J. B. Pessoa
Este
trabalho é baseado em: a Nova História de Jequié, de autoria do Prof. Emerson
Pinto de Araújo; Fatos Pitorescos da Cidade Sol, do jornalista Raymundo Meira
Magalhães; da revista, Jequié, Síntese Histórica e Informativa, editada pela
Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Esporte, sob a coordenação do
secretário Dernival rios e depoimentos de diversos cidadãos jequiéense.
Os
primeiros estabelecimentos escolares que apareceram em Jequié foram frutos da
iniciativa privada. As escolas eram primarias, sendo algumas delas
subvencionadas pela prefeitura, que funcionavam na sede do município e em
alguns povoados. O ensino era considerado de ótima qualidade. A escola mais
importante, sem a menor dúvida, foi dirigida pelo seu proprietário e primeiro
professor de destaque da região, Damião Vieira, que já vinha atuando como
educador primário, antes da emancipação da cidade.
Na
escola do professor Damião era também ministrado aulas de música. Sendo ele um
excelente músico, foi responsável pela criação da banda filarmônica “União
Recreativa”, fundada em 1905.
Damião
Vieira era um professor leigo, mas com profundo conhecimento em humanidades. Um
dos seus alunos, o filólogo José de Sá Nunes, autor do “Dicionário Ortográfico”
encomendado pela Academia Brasileira de Letras e revisor da Constituição
Federal de 1946, teceu os melhores elogios a Damião Vieira, seu antigo
instrutor primário.
Como
secretário do intendente José Alves Pereira, o professor Damião colaborou nas
áreas da educação e cultura do município, com a criação de instituições como a
“Sociedade Literária” e o “Clube Dramático”, responsáveis pelas representações
de peças teatrais. Nessa época foram também criados a Biblioteca e o Arquivo
Público.
Uma
das figuras mais importantes no alvorecer da escolaridade municipal foi a
grande educadora Eulina Alves de Queiroz, irmã do médico e político Dr. José
Alves Pereira. Ela foi a primeira professora formada a exercer o magistério em
Jequié. Fundou no início do século, uma escola particular feminina, tornando-se
uma mestra querida, que muito contribuiu na formação de diversas cidadãs
jequieenses. Alguns delas, hoje, octogenárias, relembram da sua magnanimidade
com muita saudade. Nessa mesma época, surgiu, também, outro estabelecimento de
ensino, dirigido pelo grande educador, professor Antonio Tobias Lopes Ribeiro,
que fundou uma escola particular primária para o sexo masculino, contribuindo,
também, na formação escolar de muitos dos seus concidadãos.
Em 19
de agosto de 1934, é inaugurado em Jequié, o primeiro prédio público edificado
com o objetivo de ser um estabelecimento escolar. Trata-se do Grupo Escolar
Castro Alves, que foi construído pelo governador Juracy Magalhães, na gestão do
prefeito João Carlos Borges, tornando-se o principal estabelecimento escolar
primário da cidade, em todos os tempos. Em suas salas, esse glorioso prédio
recebeu inúmeros alunos, de todas as camadas sociais e contribuiu,
sobremaneira, na formação primaria dos principais cidadãos ilustres de Jequié.
Durante mais de meio século em atividade, lecionaram em suas salas, brilhantes
professoras, como: Alíria Argolo, Florípedes Sodré (professora Sinhá), Glória
Fraga, Georgina Pereira, Anita Rabelo, Dalva Pinto, Altamira Marioti,
Natividade Pereira, Adalgisa, Laura Scaldaferri, Helenita Costa Brito, Raimunda
Gouveia, Mimi Eloy, Lígia Munhoz, Emilia Ferreira, Maria Ferreira de Souza
(professora Ferreirinha), Tânia Rabelo, Maria Adélia Aguiar Ribeiro, Noélia
Pessoa, Mary Rabelo, entre outras.
Em
1935 nasce o Ginásio de Jequié, pioneiro do ensino secundário da região.
Fundado pelo professor Antonio Félix de Brito, funcionou, inicialmente, no
pavimento superior do Edifício Grillo. Sendo, mais tarde, adquirido pelo Padre
Leonides Spinola, foi transferido para uma colina, onde foram edificadas
algumas salas para o funcionamento desse estabelecimento de ensino, de cunho
privado e elitista. Muitas professoras que atuavam nas escolas públicas tinham
suas escolas particulares. Com o aparecimento do curso ginasial, transformaram
seus estabelecimentos em cursinhos preparatórios para o exame de admissão ao
ginásio. Os mais famosos, foram o curso de admissão do professor Gildelito
Ferraz e o das irmãs, Emilia Ferreira e Ferreirinha, que funcionaram até a
reforma de ensino, no início dos anos 70.
No
início dos anos 50, durante a primeira gestão do prefeito Antonio Lomanto
Junior, a cidade foi contemplada com um colégio público. Trata-se do Colégio
Estadual de Jequié, hoje Instituto de Educação Régis Pacheco.Vários professores
que atuavam na área privada, assim como algumas professoras primarias, depois
de serem devidamente preparadas para o cargo, passaram a lecionar no novo
colégio. Mais tarde apareceu o Colégio Comercial de Jequié, de propriedade do
professor Expedito Nunes Fernandes funcionando, inicialmente, nas dependências
do Grupo Escolar Castro Alves, no período noturno, sendo depois, transferido
para um prédio próprio, localizado no Bairro da Estação, onde hoje funciona a
F.I.J. (Faculdades Integradas de Jequié).
Os
principais professores que lecionaram nas escolas secundárias de Jequié foram,
entre outros, o padre Climério Andrade Antonen Brioude, o padre Leonides
Spinola, Dr. Joaquim Monteiro (Monteirão), José C. Monteiro (Monteirinho),
Nelson Morais, Emerson Pinto de Araújo, Flaviano Pinheiro Neto, Ernani Veloso,
Milton Rabelo, Aurino Nery, Dr. Odorico Mota Silveira, Moaci Guimarães, Padre
Lúcio, Salvador Caitité, Manoel Pereira da Silva, Joel Sá, Amando Borges,
Fernando Sá, Dr. Santa Rosa, Francisco (Chico) Fernandes, Raimundo Fernandes,
Djalma Fernandes, Euclides Fernandes, Luis Cotrin; e as professoras: Teresinha
Paranhos; Maria Luísa Paranhos; Wilma Brito Sarmento; Edna Pinheiro; Camélia
Alves; Anizia Rosa Tourinho de Carvalho; Angelina Sobreira; Maria das Graças
Bispo; Celina Lopes Silva, a qual era uma excelente professora de piano; Noélia
Esteves; Angélica Eirado Gonçalves; Marinélia Fonseca da Hora; Teresa Brito
Pessoa; Eliana Valverde, também professora de piano; Ione Cotrin; Terezinha
Viana; Darcy Oliveira Alves; Maria das Mercês; Lívia; Estela Barreto; Magnólia;
Joanina Tourinho Rabelo, Isa Borges; entre outras, como também as professoras
de piano Ednéia e Zuleide Morais de Navarro.
Em
1958, a cidade é beneficiada com o Grupo Escolar Ademar Vieira, localizado no
Bairro Joaquim Romão. Construído pelo prefeito Ademar Nunes Vieira. Essa nova
escola veio desafogar o Castro Alves e as Escolas Reunidas João Cordeiro, que
funcionava no prédio do Sindicato dos Comerciários de Jequié. Nessa época as
escolas particulares de curso primário só tinham uma sala, na qual estudavam
alunos de todas as séries, com uma só professora. Porém, o ensino dessas
escolas era considerado de alto nível! Tanto, que, muitos burgueses desprezavam
as escolas oficiais, para colocar seus filhos, nas escolas das professoras,
Lícia Paranhos, Emilia, Ferreirinha, Maria Angélica, Mary Rabelo e Laura
Scadaferri. Uma escola pública, que desempenou a mesma função, foi a escola do
Rotary Clube, situada no Bairro da Estação.
Em 25
de outubro de 1960 é inaugurado em Jequié a Escola Profissional de Menores.
Idealizada pela primeira dama municipal, Dona Hildete Brito Lomanto, essa foi
uma escola pública de caráter social, que, em seu início, muito contribuiu com
a população,
tirando
os menores carentes das ruas, dando-lhes conforto, alimento e educação. Construída
na segunda gestão do prefeito Lomanto Junior, nela funcionavam várias oficinas
de aprendizado profissional, tais como: marcenaria, alfaiataria, sapataria e
mecânica. Chegou a contar, em suas dependências, com mais de 300 menores,
alguns dos quais, em caráter de internato. Mais tarde passou a ser gerida pelo
Estado, com o nome de Fundação do Menor e do Adolescente, perdendo as
características de sua criação, além de acolher apenas 80 menores.
Uma
das professoras, que mais se preocupou com os menores carentes e suas famílias,
foi a Dra. Isa Borges. Durante décadas, essa distinta senhora, auxiliada pelos
seus mais dedicados alunos, realizava, todos os anos, competentes campanhas
para angariar fundos, revertendo os mesmos, na compra de cobertores, os quais
eram distribuídos entre os pobres, no natal. Uma senhora que também favoreceu
aos menores carentes e suas famílias foi Dona Judith Rabello Borges, que criou
um serviço de assistência social, quando foi primeira dama do município. Esse
órgão fez campanhas, no sentido de angariar fundos, revertendo-os na compra de
produtos alimentícios para os pobres, como também solicitações, junto às
fabricas do sul do país, conseguindo cobertores, calçados, e roupas, para serem
doados a adultos, gestantes, crianças e recém-nascidos.
Em
1964 é inaugurada em Jequié, a primeira escola particular obedecendo aos
critérios determinados pelo Ministério da Educação. Trata-se do Educandário
Santa Teresinha, fundado pelos professores Waldeck Veloso Viana e Aglaé
Tourinho Viana. Reconhecida pela DIREC XIII, essa escola, situada na Praça
Castro Alves, em pleno cento da cidade, tendo em suas salas um excelente corpo
docente, contribuindo, de maneira exemplar, na formação da juventude
jequieense.
Outras
escolas particulares foram aparecendo, na medida em que o ensino público se
tornava deficiente na cidade. As escolas mais conhecidas são: o Educandário D.
Pedro II, fundado em 1980, pelas professoras Maria da Conceição, Geilsa e
Lourdes. Essa escola está situada na Avenida Landulfo Caribé, no Jequiezinho,
com os cursos de Educação Infantil e Fundamental, sendo dirigida pela
professora Ilgenides Souza Santana, sua atual proprietária. Outro
estabelecimento escolar de destaque é a Escola Menino Jesus de Praga, fundada
em 1978 pela professora Neide Miranda, pertencendo, na atualidade, a professora
Rosemary Sales e a Escola Mundo Infantil, localizada nu Rua Cônego Jacinto no
centro da cidade, com o curso de alfabetização. Essa escola foi fundada por
Marinélia Fonseca da Hora, em 1979, que, também fundou em 1994, o Colégio
Campos de Educação Integrada. Outras escolas famosas são: a Escola Criança
Ativa, situada na Rua D. Pedro II, fundada por Nélia Maria Veiga de Bulhões em
1 de março de 1988 e a Escola Santos Dumont, fundada em 1980, pela professora
Vera Lúcia Andrade Santos.
As
escolas particulares jequieenses, têm contribuído com bastante determinação na
educação infantil e fundamental de várias gerações em nossa comunidade. Frutos
de uma concepção idealista, elas enfrentam problemas burocráticos e econômicos,
principalmente na inadimplência existente no setor e na injustiça do sistema de
cotas.
Este modesto trabalho foi realizado em 2008, pelo então monitor do Museu Histórico de Jequié João Batista Pessoa, visando a atender os alunos secundários do município, em suas pesquisas.
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