campo
invadindo as ruas, misturando as belezas da sua juventude, que nas suas vestes
domingueiras apresentam uma imagem policrônica de eterna primavera.
O berimbau, ponto de encontro obrigatório da moçada que movimenta
às noites.
Boite Jequitibá, que em época das exposições
Pecuárias, aumenta sua frequência, mais em qualquer dia vale a pena uma noite.
Tudo isso e muito mais é a bela Jequié,
cidade sol, engastada entre montanhas do Sudoeste Baiano.
Senti deixá-la, lá sempre volto, dela
não me esqueço.
*Texto publicado no Jornal de Utilidades – A
TARDE – Sábado, 10 de abril de 1976.
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