Pelé, Deus lhe deu um dom muito
especial: o de praticar o futebol como arte. É como se fosse um Picasso
pintando com a bola, e não com o pincel, num completo relacionamento
simbiótico. Você encantou a todos nós e o mundo inteiro, quer estivesse com a
bola nos pés ou na cabeça. Você tinha um carinho especial com a bola; vocês
conversavam durante o jogo; você a tratava, como se fosse uma flor ou como se
fosse uma criança recebendo o carinho do pai.
Com a bola, Pelé, você ultrapassou
fronteiras; com a sua magia, você despertou o mundo para o futebol; você fez a
alegria das crianças, você conheceu e foi reconhecido por autoridades de vários
países, em razão da sua importância para a humanidade, incluindo o Santo Padre,
o Papa.
Graças a você, Pelé, o Brasil tornou-se
muitas vezes, reconhecido no mundo lá fora. Com a sua arte futebolística, você
levou para o mundo a sua “fina estampa” negra, representando a sua raça, mas
que, mesmo sendo preterida, era acolhida em razão da sua personalidade,
elegância e simplicidade, fazendo-se respeitar e ser idolatrado em todos os
continentes aonde chegou com a bola nos pés.
Pelé, sem sombra de dúvidas, você foi
um marco na história do Brasil. Tudo isso, mediante o seu carinho e amor pela
bola desde a sua tenra idade. Aliás, era notória uma reciprocidade no
relacionamento entre você e a bola; vocês dialogavam durante as partidas; vocês
se entendiam; vocês se admiravam mutuamente e por isso eram invencíveis. Havia
uma magia que encantava e contagiava a todos nós.
No entanto, Pelé, não poderia deixar de
falar sobre o seu time de coração: o “SANTOS”, o “SANTOS de PELÉ”, o “PEIXE DA
VILA”, carinhosamente assim chamado. O Santos era comparado a uma orquestra
sinfônica, que encantou o mundo por muitos anos. Dentre as estrelas desse time,
você era a mais reluzente, a que esparzia luz brilhante por todo o campo,
iluminando a bandeira do Santos, e os corações dos santistas. Era uma paixão
incontida ouvir pelo rádio o SANTOS jogar, e ouvir os gritos da torcida: gol de
Pelé... é gol de Pelé... E assim foi a sua trajetória pelo mundo da bola. A
MARAVILHA NEGRA!
Pelé, faço uma pausa para homenagear
alguns dos seus companheiros, citando-os com a formação que proporcionou tanta
alegria a todos nós brasileiros: Gilmar, Lima (Carlos Alberto Torres), Mauro,
Calvet e Dalmo > Zito e Mengálvio > Dorval, Coutinho (Toninho Guerreiro),
Pelé e Pepe. Esse era o esquadrão da VILA BELMITO da época de ouro do futebol.
Muitas alegrias!
É certo que você, em algum momento de
sua vida, possivelmente tenha sofrido determinado tipo de preconceito.
Entretanto, por seu brio e sua garra, você soube controlá-lo, e respondê-lo
dentro de campo, com a bola nos pés, fazendo-se valer a sua majestosa
habilidade com o futebol, tornando-se o maior dentre tantos.
Não tive a oportunidade nem o
privilégio de vê-lo jogar; mas através das emissoras de rádio à época: Tupi,
Globo, Bandeirantes, Nacional, eu acompanhava as partidas do Santos, e era como
se eu estivesse lá no campo, vendo você realizar aquelas belas jogadas,
desenhadas com arte, a cada segundo. Dribles desconcertantes aconteciam num
metro quadrado; os seus dribles com a bola, ultrapassando um, dois, três,
quatro adversários, sem perder o contato com a sua “grande” parceira; os seus
impulsos para cabecear a bola, os seus gols maravilhosos; até quando você atuou
como goleiro, em algumas oportunidades, você abraçava a bola, num gesto de
carinho, de amor, como se estivesse cuidando de uma pessoa muito amada.
Pelé, por tudo que você representou
para o Brasil, a sua “coroa de Rei” nunca seria de bronze ou prata, será sim de
ouro....... do ouro reluzente do reconhecimento e da gratidão dos seus nobres
conterrâneos.
SALVE O REI DO FUTEBOL! DESCANSE EM
PAZ!
Oscar Vitorino Moreira Mendes E-mail:
oscarvitorino@yahoo.com.br
TEl. (73) 98803-5153
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