terça-feira, 4 de outubro de 2022

SÃO FRANSCISCO DE ASSIS, PADROEIRO DOS ANIMAIS E DAS PESSOAS CARENTES SALVE 04 DE OUTUBRO!

Oscar Vitorino M. Mendes

O Dia Mundial dos Animais foi uma data inserida pela própria Igreja Católica, e é comemorada no dia 4 de outubro, pois é a data do nascimento de São Francisco de Assis - Padroeiro dos animais e do meio ambiente. São Francisco se referia aos animais como irmãos e chamava-os de "irmão fera", "irmã leoa" e etc. O Dia Mundial dos Animais foi criado na Itália em 1931, durante uma convenção de ecologistas. A data serve para celebrar todas as espécies de vida animal, e é comum acontecer diferentes eventos ao redor do mundo. É um dia para refletir a importância dos mesmos na vida dos seres humanos e do planeta Terra, ressaltando o respeito e o compromisso que todos os seres humanos devem ter com o meio ambiente.

Filho de Pedro e Dona Pica Bernardone, Francisco nasceu entre 1181 e 1182, na cidade de Assis, Itália. Seu pai era um rico e próspero comerciante. Foi batizado em Santa Maria Maior com o nome de João (Giovanni). Mas quando Pietro Bernardone voltou de uma viagem à França, mudou de ideia e resolveu trocar o nome do filho para Francisco, prestando uma homenagem àquela terra. Segundo a maioria dos biógrafos de São Francisco, o caráter e as qualidades melhores lhe vieram da mãe. Como todo jovem ambicioso de sua época, Francisco desejava conquistar, além da fortuna, também a fama e o título de nobreza. Dessa forma, o jovem Francisco sempre sonhou com as glórias militares. Para tal, fazia-se necessário tornar-se herói em uma dessas frequentes batalhas, o que viria a acontecer no ano de 1201, incentivado por seu pai, partindo ele para uma guerra que os senhores feudais haviam declarado contra a Comuna de Assis.

CONSTRANGIMENTO

Acusado pelo pai de roubo, após vender tecidos do comércio da família, Francisco acabou preso no porão de casa, de onde foi salvo pela mãe. Ele, então, foi

buscar ajuda em uma igreja, sendo perseguido pelo pai. Sem pensar duas vezes, retirou a roupa que vestia e entregou-a a Pietro, renunciando também à herança. Decidido a seguir na vida religiosa, ele prosseguiu em sua jornada. Lendo aleatoriamente as páginas do Evangelho, Francisco se deparou com versos que falavam sobre a caridade. Isso fez com que ele decidisse, não por uma visão mística, mas por motivações práticas, seguir sua vocação religiosa a fim de defender os mais fracos e opor-se às injustiças sociais, baseando-se, assim, no exemplo de Jesus. "Ninguém me mostrou o que eu deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo a forma do santo Evangelho". Sua fé o fazia pensar em um Catolicismo renovado, sem hierarquias ou propriedades particulares, baseado apenas no Evangelho

Entre 1202 e 1205 Francisco mostrava-se inquieto quanto ao sentido de sua vida. Resolveu, então, ser cavaleiro e partiu em nome da honra de defender a Igreja e seus interesses, convocados pelo Papa Inocêncio III. Na cidade de Espoleto, sintomas de febre fizeram com que Francisco não pudesse partir. Ali pensou ter ouvido a voz do Senhor, com quem dialogou: “Francisco, o que é mais importante, servir ao Senhor ou servir ao servo? Servir ao Senhor é claro. Respondeu o jovem. Então, por que te alistas nas fileiras do servo? Senhor, o que quereis que eu faça? Volta a Assis e ali te será dito, diz a Voz”. Em busca de respostas, decidiu viajar para Roma, isso no ano de 1205, onde visitou a tumba do Apóstolo São Pedro e exclamou: “É uma vergonha que os homens sejam tão miseráveis com o Príncipe dos Apóstolos!” E jogou um grande punhado de moedas de ouro, contrastando com as escassas esmolas de outros fiéis menos generosos. A seguir, trocou seus ricos trajes com os de um mendigo e fez sua primeira experiência de viver na pobreza. Voltou a Assis, à casa paterna, entregando-se ainda mais à oração e ao silêncio.

Em 1206, passeando a cavalo pelas campinas de Assis, viu um leproso, repugnante à vista e ao olfato, lhe causando nojo. Mas, então, movido por Deus, colocou seu dinheiro naquelas mãos sangrentas e deu-lhe um beijo. Falando depois a respeito desse momento, ele diz: “O que antes me era amargo, mudou-se

então em doçura da alma e do corpo. A partir desse momento, pude afastar-me do mundo e entregar-me a Deus”. Pouco depois, entrou para rezar e meditar na pequena capela de São Damião, muito abandonada. Estava ajoelhado em oração aos pés de um crucifixo quando uma voz, saída do crucifixo, lhe falou: “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja que está em ruínas.

Francisco batizou sua irmandade como Ordem dos Frades Menores (OFM). Sua ideia era que eles deveriam se sentir os últimos, mesmo em comparação às menores criaturas. Isso demandava desistirem do próprio "eu" em prol da importância do "outro". Foi só por meio do religioso que a mensagem de caridade do Evangelho voltou a ser falada, pois, até então, os pobres eram negligenciados pela igreja e pela sociedade. Francisco também defendia que para levar ajuda era preciso, primeiramente, respeitar a cultura local. Além disso, pregava o respeito a todas as criaturas, que para ele eram obras de Deus e a quem chamava de irmãos. "Tinha um amor enorme até pelos vermes, recolhia-os pelo caminho e os colocava em um lugar seguro, para não serem pisados pelos que passavam", descreveu Tomás de Celano. São Francisco de Assis tinha muito apreço pelos animais e criava algumas espécies dando carinho e atenção, água e alimento, além de cuidar de seus ferimentos, partindo do princípio de que os animais têm vida e devem ser tratados com respeito. A natureza é seu habitat natural e os humanos não têm o direito de destruí-la e de afastá-los para outros locais. Podemos até pensar nos bichos de que não gostamos tanto, a exemplo dos morcegos, as lagartixas e os mosquitos. Mas eles têm um papel importante no equilíbrio entre os seres vivos e o meio ambiente. Apesar da existência da data comemorativa, os direitos dos animais só foram registrados muito tempo depois. A Declaração Universal dos Direitos dos Animais só foi aprovada pela UNESCO, que é um órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), em 15 de outubro de 1978. Ela lembra que nós também somos uma espécie animal. Portanto, não temos o direito de exterminar ou explorar os outros animais, mas devemos usar nossa consciência a serviço deles.

São Francisco de Assis chegou a comprar pássaros engaiolados só para os ver voar de novo em liberdade. São Francisco de Assis se tornou o santo dos Italianos, e

aos 24 anos renunciou toda a riqueza para se dedicar a “Senhora Pobreza”. Trabalhava no campo, pregava, visitava e consolava os doentes. Por seu amor aos pássaros e dedicação à natureza também é conhecido como o padroeiro dos animais. Morreu a 4 de Outubro de 1226. Dois anos após a sua morte foi santificado. Era um homem sem fronteiras que tem a simpatia de muitos: católicos e não católicos.

“Não te envergonhe se ás vezes os animais estão mais próximos de ti do que as pessoas. Eles também são teus irmãos”.

Viva São Francisco de Assis, Padroeiro dos animais e das pessoas carentes.

(Oscar Vitorino M. Mendes - Méd. Vet., Prof. Aposentado da UESB e Secretário da AMVEJ) - E-mail: oscarvitorino@yahoo.com.br

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