segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

HAJA FÉ!

                                              Por Carlos Eden Meira

A História nos conta que os primeiros cristãos, motivados pela força da fé, enfrentaram sem medo, toda sorte de atrocidades que lhes eram impostas pelos romanos, senhores do mundo, naquele tempo. Mesmo após a morte do seu líder maior, Jesus Cristo, os cristãos não se sentiam derrotados. Pelo contrário, animados pela ideia da  ressurreição, continuaram a pregar o Evangelho em toda parte, mesmo com o risco da própria vida, pois havia naquela pregação, uma proposta de transformação espiritual, moral e cultural que mudava os velhos conceitos do conservadorismo da época. Ao longo dos séculos, tais mudanças sofreram sérias distorções à medida que o Cristianismo passou por inúmeras divisões causadas pela interpretação das Sagradas Escrituras, distorcidas conforme os interesses dos exploradores da fé e das classes dominantes, através dos tempos.

Num mundo hostil, onde a luta pela sobrevivência mantém os mesmos padrões de violência e brutalidade dos tempos das cavernas, onde a lei do mais forte parece continuar a ser a lei maior, sobrepondo-se às convenções e às instituições ditas livres, ainda que se tenha alcançado altos níveis de conhecimento científico, torna-se cada vez mais difícil para o cidadão comum acreditar que tenha havido algum progresso no aspecto religioso ou social, desenvolvido através das lutas e revoluções ocorridas  com o passar do tempo.

Em qualquer parte do mundo, seja oriental ou ocidental, as leis permanecem sendo criadas pelos poderosos que delas se beneficiam, impondo seus conceitos de moral ou mesmo de fé religiosa, mantendo enorme parte da população "pacificada" e ignorante, obediente às leis criadas e debatidas em assembleias compostas, na sua maioria, por indivíduos inescrupulosos e pelos manipuladores da fé, em suas respectivas entidades.

Incentiva-se assim, a intolerância religiosa ou cultural, perseguindo e segregando quem não pertence aos padrões inseridos no contexto de alguns hipócritas "salvadores de almas" e dos poderosos conservadores radicais, gerando assim, mais injustiça social. É a  injustiça social que leva o indivíduo à total descrença nas leis, nas instituições e, consequentemente, à falta de confiança em seus líderes.

Não se pode, entretanto, ser derrotista e aceitar a ideia do "cada um por si", ou "quem tem a unha maior, que suba na parede" pois, aí, estaríamos nos deixando levar pelo instinto e não pela razão. As pessoas que acreditam na dignidade humana, que têm senso de justiça e respeito ao próximo, mesmo diante de derrotas ou humilhações, devem  manter-se unidas para conservar a chama da esperança e transmiti-las às futuras gerações.

A luta secular da humanidade pelo seu aperfeiçoamento deve   continuar ainda por muito tempo, enquanto houver a prepotência, a corrupção, o egoísmo e a sede de poder que transformam seres humanos em seres irracionais.

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