sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Jequié, Cidade Sol.



                                                                       Moga Neto

    Hoje deixei Jequié, movido pela vida que nos leva onde somos mais necessitados. Com certeza absoluta, afirmo serem os dias vividos naquela cidade os mais marcantes e saudosos da minha vida. Acostumei-me aos seus dias quentes de verão e ao frio intenso do mês de julho. As névoas esbranquiçando suas noites e madrugadas parecem um véu de noiva num eterno casamento.
       A sensação de comunhão entre cidade e campo, pelas montanhas que a cercam é admirável.
       Seu povo amigo, suas ruas movimentadas, o burburinho das tardes, o jardim aos domingos, seus memoráveis cotoxós, um hino de confraternização da família Jequieense.
      Como não lembrar a figura típica regionalista, dos fazendeiros com seus chapéus brancos, os cambistas no jardim. A Avenida Rio Branco na sua imponência longa, pontilhada por belas residências... A provisão, um recanto hospitaleiro, uma fuga do homem... As festas do Tênis Clube, os festejos de Santo Antônio, com suas barraquinhas, parques de diversão, alto-falantes ruidosos, confraternização da massa, os gritos da petizada...
      O perfume do campo invadindo as ruas, misturando as belezas da sua juventude, que nas suas vestes domingueiras apresentam uma imagem policrônica de eterna primavera.
       O  berimbau, ponto de encontro obrigatório da moçada que movimenta às noites.
      Boite Jequitibá, que em época das exposições Pecuárias, aumenta sua frequência, mais em qualquer dia vale a pena uma noite.
       Tudo isso e muito mais é a bela Jequié, cidade sol, engastada entre montanhas do Sudoeste Baiano.
        Senti deixá-la, lá sempre volto, dela não me esqueço.
           
        *Texto publicado no Jornal de Utilidades – A TARDE – Sábado, 10 de abril de 1976.

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