Carlos Eden Meira
Há algum tempo, tive a oportunidade de presenciar
uma cena, que até hoje me deixou perplexo.
Ali naquela faixa de pedestres entre a Rua Félix
Gaspar e a Praça da Bandeira, um sujeito desses que se acham "donos do
mundo", quando o sinal fechou para ele, estacionou seu luxuoso carrão
exatamente em cima da faixa. As pessoas que queriam atravessar para o outro
lado da rua gritavam e esbravejavam, em sinal de protesto contra o desrespeito
à lei de trânsito cometida pelo tal sujeito. Foi nesse exato momento, que um
garoto que vinha com seu carrinho de feira aproximou-se do infrator, e disse
que ele estava errado. O sujeito com seu veículo cheio de equipamentos modernos
de última geração, sentindo-se como se estivesse a bordo de uma verdadeira
espaçonave, disse uma série de desaforos ao garoto, o que causou enorme
indignação às pessoas presentes ao acontecimento.
O menino então, calmamente, encostou seu carrinho de feira no passeio, sumiu de vista por alguns instantes, retornando acompanhado de um guarda de trânsito, o qual obrigou o "astronauta" a recuar sua "nave" e sapecou-lhe devidamente uma tremenda multa, resultando numa salva de palmas dirigidas ao garoto, pelas pessoas que aguardavam o sinal abrir, inclusive pelos transeuntes que assistiram àquele exemplo de cidadania, demonstrado por uma criança pobre. 0 sujeito, envergonhado cuidou de se mandar dali com sua "nave". Tal fato significou para mim, que uma pessoa adulta com seu carrão, teve ali, naquele momento, muito menos senso de dever cívico, do que um garoto pobre, com seu carrinho.
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