Ações
de conservação ambiental, socioeconômicas e culturais vêm sendo empregadas nos
municípios de Canudos, Euclides da Cunha e Jeremoabo, através dos programas de
Conservação da Arara-azul-de-Lear e de Conservação e Repovoamento do Licuri. Os
projetos são liderados pela empresa Voltalia, produtora de energia renovável e
prestadora de serviços, e envolvem o uso sustentável dos recursos naturais em
povoados remotos destes três municípios.
O
Programa de Conservação da Arara-azul-de-lear tem como foco a pesquisa aplicada
à ecologia da espécie e é dividido em três principais ações. A primeira, de
curto prazo, visa monitorar e mitigar o potencial impacto que o Parque Eólico
de Canudos pode ter na dinâmica populacional dessas aves, considerando aspectos
como a reprodução, a expansão populacional, além da dispersão dos indivíduos
juvenis e adultos na região.
Thiago
Filadelfo, biólogo e pesquisador da Qualis, que coordena os estudos em campo,
destaca que apenas usando a tecnologia que vem sendo adotada é possível acessar
áreas remotas. Ele acrescenta que as atividades de monitoramento realizadas
regularmente no Parque Eólico de Canudos contemplam a observação de passagem
das araras (quantidade e horários) e são complementares aos estudos obtidos
pelos rastreadores de GPS, indispensáveis para o direcionamento das medidas de
mitigação.
Já o
Programa de Conservação e Repovoamento do Licuri tem por objetivo ampliar o
conhecimento dos processos ecológicos da palmeira e desenvolver estratégias de
mitigação e reversão dos fatores de ameaça que esta árvore já sofre na
natureza. Thiago Filadelfo explica que a iniciativa também está organizada em
três estratégias. “A primeira é voltada para a proteção do licurizeiro.
Consiste em identificar e monitorar como essa palmeira se distribui no entorno
do empreendimento e nas regiões utilizadas pelas araras-azuis-de-lear, além de
mapear as áreas que precisam de replantio”.
A segunda estratégia visa entender e sugerir ações para a mediação dos conflitos ambientais que existem com o uso dos recursos da palmeira, já que a árvore não é importante apenas como alimento da arara, mas também para o sertanejo que faz uso das estruturas da planta (folha, palha e coco) para suas atividades culturais e agrícolas. Já a terceira medida está focada em definir ações de educação ambiental que estimulem práticas sustentáveis do licurizeiro pelas comunidades rurais. (Bahia Notícias)
Nenhum comentário:
Postar um comentário