quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Jipão, nome carinhoso dado pela torcida ao time do Jequié.

Enéas dirigindo o Jipe amarelo de Toinho de Miquilino, desfilando com as meninas vestidas de azul, amarelo e braco no Estádio Waldomiro Borges.

Charles Meira resolveu pesquisar sobre o nome “Jipão”, na tentativa de encontrar uma resposta para os diversos questionado dos torcedores da Associação Desportiva Jequié, querendo saber porque a torcida grita e canta atualmente assim nos estádios.

Inicialmente entrevistou Valdemir Santos Oliveira, mais conhecido por Kauta, componente da torcida “Império Solar”, que relatou ter ficado sabendo do assunto através de torcedores que acompanharam a trajetória da Seleção Amadora de Jequié em 1969. Eles contaram para Kauta que na época a equipe não tinha ônibus, então os jogadores iam para o estádio de Jipe e a Associação Desportiva Jequié também nos primeiros jogos do Campeonato Baiano de 1970, usava o jipe para transportar os atletas da concentração para o estádio Waldomiro Borges.

Waldemir contou em seguida que em 2017, Enéas diretor de Marketing da Associação Desportiva de Jequié idealizou a entrada no estádio e no intervalo do jogo desfilar com meninas vestidas com as cores azul, amarelo e branco em um jipe amarelo dirigido por Enéas, automóvel que pertencia a Toinho de Miquilino, conselheiro do time na época e depois as meninas iam para a arquibancada com as “mamãe sacode”, agitando a torcida, que gritava: Jipão, Jipão, dando então esse nome carinhoso para ao Jequié. Depois disse que a torcida “Império Solar”, fundada em 2011 também aderiu em conjunto com a “Sol Jequié” criada por Nengo da charanga e a “Fiel do Jipão”, fundada por Tomas Onefre e massificaram este grito de guerra do time cantando nos estádios da Bahia, onde o Jequié jogava.

As meninas no Estádio Waldomiro Borges, vestidas de azul, amartelo e branco.

Posteriormente Charles Meira entrevistou Tomas Onofre, fundador da torcida “Fiel do Jipão”. Ele conta na entrevista que no final dos anos 60 o Departamento Nacional de Estrada de Ferro já estava em extinção e ficava alojado onde hoje é o Tiro de Guerra. Descreveu que o departamento foi extinto, porém ficaram remanescentes alguns dos seus funcionários como: Pedro Sabú, Sr. Valdomiro, Sr. Garcez, Sr. Zé Matos e José Laurindo de Onofre, pai de Tomas. No seu relato conta ainda que neste local tinham os carros que foram enviados na época para o departamento pelo Exército Brasileiro e entres eles estavam cinco ou seis Jipes, automóveis usados para os trabalhos que eram executados pelos funcionários da sucursal e permaneceram em Jequié até 1972.

Disse também que no final de 1960, a Seleção de Jequié era um time muito forte, imbatível em toda região e que dela quase na sua totalidade os jogadores foram atuar na equipe da Associação Desportiva Jequié para disputar o Campeonato Baiano de 1970.  Na continuação prosseguiu falando que segundo informação do seu pai, a Seleção de Jequié na ocasião realizou viagens nesses Jipes lotados no Departamento Nacional de Estrada de Ferro para jogar amistosos nas localidades de Boa Nova, Ipiaú, Santa Inês e outras cidades próximas de Jequié. Discorreu também que seu pai contou que o genro dele Jorge Lima, jogador do Jequié e os demais atletas eram levados nos Jipes que estavam lotados no departamento para os treinos e jogos realizados no estádio Waldomiro Borges.

As meninas no Jipe, vestidas de azul, amarelo e branco no Estádio Waldomiro Borges.

Na continuação, Tomas afirmou que no tempo da participação do Jequié no Campeonato Baiano da série B de 2017, certame que perdeu para o PFC Cajazeiras de 1 a 0, ficou na sua mente os gritos do Massagista Foca chamando o nome Jipão, vamos meu Jipão, jogo este que Onofre estava no lado do profissional, atuando como repórter de campo para uma rádio da cidade. Na mesma época ouviu Marcos Cangussu falando: Jipão, Jipão nas transmissões dos jogos que realizou no final de 2017 na Rádio Cidade e Tomas não sabia de onde o locutor havia tirado este nome. Prosseguindo disse que teve ainda neste período a brilhante ideia do diretor Enéas de entrar no estádio Waldomiro Borges dirigindo um Jipe amarelo de Toinho de Miguilino, levando meninas vertidas de Azul, Amarelo e Branco, dançando, balançando as “Mamãe Sacode” e após o desfile elas iam para a arquibancada, onde com a torcida gritava: Jipão, Jipão.

Charles Meira, através destas entrevistas feitas com pessoas inteiradas no assunto, atende aos pedidos e traz respostas aos questionamentos dos torcedores da Associação Desportiva Jequié. (Charles Meira)

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