As verminoses são um dos principais problemas que afetam a criação dos caprinos. Para além das dificuldades relacionadas ao manejo, como digestão, absorção de nutrientes, consumo de drogas para o tratamento e produtividade do rebanho, há ainda as dificuldades financeiras nesse processo. E se uma simples planta puder contribuir com a saúde desses animais, sendo uma alternativa sustentável e segura? Essa foi uma alternativa encontrada na pesquisa “Aplicabilidade do extrato da casca do barbatimão no controle de nematoides gastrintestinais em caprinos”, desenvolvida do Doutorado de Zootecnia da Uesb, campus de Itapetinga. Com a proposta de mapear potenciais plantas para o tratamento de verminoses, a pesquisadora Vanessa Daniele Mottin encontrou na barbatimão princípios bioativos com ação nos parasitas gastrointestinais. Durante o trabalho, a toxicidade e a letalidade do extrato da planta foram testadas, para garantir a produção e utilização de um produto seguro nos animais. Mottin pontua que uma das dificuldades na aplicação de produtos comumente usados é a própria resistência dos vermes a essas substâncias. “Além da alta patogenicidade deste parasita, soma-se a resistência aos medicamentos comumente utilizados para o tratamento e controle da doença, o que agrava e, muitas vezes, limita as criações”, explica a pesquisadora.
Alunos da UESB trabalham em laboratórios. (Foto Divulgação/Ascom Uesb).
Benefícios do Fitoterapia – De acordo com a cientista, essa necessidade de frequente utilização de remédios antiparasitários é um dos principais desafios para a criação dos caprinos, uma vez que essa prática de utilizar remédios tradicionais implica, também, em uma perda econômica, já que “diminui a produtividade do animal e eleva os custos com tratamento não efetivos”, aponta. Diante desse cenário, pesquisas com produtos fitoterápicos vêm ganhando espaço. A produção de extrato retirados das vegetações têm se mostrado uma alternativa viável na criação de caprinos, sendo considerada como uma inovação ao contribuir com a diminuição dos tratamentos tradicionais por meio da inserção de produtos sustentáveis e seguros. Como resultado, a pesquisa revela que o extrato do barbatimão é seguro em caprinos e não apresenta toxicidade na sua utilização. Além disso, outros extratos estão sendo estudados e avaliados por pesquisadores parceiros, como da Universidade Federal da Bahia (Ufba). O trabalho foi defendido em 2020, sob orientação dos professores Jurandir Ferreira e Gabriele Marisco, ambos da Uesb, e pode ser acessado no Banco de Teses do site do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. (Ari Moura)
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