Mais uma pessoa da família foi muito importante para Charles Meira para seguir no mundo das artes. Almerindo José da Silva, filho de Noberto Silva e Celsina Vieira Silva, que nasceu na cidade de Itagi – BA em 10/04/1914, casado com Laura Angélica da Silva, filha de Randulfo Marques da Silva e Florinda Meira e Silva, que nasceu no município de Maracás – BA em 28/ 02/1919, quando Charles tinha de 8 a 12 anos de vida aprendendo a tocar violão, desenhando, pintando e já cantando no programa “Festival dos Brotos”, apresentado pelo radialista Geraldo Teixeira nas manhãs dos domingos no Cine Jequié e diversos outros lugares,
Almerindo vendo que Charles possuía estes dons artísticos incentivou a criança fazer um curso a distância de desenho Artístico Publicitário no Instituto Universal Brasileiro. Charles aceitou, pois tudo relacionado a arte ele gostava e logo iniciou o curso que era pago por Almerindo. Com muita dedicação a criança fazia os exercícios que chegavam pelos Correios e depois de alguns meses de estudo já estava conseguindo desenhar corretamente os deveres encaminhados pelo instituto, deixando Almerindo muito contente e alegre. Mesmo fazendo o curso, Charles continuava também cantando bastante, o que contribuiu para a criança aos poucos negligenciar os exercícios e em seguida desistir de aprender a desenhar e optar pela arte musical de cantar. De um lado Almerindo, o financiador do curso ficou triste, mas continuou incentivando Charles na escolha que fez, pois também quando jovem gostava de também a música, chegando a tocar na Filarmônica Amantes da Lira em Jequié – BA e continuava ainda tocando em casa algumas canções no seu violão.
Sempre interessado na história dos seus familiares, Charles Meira resolveu continuar contando um pouco mais da vida de Almerindo.
Com ajuda de
familiares ficou sabendo também que Almerindo quando adulto exerceu a profissão
de Mascate em Itagi – BA e região. Nesta ocupação, ele esteve no povoado de
Porto Alegre que pertence ao município de Maracás – BA. A venda do Sr. Duca, um
pequeno comércio varejista existente no local foi um dos visitados por
Almerindo para vender as mercadorias que eram transportadas na época por
animais. Após Almerindo apresentar os produtos que levava, e concluir a venda das
coisas escolhidas pelo comerciante, o Mascate conheceu também sua filha Laura,
que no momento tinha levado uma merenda para o seu pai. Aquela jovem chamou a
atenção dele que ficou encantado com a sua beleza. Em seguida, Almerindo foi
almoçar, descansar com os ajudantes e soltar os animais na manga do comerciante
para descansarem.
Depois do descanso
merecido, o Mascate retornou ao comércio e conversou separadamente com o Sr.
Duca e falou do seu encanto e desejo de casar com sua filha Laura. Inicialmente
o dono da venda não concordou com a ideia, pois sua filha era muito jovem,
opinião também dela, após conversa que teve com o pai sobre o assunto. Devido a
insistência de Almerindo em casar com Laura e de Duca reconhecer que ele era realmente
um jovem trabalhador, muito correto e sem nada que desabonasse sua conduta de vida,
resolveu aceitar o casamento.
Almerindo e Laura,
Almerindo e
Laura logo casaram e tiveram uma filha que morreu antes de completar 1 ano de
vida, devido uma virose. Depois o casal foi morar em Itagi – BA e Laura
engravidou novamente e em 07/09/1951, nasceu Regina Maria da Silva de parto
normal, já morando no povoado que pertencia a Boa Nova – BA e era separado do
povoado de Porto Alegre – Maracás - BA pelo Rio de Contas.
A morada seguinte
de Almerindo, Laura e Regina foi no povoado Porto Alegre – Maracás – BA, ao
lado da venda que pertencia a Duca pai de Laura.
Em 1957, foi necessário Almerindo e família deslocarem para Jequié para ajudar sua cunhada Maria Leticia, devido a morte do seu esposo José Barros Meira. A família ficou hospeda na casa dela e somente retornou para o povoado de Porto Alegre quando tudo ficou resolvido.
No arraial
de Porto Alegre, Almerindo exerceu a profissão de pedreiro e depois de 12 anos
consegui construir a sua casa própria perto da antiga morada.
O povoado era bastante movimentado aos domingos devido a prática do futebol de campo. Existia no local dois times: Palmeiras e Ipiranga, e Almerindo sempre era convidado para apitar o confronto, pois ele era um amante do futebol e gostava de ouvia no seu radinho de pilha os jogos do Flamengo, seu time do coração.
Almerindo
também trabalhou na Fazenda Santana, hoje RIOCON – FAZENDAS REUNIDAS RIO DE CONTAS LTDA,
localizada no Município de Manoel Vitorino-BA.
Antes da inundação
do povoado pelas águas do Rio de Cantas, represadas devido a construção da
Barragem de Pedras, que aconteceu em 1969, o senhor Duca com a família vieram
morar em Jequié na Av. Santa Luzia no bairro do Joaquim Romão. Em seguida,
Almerindo e família também vieram morar com eles em Jequié, entretanto foram
agora residir em outra casa localizada na Av. Rio Branco no centro da cidade,
Almerindo era uma pessoa muito tranquila, calma, caseira, gostava de fumar
e assistir na televisão filmes de Tom e Jerry e no final da tarde adorava falar
de futebol no Bar Vermelho na avenida Rio Branco com o amigo Antônio Lobo, dono
do estabelecimento.
Almerindo continuou no mesmo emprego, mesmo morando em Jequié, até quando faleceu em 1967, devido um infarto fulminante.
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