Idealismo e ideologia.

J.B. Pessoa.

A liberdade de pensamento é imprescindível no ser humano, tornando-se uma dasmaiores conquistas da humanidade. Foi a inspiração da filosofia Iluminista econcretizada com a democracia moderna.

A democracia, herança dos gregos atenienses, foi modernizada pelo Iluminismo, sendo implantada nos Estados Unidos, após a sua independência. É um regime de governo constitucional, composto por três poderes; o executivo, legislativo e judiciário, cujos representantes são escolhidos pelo sufrágio universal.

Como a democracia é o regime da liberdade, sendo acatado as decisões da maioria, favoreceu o progresso da Idade Contemporânea, marcada por profundas transformações, políticas, sociais, econômicas e tecnológicas que moldaram o mundo moderno.

Com a ascensão da burguesia, após o período revolucionário francês, o qual mudou às estruturas sociais, e o progresso econômico no mundo ocidental, apareceu em Paris, no final do Século XIX, um movimento de vanguarda, que ficou conhecido como a Boemia. Tratava-se de um estilo de vida, composta por indivíduos que se afastaram das convenções sociais e econômicas, valorizando a liberdade, a expressão artística e a vida comunitária. Foi originada entre 1830 a 1940 por jovens burgueses, insatisfeitos com os rumos tomados pela Revolução Francesa. Mais tarde, a esses grupos, foram acrescidos de vagabundos e dos deserdados da vida, tornando a boemia parisiense o berço das ideologias.

Ao contrário do idealismo, a ideologia canaliza às suas atividades contra a ordem estabelecida. O idealismo é uma corrente filosófica que valoriza as ideias e a razão como base da realidade e do conhecimento, enquanto a ideologia é um sistema de ideias, crenças e princípios que moldam a forma, como o indivíduo ou grupos pensam sobre a sociedade e a vida. O idealismo tem como base a racionalidade das ideias, em busca da verdade objetiva, na qual é aceita pela sociedade em comum acordo, sem nenhuma imposição de grupos antagônicos. A ideologia é rígida, intransigente e não admite críticas, debates ou adaptação de suas ideias e análises, limitando a liberdade de pensamento, construindo uma doutrina rígida, a qual se agarra como uma verdade única.

Os ideólogos acreditam que, somente o que pensam é a verdade personificada. Não mudam de opiniões e são, cegamente, apaixonados pelo o que acreditam e desprezam a quem pensam diferentemente de suas posições.

As ideologias fornecem justificativas para um comportamento paradoxal, típico dos inconformados, apresentando uma visão crítica da realidade e manter suas crenças, ou justificar os interesses de grupos específicos.

A boemia parisiense atraiu os ociosos do mundo inteiro, adentrando na Belle Èpoque (1871 - 1914) em sua plenitude, atraindo a relé pseudo-intelectual de toda a Europa, sendo a causa mater de modismos anárquicos, que proliferaram durante todo o Século XX.

Na atualidade, a luta entre idealismo e ideologias parece estar canalizada entre a esquerda e direita. Entretanto, essa situação foge um pouco da realidade, pois a extrema direita é marcada pelo ultranacionalismo, autoritarismo e pela defesa de um passado idealizado. Questiona às instituições democrática e são favoráveis aos golpes de estado e ditaduras militares.

Esse tipo de comportamento paradoxal aproxima direitistas a esquerdistas mal informados, os quais constituem a grande maioria da população; pois ambas são dotadas de uma cultura rudimentar e sequer sabem diferenciar às definições entre formas e regimes governamentais. As formas ou sistemas de governo são a Monarquia, República e Ditadura; os regimes são Democracia, Socialismo eTirania.

Como não têm conhecimentos adequados a uma explanação correta de seus pareceres, a esquerda acusa a direita de fascista, enquanto o seu opositor a acusa de comunista. A esquerda se defende, dizendo-se socialista.

Os revisionistas históricos afirmam que, o Socialismo é dividido em dois gêneros: A - o Comunismo internacionalista, assistencialista e ateísta; B - o Fascismo nacionalista, meritocrático e religioso. A parte disso, surgiu o Nazismo (Nacional Socialismo). Esses mesmos revisionistas afirmam que o Partido Trabalhista do povo alemão, mais tarde "Nacional Socialismo", transformou-se em uma aberração autocrática. A Autocracia era praticada na época medieval, pelo absolutismo monárquico, com o aval da Igreja.

O comunismo clássico de Marx e Engels está morto. Foi liquidado por Mikhail Gorbachev, na Rússia e por Deng Xiaoping na China. Atualmente, essas duas nações formam ditaduras fechadíssimas, com um fascismo adaptado às suas conjunturas. Enquanto isso, a Coreia do Norte e Cuba constituem-se em ditaduras autocráticas, cujo poder é repassado para a família do ditador.

Em uma Democracia, o poder vem do voto popular, enquanto no Socialismo o poder é ditatorial.