quinta-feira, 12 de maio de 2022

Algumas pessoas e educadores jequieense que contribuíram na formação do menor e adolescente em Jequié.

                                                                    J. B. Pessoa

Este trabalho é baseado em: a Nova História de Jequié, de autoria do Prof. Emerson Pinto de Araújo; Fatos Pitorescos da Cidade Sol, do jornalista Raymundo Meira Magalhães; da revista, Jequié, Síntese Histórica e Informativa, editada pela Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Esporte, sob a coordenação do secretário Dernival rios e depoimentos de diversos cidadãos jequiéense.

Os primeiros estabelecimentos escolares que apareceram em Jequié foram frutos da iniciativa privada. As escolas eram primarias, sendo algumas delas subvencionadas pela prefeitura, que funcionavam na sede do município e em alguns povoados. O ensino era considerado de ótima qualidade. A escola mais importante, sem a menor dúvida, foi dirigida pelo seu proprietário e primeiro professor de destaque da região, Damião Vieira, que já vinha atuando como educador primário, antes da emancipação da cidade.

Na escola do professor Damião era também ministrado aulas de música. Sendo ele um excelente músico, foi responsável pela criação da banda filarmônica “União Recreativa”, fundada em 1905.

Damião Vieira era um professor leigo, mas com profundo conhecimento em humanidades. Um dos seus alunos, o filólogo José de Sá Nunes, autor do “Dicionário Ortográfico” encomendado pela Academia Brasileira de Letras e revisor da Constituição Federal de 1946, teceu os melhores elogios a Damião Vieira, seu antigo instrutor primário.

Como secretário do intendente José Alves Pereira, o professor Damião colaborou nas áreas da educação e cultura do município, com a criação de instituições como a “Sociedade Literária” e o “Clube Dramático”, responsáveis pelas representações de peças teatrais. Nessa época foram também criados a Biblioteca e o Arquivo Público.

Uma das figuras mais importantes no alvorecer da escolaridade municipal foi a grande educadora Eulina Alves de Queiroz, irmã do médico e político Dr. José Alves Pereira. Ela foi a primeira professora formada a exercer o magistério em Jequié. Fundou no início do século, uma escola particular feminina, tornando-se uma mestra querida, que muito contribuiu na formação de diversas cidadãs jequieenses. Alguns delas, hoje, octogenárias, relembram da sua magnanimidade com muita saudade. Nessa mesma época, surgiu, também, outro estabelecimento de ensino, dirigido pelo grande educador, professor Antonio Tobias Lopes Ribeiro, que fundou uma escola particular primária para o sexo masculino, contribuindo, também, na formação escolar de muitos dos seus concidadãos.

Em 19 de agosto de 1934, é inaugurado em Jequié, o primeiro prédio público edificado com o objetivo de ser um estabelecimento escolar. Trata-se do Grupo Escolar Castro Alves, que foi construído pelo governador Juracy Magalhães, na gestão do prefeito João Carlos Borges, tornando-se o principal estabelecimento escolar primário da cidade, em todos os tempos. Em suas salas, esse glorioso prédio recebeu inúmeros alunos, de todas as camadas sociais e contribuiu, sobremaneira, na formação primaria dos principais cidadãos ilustres de Jequié. Durante mais de meio século em atividade, lecionaram em suas salas, brilhantes professoras, como: Alíria Argolo, Florípedes Sodré (professora Sinhá), Glória Fraga, Georgina Pereira, Anita Rabelo, Dalva Pinto, Altamira Marioti, Natividade Pereira, Adalgisa, Laura Scaldaferri, Helenita Costa Brito, Raimunda Gouveia, Mimi Eloy, Lígia Munhoz, Emilia Ferreira, Maria Ferreira de Souza (professora Ferreirinha), Tânia Rabelo, Maria Adélia Aguiar Ribeiro, Noélia Pessoa, Mary Rabelo, entre outras.

Em 1935 nasce o Ginásio de Jequié, pioneiro do ensino secundário da região. Fundado pelo professor Antonio Félix de Brito, funcionou, inicialmente, no pavimento superior do Edifício Grillo. Sendo, mais tarde, adquirido pelo Padre Leonides Spinola, foi transferido para uma colina, onde foram edificadas algumas salas para o funcionamento desse estabelecimento de ensino, de cunho privado e elitista. Muitas professoras que atuavam nas escolas públicas tinham suas escolas particulares. Com o aparecimento do curso ginasial, transformaram seus estabelecimentos em cursinhos preparatórios para o exame de admissão ao ginásio. Os mais famosos, foram o curso de admissão do professor Gildelito Ferraz e o das irmãs, Emilia Ferreira e Ferreirinha, que funcionaram até a reforma de ensino, no início dos anos 70.

No início dos anos 50, durante a primeira gestão do prefeito Antonio Lomanto Junior, a cidade foi contemplada com um colégio público. Trata-se do Colégio Estadual de Jequié, hoje Instituto de Educação Régis Pacheco.Vários professores que atuavam na área privada, assim como algumas professoras primarias, depois de serem devidamente preparadas para o cargo, passaram a lecionar no novo colégio. Mais tarde apareceu o Colégio Comercial de Jequié, de propriedade do professor Expedito Nunes Fernandes funcionando, inicialmente, nas dependências do Grupo Escolar Castro Alves, no período noturno, sendo depois, transferido para um prédio próprio, localizado no Bairro da Estação, onde hoje funciona a F.I.J. (Faculdades Integradas de Jequié).

Os principais professores que lecionaram nas escolas secundárias de Jequié foram, entre outros, o padre Climério Andrade Antonen Brioude, o padre Leonides Spinola, Dr. Joaquim Monteiro (Monteirão), José C. Monteiro (Monteirinho), Nelson Morais, Emerson Pinto de Araújo, Flaviano Pinheiro Neto, Ernani Veloso, Milton Rabelo, Aurino Nery, Dr. Odorico Mota Silveira, Moaci Guimarães, Padre Lúcio, Salvador Caitité, Manoel Pereira da Silva, Joel Sá, Amando Borges, Fernando Sá, Dr. Santa Rosa, Francisco (Chico) Fernandes, Raimundo Fernandes, Djalma Fernandes, Euclides Fernandes, Luis Cotrin; e as professoras: Teresinha Paranhos; Maria Luísa Paranhos; Wilma Brito Sarmento; Edna Pinheiro; Camélia Alves; Anizia Rosa Tourinho de Carvalho; Angelina Sobreira; Maria das Graças Bispo; Celina Lopes Silva, a qual era uma excelente professora de piano; Noélia Esteves; Angélica Eirado Gonçalves; Marinélia Fonseca da Hora; Teresa Brito Pessoa; Eliana Valverde, também professora de piano; Ione Cotrin; Terezinha Viana; Darcy Oliveira Alves; Maria das Mercês; Lívia; Estela Barreto; Magnólia; Joanina Tourinho Rabelo, Isa Borges; entre outras, como também as professoras de piano Ednéia e Zuleide Morais de Navarro.

Em 1958, a cidade é beneficiada com o Grupo Escolar Ademar Vieira, localizado no Bairro Joaquim Romão. Construído pelo prefeito Ademar Nunes Vieira. Essa nova escola veio desafogar o Castro Alves e as Escolas Reunidas João Cordeiro, que funcionava no prédio do Sindicato dos Comerciários de Jequié. Nessa época as escolas particulares de curso primário só tinham uma sala, na qual estudavam alunos de todas as séries, com uma só professora. Porém, o ensino dessas escolas era considerado de alto nível! Tanto, que, muitos burgueses desprezavam as escolas oficiais, para colocar seus filhos, nas escolas das professoras, Lícia Paranhos, Emilia, Ferreirinha, Maria Angélica, Mary Rabelo e Laura Scadaferri. Uma escola pública, que desempenou a mesma função, foi a escola do Rotary Clube, situada no Bairro da Estação.

Em 25 de outubro de 1960 é inaugurado em Jequié a Escola Profissional de Menores. Idealizada pela primeira dama municipal, Dona Hildete Brito Lomanto, essa foi uma escola pública de caráter social, que, em seu início, muito contribuiu com a população,

tirando os menores carentes das ruas, dando-lhes conforto, alimento e educação. Construída na segunda gestão do prefeito Lomanto Junior, nela funcionavam várias oficinas de aprendizado profissional, tais como: marcenaria, alfaiataria, sapataria e mecânica. Chegou a contar, em suas dependências, com mais de 300 menores, alguns dos quais, em caráter de internato. Mais tarde passou a ser gerida pelo Estado, com o nome de Fundação do Menor e do Adolescente, perdendo as características de sua criação, além de acolher apenas 80 menores.

Uma das professoras, que mais se preocupou com os menores carentes e suas famílias, foi a Dra. Isa Borges. Durante décadas, essa distinta senhora, auxiliada pelos seus mais dedicados alunos, realizava, todos os anos, competentes campanhas para angariar fundos, revertendo os mesmos, na compra de cobertores, os quais eram distribuídos entre os pobres, no natal. Uma senhora que também favoreceu aos menores carentes e suas famílias foi Dona Judith Rabello Borges, que criou um serviço de assistência social, quando foi primeira dama do município. Esse órgão fez campanhas, no sentido de angariar fundos, revertendo-os na compra de produtos alimentícios para os pobres, como também solicitações, junto às fabricas do sul do país, conseguindo cobertores, calçados, e roupas, para serem doados a adultos, gestantes, crianças e recém-nascidos.

Em 1964 é inaugurada em Jequié, a primeira escola particular obedecendo aos critérios determinados pelo Ministério da Educação. Trata-se do Educandário Santa Teresinha, fundado pelos professores Waldeck Veloso Viana e Aglaé Tourinho Viana. Reconhecida pela DIREC XIII, essa escola, situada na Praça Castro Alves, em pleno cento da cidade, tendo em suas salas um excelente corpo docente, contribuindo, de maneira exemplar, na formação da juventude jequieense.

Outras escolas particulares foram aparecendo, na medida em que o ensino público se tornava deficiente na cidade. As escolas mais conhecidas são: o Educandário D. Pedro II, fundado em 1980, pelas professoras Maria da Conceição, Geilsa e Lourdes. Essa escola está situada na Avenida Landulfo Caribé, no Jequiezinho, com os cursos de Educação Infantil e Fundamental, sendo dirigida pela professora Ilgenides Souza Santana, sua atual proprietária. Outro estabelecimento escolar de destaque é a Escola Menino Jesus de Praga, fundada em 1978 pela professora Neide Miranda, pertencendo, na atualidade, a professora Rosemary Sales e a Escola Mundo Infantil, localizada nu Rua Cônego Jacinto no centro da cidade, com o curso de alfabetização. Essa escola foi fundada por Marinélia Fonseca da Hora, em 1979, que, também fundou em 1994, o Colégio Campos de Educação Integrada. Outras escolas famosas são: a Escola Criança Ativa, situada na Rua D. Pedro II, fundada por Nélia Maria Veiga de Bulhões em 1 de março de 1988 e a Escola Santos Dumont, fundada em 1980, pela professora Vera Lúcia Andrade Santos.

As escolas particulares jequieenses, têm contribuído com bastante determinação na educação infantil e fundamental de várias gerações em nossa comunidade. Frutos de uma concepção idealista, elas enfrentam problemas burocráticos e econômicos, principalmente na inadimplência existente no setor e na injustiça do sistema de cotas.

Este modesto trabalho foi realizado em 2008, pelo então monitor do Museu Histórico de Jequié João Batista Pessoa, visando a atender os alunos secundários do município, em suas pesquisas.

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