domingo, 5 de abril de 2020

.'MEU MUNDO CAIU AO SABER QUE MEU FILHO TINHA CORONAVÍRUS', DIZ MÃE DE BEBÊ ITALIANO CURADO DE COVID-19

Tommaso Cervi, Rosita Rotondo e o pequeno Leo: família superou coronavírus Foto: Reprodução
Em entrevista a ÉPOCA, Rosita Rotondo conta como seu filho enfrentou doença com apenas 50 dias de vida e define a alegria de vê-lo recuperado: 'Voltei a viver'
A italiana Rosita Rotondo, de 28 anos, é a mãe de Leonardo, o bebê de dois meses que se tornou um símbolo de esperança em meio a tantas histórias tristes no país com mais de 14 mil mortes causadas pelo Covid-19. O menino foi infectado e acabou internado por cinco dias em um hospital público nos arredores da pequena cidade de Corbetta, localizada a 21 quilômetros de Milão.
Em entrevista a ÉPOCA, Rosita disse que seu instinto materno foi decisivo para garantir um diagnóstico logo no início da manifestação da doença.
No dia 13 de março, o físico nuclear Tommaso Cervi, marido de Rosita e pai do pequeno Leo, acordou com febre. Até ali, ele seguia sua rotina de trabalho normal, sem adotar o confinamento. "A partir daquele momento, passei a dormir na sala com o Leo. Diante da suspeita de coronavírus, meu marido ficou isolado no quarto", contou Rosita, que trabalha como redatora em uma agência de publicidade em Milão.
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Quatro dias depois, em 17 de março, Leo acordou choramingando e sem fome. Nascido em 28 de janeiro de 2020, o bebê tinha 50 dias de vida na data. "No começo, achei normal. Afinal, ele é um recém-nascido", comentou Rosita. Ao longo do dia, no entanto, veio a febre - abaixo de 38 graus. Foi quando ela soube que um colega de trabalho do marido recebeu a confirmação da infecção pelo coronavírus.
"Fui tomada pelo pânico. Às 11 horas, liguei para a pediatra e relatei os sintomas. Ela me aconselhou ligar para o número de emergência. Depois de 10 minutos, consegui falar com alguém. Mas eles se recusaram a buscar o Leo. Alegaram que seria provavelmente uma febrinha", disse a mãe.
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Rosita ligou para o 112, número do atendimento de emergência vinculado à rede municipal de saúde. Diante da negativa, voltou a ligar para a pediatra do menino.
De máscara e luvas, a italiana seguiu para o consultório com o filho no colo. A médica constatou que o menino apresentava uma frequência cardíaca acelerada e uma respiração ofegante.
E, diante da possibilidade de infecção do pai, o menino foi imediatamente encaminhado ao pronto-socorro do hospital público Giuseppe Fornaroli, situado em Magenta, cidade vizinha a Corbetta.
"Ao sair do consultório, comecei a tremer e chorar. Mas tive que encontrar força para para me acalmar porque meu filho precisava de mim. Fui sozinha com meu bebê para o hospital. Meu marido permaneceu em casa com febre. Ao mesmo tempo, pensava que muito provavelmente eu também poderia estar contaminada pelo vírus", lembrou Rosita, emocionada. "Chegamos ao hospital. Ele passou por exames e mais exames. Chorava sem parar."
Às 17 horas da terça-feira, 17 de março, Leo foi internado. Nas primeiras 24 horas, Rosita não conseguiu fechar os olhos. A equipe médica monitorava a temperatura e a oxigenação do menino. "Passei o tempo inteiro abraçada a ele. Às 8h do dia seguinte, mais exames. Uma hora depois, meu mundo caiu quando o chefe da pediatria me avisou que meu filho tinha coronavírus". (G1)

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