segunda-feira, 29 de setembro de 2025

DELEGAÇÃO DE JEQUIÉ CUMPRE AGENDA OFICIAL EM TRECCHINA, ITÁLIA.

A Atendendo a um convite oficial da Comunidade de Trecchina, na Província de Potenza, Itália, uma comitiva de Jequié cumpre agenda institucional no país europeu nesta segunda-feira (29set25). A delegação, liderada pelo prefeito Zé Cocá, conta com a presença do vice-prefeito Flávio Santana; do secretário municipal de Cultura e Turismo, Domingos Ailton; do deputado federal Leur Lomanto Júnior, descendente de italianos; do deputado estadual Hassan e alguns familiares dos convidados.

Esta é a segunda visita oficial de Jequié à localidade em um mês, conforme apurou o Blog jequieeregiao.com.br Em setembro, o secretário Domingos Ailton foi convidado para proferir uma palestra para destacar a importância da interação histórica entre o Brasil e a Itália, em especial entre Jequié e Trecchina.

A visita do prefeito e comitiva reforça a relação centenária de amizade entre Jequié e Trecchina, construída desde a chegada dos primeiros imigrantes italianos a este município, tendo dado grandes contribuições para a organização da cidade e posterior emancipação política. Esses laços históricos se traduziram em significativas contribuições para o crescimento e desenvolvimento da Cidade Sol até os dias atuais.

Estar em Trecchina, terra de origem de famílias italianas que tiveram papel fundamental na formação de Jequié, como Vicente Grillo, Carmine Marotta, José Rotondano e Antônio “Tote” Lomanto, é também um reencontro com as raízes.

Para os integrantes da comitiva, a agenda vai além do aspecto institucional, sendo uma oportunidade de reviver a história, valorizar a herança cultural e estreitar ainda mais os vínculos entre os dois povos.

Com o tema: “As relações culturais entre italianos e baianos”, a IX Edição da Festa Literária Internacional do Sertão de Jequié – Felisquié, que será realizada no período de 21 a 23 de outubro, vai homenagear a memória de artistas, promotores culturais italianos e seus descendentes.

O desfile cultural que comemorará os 128 anos de Emancipação Política de Jequié, que ocorrerá dia 25 de outubro, também homenageará as marcas históricas italianas no município, com o tema: “A contribuição dos italianos na formação de Jequié”.

Um pedaço da Itália em Jequié
No século XIX quando Jequié ainda era uma pequena povoação, o italiano José Rotondano esteve em terras jequieenses. “Por volta de 1878, visitou Jequié, um arraial em formação, com cinco ou seis casas cobertas de telhas, as demais com cobertura de palhas”, conforme escreveu o historiador Emerson Pinto de Araújo em um dos seus Livros.

Quando Jequié foi elevada à categoria de distrito de Maracás, em 1882, José Rotondano, associado ao seu conterrâneo José Niella criaram a primeira firma comercial de Jequié: Rotondano & Niella. A firma comercial pioneira foi instalada na Praça da Povoação ou Praça do Comércio, hoje Praça Luiz Viana.

Carlos Marotta, um adolescente muito inteligente e dinâmico, em 1889, tornou-se sócio da empresa Rotondano & Niella, juntamente com o jovem italiano Ângelo Grisi. Foi também no ano de 1989 que Antonio Lomanto (Tote Lomanto), pai de Antonio Lomanto Junior, chegou a Jequié.

Em janeiro de 1914 ocorreu uma grande enchente do Rio das Contas, deixando em ruinas a igreja de Santo Antônio, casas comerciais e residências da área central da cidade. Brasileiros que nasceram ou vieram morar em Jequié, a exemplo de Artur Pereira, Antero Cícero dos Santos e Antônio Amaral, propuseram que o centro da cidade fosse transferido para onde está hoje localizado o bairro Jequiezinho, mas prevaleceu a opinião da colônia italiana, que era ainda mais numerosa naquele ano e dominava o comércio local, para que permanecesse onde já estava localizado o centro.

Os italianos contrataram o engenheiro Alberto Leal, que elaborou um novo traçado urbano. Jequié ganhou ruas largas, a exemplo da Avenida Rio Branco, Rua 2 de Julho, Rua da Itália e Rua Felix Gaspar. De uma cidade linear, transformou-se numa urbis radial.

Os irmãos italianos Andréa (aportuguesado para André), João, José e Ângelo Leto, inauguraram em 1917 o primeiro cinema de Jequié, que funcionava na atual Rua Trecchina onde hoje existe uma academia de ginástica.

Os italianos deixaram marcas históricas na cidade. O relógio e o sino da Matriz de Santo Antônio de Pádua foram doados por eles e trazidos da Itália. Vicente Grillo, que chegou em Jequié em 1904, aos 15 anos de idade, ao longo da primeira metade do Século XX, teve uma projeção nacional.

O deputado federal Haroldo Lima, em discurso na cidade de Jequié, afirmou que o presidente Getúlio Vargas considerava Vicente Grillo um dos maiores empreendedores do Brasil. Vicente Grillo doou terras para construção de várias instituições e repartições públicas em Jequié.(Souza Andrade)

Nenhum comentário:

Postar um comentário