O grande poeta e
advogado Pacífico Ribeiro ( 1918-2011), em seu livro Meu Canto de Amor a
Jequié, 3ª ed. revistada e acrescida, pg. 67, 2008, sobre o Rio Jequiezinho faz
os seus versos memoráveis e inesquecíveis: O Rio Jequiezinho é tênue riacho/ -
um córrego ou ribeiro, não mais que isto/Mas, com as intensas chuvas, distante
disto/ fremia a correnteza, de alto a baixo/ Culpam-no, entanto, em face do
imprevisto/ da “ enchente de quatorze”, num empacho/ catastrófico, nunca dantes
visto/entre o Rio de Contas cheio e riacho/ No estio, as suas águas, tão
serenas/ corriam nos mangueiros verdejantes/borboletas em volta e aves
pequenas.../Preso, hoje, o Jequiezinho, num valado/Perdera as suas margens
cativantes/ tornando-se um regato dizimado. Doze anos após a divulgação desses
versos líricos e melancólicos, o Rio Jequiezinho, além de dizimado, destruído,
tornou-se em mais um cemitério de uma das mais belas obras produzidas por Mãe
Natureza: A Fonte de Água Doce. Quem são os culpados por esse cemitério visto
da ponte? Na vanguarda dos culpados, e não menos criminosos, as últimas
administrações municipais que não se interessaram nem um pouco por questões
envolvendo ciência e sobrevivência, qualidade de vida e preservação do meio
ambiente e progresso e desenvolvimento autossustentável. Porém, nas últimas
campanhas eleitorais (1978, 1982, 1988, 1992, 1996, 2000, 2004, 2008, 2012,
2016), os jequieenses se acostumaram a ouvir promessas mil dos arautos da
destruição sobre a preservação do Rio Jequiezinho, e também do Rio das Contas.
O fúnebre retrato do Rio Jequiezinho mostra que tudo era mentira, embuste,
ilusão e chantagem. Tudo arquitetado somente para enganar o eleitor. Depois dos
maus prefeitos, na linha do tempo da destruição desse importante rio vêm a
população jequieense que despeja nele dejetos e lixos, os setores comercial e
industrial que lançam produtos deteriorados e resto de produtos manufaturados
em águas correntes e os órgãos municipais e estaduais responsáveis pela
fiscalização do Meio Ambiente. Rio Jequiezinho: De uma fonte de água doce a uma
fonte de esgoto e dejetos; de um rio para o equilíbrio do meio ambiente a um
rio que exala o odor fétido de uma civilização predadora e inconsequente; de um
manancial de água doce a um manancial de água podre; de orgulho dos jequieenses
em tempos de civilização e progresso à vergonha dos jequieense em tempo
presente. Os debates para prefeito de Jequié se avizinham, e certamente você
ouvirá promessas e mais promessas para o resgate e revitalização do Rio
Jequiezinho. Mas ele permanecerá em seu estado lastimável e fúnebre, a partir
de 01 de janeiro de 2021. Você será enganado pela enésima vez. Aguarde. Livros
e filmes indicados nesta coluna. Livros: 1. Meio ambiente, poluição e
reciclagem. Eloisa Biasotto Mano et. al. 2a ed. São Paulo: Blucher, 2012; 2. O
meu canto de amor a Jequié. Pacífico Ribeiro. 3a ed. Salvador/BA: Gráfica Press
Color, 2008. Filmes: 1. Moby Dick (1956), dirigido por John Huston. Com Gregory
Peck, Richard Basehart e Leo Genn no elenco. Um grande filme que aborda a luta
insana do homem pela matança de baleias; 2. Um sonho de liberdade (1994),
dirigido por Frank Darabont. Com Tim Robbins, Morgan Freeman e outros. Filme
indicado a sete Oscar da Academia de Cinema, incluindo o de melhor filme e
melhor ator para Morgan Freeman. Boa leitura e boa diversão com reflexão ao
assistir aos filmes.
Professor Jorge Barros.
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