Filho de Jequié, Waly Salomão será cantado por Adriana Calcanhotto e Sylvia Patrícia -
Em sua sétima edição, a Festa
Literária Internacional do Sertão de Jequié, a Felisquié, celebra os 80 anos de
nascimento de um mais ilustres filhos da cidade: o poeta, compositor, ator,
produtor e agitador cultural Waly Salomão. A Festa acontece entre 1 a 3 de
setembro nos espaços culturais de Jequié e pelas ruas que Waly percorreu
durante sua vida.
Já estão confirmadas as presenças
do poeta, designer e cenógrafo Omar Salomão (filho do homenageado) e da gaúcha
Manoela Sawitzki (Doutora em Literatura, Cultura e Contemporaneidade - PUC-Rio,
escritora, roteirista e jornalista), do escritor Roberto Martins e da cantora
Adriana Calcanhotto, que acompanhada do músico Pedro Sá e com mediação de Omar
Salomão fará um papo musical com canções, poesias e lembranças de sua vivência
com Waly.
“A Felisquié surgiu de uma
conversa minha com o poeta Valdeck Almeida de Jesus em um bar de Ribeirão
Preto, quando estávamos participando do Congresso da União Brasileira de
Escritores”, conta Domingos Ailton, curador e Secretário de Cultura e Turismo
da Prefeitura de Jequié.
“O objetivo central é fomentar a
divulgação da produção literária e contribuir na formação de leitores através
de um diálogo entre a literatura e outras linguagens artísticas, além de
valorizar os artistas e intelectuais de Jequié, que residem no município
ou que estão radicados em outros lugares e preservar a memória daqueles que não
se encontram mais entre nós”, acrescenta.
O evento promoverá palestras,
mesas literárias, conversas com escritores, saraus e o cortejo literário com o
Tuk Tuk Sonoro
Haverá também a
Felisquiezinha, voltada para crianças com palestra do escritor mirim Yalle
Tárique e oficinas. O evento encerrará em um bate-papo musical com Adriana
Calcanhotto com mediação de Omar Salomão.
“Festas literárias como a
Felisquié revelam que ler é bom, e que é possível conviver o livro impresso com
as mídias digitais. Esse caráter festivo que promove saraus com apresentações
musicais e declamação de poesias envolve desde professores e alunos do
ensino fundamental, médio e universitário às representações das
comunidades de áreas populares, a exemplo do Afoxé Filhos de Pena Branca.
É uma maneira também de valorizar os escritores locais. Nesta edição,
teremos quatro Projetos Fala Escritor da Terra para valorizar a produção
local”, conta Domingos.
O cortejo literário será puxado
pelo minitrio Tuk Tuk sonoro, tendo a cantora Sylvia Patrícia à frente, fazendo
as canções do poeta.
“Waly foi um multiartista de
dimensão nacional e internacional: poeta, ator, produtor e agitador cultural.
Ele foi um companheiro de ideias e parcerias com Caetano Veloso, Gal Costa,
Gilberto Gil, Maria Bethania e Jards Macalé, que musicaram ou
interpretaram letras escritas por ele que ficaram marcantes na Música Popular
Brasileira”, lembra.
“Ele também escreveu letras
para João Bosco, Paralamas do Sucesso, Zeca Baleiro, Adriana Calcanhoto e
outros grandes nomes da MPB. Waly Salomão foi também o primeiro
secretário do Livro e da Leitura na gestão do Ministro da Cultura Gilberto Gil,
no primeiro mandato do Presidente Lula. No curto período que ele ficou no
cargo (assumiu em janeiro e faleceu em maio de 2003), ele apresentou inúmeras
ideias de fomento à leitura, como a inclusão do livro na cesta básica, que nós
aqui da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura de Jequié, terra do Waly,
estamos concretizando”, conta Domingos.
A
capa do ‘Expresso 2222’
O curador ainda conta que para
incentivar os estudantes a conhecerem a vida e a obra do autor de Me segura que
vou dar um troço, estão sendo realizadas nas escolas a Felisquié
Itinerante.
Além de ouvir informações sobre a
trajetória do Waly Salomão, os alunos tem a oportunidade de realizar
apresentações artísticas sobre a diversidade cultural do poeta jequieense.
Trabalhos acadêmicos e artísticos dos alunos do ensino fundamental, médio e
superior terão espaço de exposição na Felisquié oficial e Felisquiezinha.
“Há uma grande importância em
promover eventos como o Felisquié, porque a Bahia tem uma dimensão enorme na
produção literária e outras linguagens artísticas. Precisamos preservar também
a memória dos artistas que já se foram, mas cuja arte permanece viva na
memória coletiva, como também temos que valorizar os artistas que estão entre
nós e incentivar os novos, como estamos fazendo nas edições da Felisquié“,
reivindica o curador / Secretário de Cultura.
“Temos desde artistas de
reconhecimento nacional, que fizeram história no Brasil, a exemplo do escritor
Roberto Martins, que foi preso político durante a ditadura militar, do
poeta Omar Salomão, da escritora Manoela Sawitzki, das
cantoras Adriana Calcanhotto e Sylvia Patrícia, aos artistas iniciantes,
a exemplo do grupo musical juvenil Novíssimos Baianos, da jovem cantora Jasmin
Alves e outros”, enumera Domingos.
Outro artista jequieense que será
homenageado na VII edição da Felisquié é Edenízio Ribeiro, autor da emblemática
capa do disco Expresso 2222 (1972), de Gilberto Gil.
O poeta e compositor Fernando de
Oliveira falará da dimensão da obra de Edenizio para a cultura brasileira.
Festa
Literária Internacional do Sertão de Jequié – Felisquié / De 1 a 3 de setembro
/ Centro de Cultura ACM, Auditório Waly Salomão da UESB – Campus de
Jequié e Museu Histórico João Carlos Borges / Gratuito
* Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr. (Jornal A Tarde)
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