Carlos Eden Meira
Outubro de 1960. Eu aos doze anos
peguei sarampo. Então, nada de sair pra brincar com a turma da rua, obviamente.
Meus pais preocupados cuidaram de me manter em total repouso, conforme ordens
médicas, e dessa forma tive que apelar para ler revistas em quadrinhos, é
claro, mas não deixava de ler também, as revistas de adultos, como "O
Cruzeiro" e "Manchete", as mais importantes na época. Foi
justamente no "O Cruzeiro" que vi o anúncio apresentando o próximo
lançamento da edição número um da revista "PERERÊ", de autoria
daquele que viria a ser um dos meus ídolos do cartunismo e dos quadrinhos
brasileiros, Ziraldo Alves Pinto. Aí, pronto! Troquei a minha turma da rua pela
turma do "Pererê" de Ziraldo.
Com a recente notícia do
falecimento do grande cartunista resolvi dar uma busca na minha estante, onde
guardo livros e gibis diversos, procurando qualquer coisa de Ziraldo. Achei
então, uma antiga edição do livro de cartuns "A ÚLTIMA DO BRASILEIRO",
onde Ziraldo publicou uma interessante charge de cinquenta anos, em que aparece
um grupo de cineastas, músicos e jornalistas contemplando o nascer do ano de
1974, com uma imensa interrogação no horizonte! O interessante é que todo novo ano é sempre
uma incógnita, para todos nós. Por exemplo: quem de nós imaginaria perder
Ziraldo justamente agora, em 2024, exatamente cinquenta anos depois de
publicada a citada charge? Ziraldo está agora, junto com Henfil, Millôr,
Glauco, Péricles, Carlos Estevão, e muitos outros saudosos companheiros seus,
num lugar onde o humorismo é eterno. VIVA ZIRALDO!!!
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