quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Aos poucos, Ipiaú tenta voltar a normalidade após o caos provocado pela enchente

Limpeza na Praça Salvador da Matta

Sinais de bom tempo chegando. O Rio das Contas voltando, aos poucos, ao seu leito natural, desocupando áreas alagadas, possibilitando que a cidade retome a sua rotina normal. No rastro da enchente muita lama, mau cheiro, destruição de patrimônios, economias que foram por água abaixo, lamentos e riscos de doenças.

Muita lama nesta terça na Praça Salvador da Matta

Os mais atingidos foram os de pouco, ou quase nenhum, poder aquisitivo. Muito trabalho a ser feito, principalmente por parte da Prefeitura Municipal, através da Defesa Civil e secretarias competentes que se mostraram incansável no atendimento à população durante o período mais agudo da cheia.

Praça Salvador da Matta após o alagamento

Dados da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, contabilizam 230 famílias desabrigadas totalizando 485 pessoas. Somando-se com as vítimas do temporal verificado nos primeiros dias deste mês já são 1.123 indivíduos atingidos diretamente.

Foto: Redes Sociais

Os desabrigados foram alojados pela Prefeitura em prédios públicos, casas de apoio e aluguel social. Para acomodar as vítimas da enchente, a Prefeitura disponibilizou os prédios das escolas Edvard Oliveira, Celestina Bittencourt e Maria José Lessa, além de dependências do antigo Colégio Academus.

Equipes da Defesa Civil e Bombeiros

Havendo necessidade alguns prédios da rede estadual também serão utilizados. A autorização foi dada pelo governador eleito, Jeronimo Rodrigues, durante a rápida visita que fez na tarde de segunda-feira (26) a Ipiaú. A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social tem providenciado três refeições diárias para cada uma das vítimas da enchente.

Diversos pontos da cidade estiveram praticamente ilhados durante a cheia. Nesse período o acesso aos bairros Antônio Lourenço, Aparecida, Aloísio Conrado, Irmã Dulce e César Borges, foi interrompido devido os alagamentos.

O município, através da Defesa Civil, já estava em “estado de alerta” desde o primeiro dia deste mês. Adotou uma série de medidas preventivas, mas parece que a Chesf não teve o mesmo procedimento. Poderia programar vazão gradual, com antecedência, no volume do reservatório da Barragem da Pedra, ao invés de adotar medidas súbitas como ocorreu.

Foto: Giro Ipiaú

Após uma reunião com o governador eleito e o governador em exercício, Adolfo Menezes, dentre outros membros da equipe governamental, a Chesf parece ter mudado de tática. Em boletim divulgado na manhã desta terça-feira, 27, a companhia informou que em virtude do arrefecimento das chuvas e das vazões afluentes ao reservatório, e ainda de a previsão meteorológica não indicar a ocorrência de chuvas de porte na bacia do Rio das Contas para os próximos dias, a defluência será reduzida gradativamente do patamar de 1.600 m3/s para 1.000 m³/s, até nova reavaliação.

Em sua coluna no jornal A Tarde o jornalista Levi Vasconcelos divulgou a situação de emergência em Ipiaú e acrescentou: “Ainda não há uma cultura para encarar tais situações, mas é bom ir treinando. Afinal, ano passado as enchentes atingiram mais de 90 municípios e este ano também, com o detalhe: de cabo a rabo as águas chegaram antes dos períodos tradicionais.

A desregularem climática ocorre em todo o planeta. Temperatura de 49 graus no Canadá, um país frio, tempestade de neve no Natal em Nova Iorque, inundações na Europa. A natureza cobra o desrespeito com ela. (José Américo Castro).

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