Por Israel Ferssant
A barragem do Criciúma, vital para o
abastecimento de Jequié, é mais que uma obra de infraestrutura: é o coração que
pulsa e mantém a vida da cidade. Entretanto, a negligência histórica e as
irregularidades que cercam seu entorno, colocam em risco não apenas a qualidade
da água, mas também a segurança e o futuro do Município.
Entre as principais preocupações estão o
desmatamento descontrolado ao redor da barragem, a ausência de um plano
rigoroso de proteção e fiscalização ambiental, o despejo irregular de resíduos
e a ocupação desordenada em áreas que deveriam ser preservadas. Não é incomum
ouvir relatos de moradores sobre pescarias predatórias, construções
clandestinas e até mesmo a falta de sinalização ou segurança adequada no
entorno da barragem.
Mas de quem é a responsabilidade de resguardar
esse bem tão precioso? A fiscalização do uso e preservação de recursos hídricos
compete, primeiramente, ao Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos (Inema), à Secretaria de Meio Ambiente do Município e, em última
instância, ao Ministério Público, que deve atuar quando irregularidades se
tornam flagrantes. Contudo, a verdade é que a proteção de um recurso tão
estratégico exige um esforço coletivo: moradores, ONGs, empresas e, sobretudo,
as autoridades precisam enxergar a barragem do Criciúma como prioridade
absoluta. Um exemplo claro de descaso é a fragilidade na implementação de
políticas públicas voltadas à preservação do entorno. Onde estão os projetos de
reflorestamento? E as campanhas educativas para conscientizar a população?
Jequié não pode se dar ao luxo de ignorar os alertas que vêm surgindo sobre os
impactos ambientais e as ameaças ao abastecimento de água.
Além disso, é imprescindível que os órgãos
responsáveis intensifiquem a fiscalização, imponham sanções para quem infringe
as leis e criem condições para que a barragem seja protegida de forma efetiva.
Isso inclui um monitoramento contínuo da qualidade da água e um plano de
emergência para lidar com eventuais crises hídricas.
A preservação da barragem do Criciúma
não é apenas uma questão ambiental, mas também um compromisso com as futuras
gerações de Jequié. A cidade precisa se unir para exigir mais atenção das
autoridades e cobrar ações efetivas. Não se trata apenas de preservar um
recurso natural, mas de garantir a vida, a Saúde e o desenvolvimento
sustentável de toda a população. A barragem do Criciúma pode ser vista como um
espelho da nossa responsabilidade coletiva. E a pergunta que fica é: até quando
esse espelho refletirá o descaso? (Zenilton Meira)
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