O Dia
Mundial dos Animais foi uma data inserida pela própria Igreja Católica, e é
comemorada no dia 4 de outubro, pois é a data do nascimento de São Francisco de
Assis - Padroeiro dos animais e do meio ambiente. São Francisco se referia aos
animais como irmãos e chamava-os de "irmão fera", "irmã
leoa" e etc. O Dia Mundial dos Animais foi criado na Itália em 1931,
durante uma convenção de ecologistas. A data serve para celebrar todas as
espécies de vida animal, e é comum acontecer diferentes eventos ao redor do
mundo. É um dia para refletir a importância dos mesmos na vida dos seres
humanos e do planeta Terra, ressaltando o respeito e o compromisso que todos os
seres humanos devem ter com o meio ambiente.
Filho de Pedro e Dona Pica
Bernardone, Francisco nasceu entre 1181 e 1182, na cidade de Assis, Itália. Seu
pai era um rico e próspero comerciante. Foi batizado em Santa Maria Maior com o
nome de João (Giovanni). Mas quando Pietro Bernardone voltou de uma viagem à
França, mudou de ideia e resolveu trocar o nome do filho para Francisco,
prestando uma homenagem àquela terra. Segundo a maioria dos biógrafos de São
Francisco, o caráter e as qualidades melhores lhe vieram da mãe. Como todo
jovem ambicioso de sua época, Francisco desejava conquistar, além da fortuna,
também a fama e o título de nobreza. Dessa forma, o jovem Francisco sempre
sonhou com as glórias militares. Para tal, fazia-se necessário tornar-se herói
em uma dessas frequentes batalhas, o que viria a acontecer no ano de 1201,
incentivado por seu pai, partindo ele para uma guerra que os senhores feudais
haviam declarado contra a Comuna de Assis.
CONSTRANGIMENTO
Acusado pelo pai de roubo, após
vender tecidos do comércio da família, Francisco acabou preso no porão de casa,
de onde foi salvo pela mãe. Ele, então, foi
buscar ajuda em uma igreja,
sendo perseguido pelo pai. Sem pensar duas vezes, retirou a roupa que vestia e
entregou-a a Pietro, renunciando também à herança. Decidido a seguir na vida
religiosa, ele prosseguiu em sua jornada. Lendo aleatoriamente as páginas do
Evangelho, Francisco se deparou com versos que falavam sobre a caridade. Isso
fez com que ele decidisse, não por uma visão mística, mas por motivações
práticas, seguir sua vocação religiosa a fim de defender os mais fracos e
opor-se às injustiças sociais, baseando-se, assim, no exemplo de Jesus.
"Ninguém me mostrou o que eu deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me
revelou que eu devia viver segundo a forma do santo Evangelho". Sua fé o
fazia pensar em um Catolicismo renovado, sem hierarquias ou propriedades
particulares, baseado apenas no Evangelho
Entre 1202 e 1205 Francisco
mostrava-se inquieto quanto ao sentido de sua vida. Resolveu, então, ser
cavaleiro e partiu em nome da honra de defender a Igreja e seus interesses,
convocados pelo Papa Inocêncio III. Na cidade de Espoleto, sintomas de febre
fizeram com que Francisco não pudesse partir. Ali pensou ter ouvido a voz do
Senhor, com quem dialogou: “Francisco, o que é mais importante, servir ao
Senhor ou servir ao servo? Servir ao Senhor é claro. Respondeu o jovem. Então,
por que te alistas nas fileiras do servo? Senhor, o que quereis que eu faça?
Volta a Assis e ali te será dito, diz a Voz”. Em busca de respostas, decidiu
viajar para Roma, isso no ano de 1205, onde visitou a tumba do Apóstolo São
Pedro e exclamou: “É uma vergonha que os homens sejam tão miseráveis com o
Príncipe dos Apóstolos!” E jogou um grande punhado de moedas de ouro,
contrastando com as escassas esmolas de outros fiéis menos generosos. A seguir,
trocou seus ricos trajes com os de um mendigo e fez sua primeira experiência de
viver na pobreza. Voltou a Assis, à casa paterna, entregando-se ainda mais à
oração e ao silêncio.
Em 1206, passeando a cavalo
pelas campinas de Assis, viu um leproso, repugnante à vista e ao olfato, lhe
causando nojo. Mas, então, movido por Deus, colocou seu dinheiro naquelas mãos
sangrentas e deu-lhe um beijo. Falando depois a respeito desse momento, ele
diz: “O que antes me era amargo, mudou-se
então em doçura da alma e do
corpo. A partir desse momento, pude afastar-me do mundo e entregar-me a Deus”.
Pouco depois, entrou para rezar e meditar na pequena capela de São Damião,
muito abandonada. Estava ajoelhado em oração aos pés de um crucifixo quando uma
voz, saída do crucifixo, lhe falou: “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja
que está em ruínas.
Francisco batizou sua irmandade
como Ordem dos Frades Menores (OFM). Sua ideia era que eles deveriam se sentir
os últimos, mesmo em comparação às menores criaturas. Isso demandava desistirem
do próprio "eu" em prol da importância do "outro". Foi só
por meio do religioso que a mensagem de caridade do Evangelho voltou a ser
falada, pois, até então, os pobres eram negligenciados pela igreja e pela
sociedade. Francisco também defendia que para levar ajuda era preciso,
primeiramente, respeitar a cultura local. Além disso, pregava o respeito a
todas as criaturas, que para ele eram obras de Deus e a quem chamava de irmãos.
"Tinha um amor enorme até pelos vermes, recolhia-os pelo caminho e os
colocava em um lugar seguro, para não serem pisados pelos que passavam",
descreveu Tomás de Celano. São Francisco de Assis tinha muito apreço pelos
animais e criava algumas espécies dando carinho e atenção, água e alimento, além
de cuidar de seus ferimentos, partindo do princípio de que os animais têm vida
e devem ser tratados com respeito. A natureza é seu habitat natural e os
humanos não têm o direito de destruí-la e de afastá-los para outros locais.
Podemos até pensar nos bichos de que não gostamos tanto, a exemplo dos
morcegos, as lagartixas e os mosquitos. Mas eles têm um papel importante no
equilíbrio entre os seres vivos e o meio ambiente. Apesar da existência da data
comemorativa, os direitos dos animais só foram registrados muito tempo depois.
A Declaração Universal dos Direitos dos Animais só foi aprovada pela UNESCO,
que é um órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), em 15 de outubro de
1978. Ela lembra que nós também somos uma espécie animal. Portanto, não temos o
direito de exterminar ou explorar os outros animais, mas devemos usar nossa
consciência a serviço deles.
São Francisco de Assis chegou a
comprar pássaros engaiolados só para os ver voar de novo em liberdade. São
Francisco de Assis se tornou o santo dos Italianos, e
aos 24 anos renunciou toda a
riqueza para se dedicar a “Senhora Pobreza”. Trabalhava no campo, pregava,
visitava e consolava os doentes. Por seu amor aos pássaros e dedicação à
natureza também é conhecido como o padroeiro dos animais. Morreu a 4 de Outubro
de 1226. Dois anos após a sua morte foi santificado. Era um homem sem
fronteiras que tem a simpatia de muitos: católicos e não católicos.
“Não te envergonhe se ás vezes
os animais estão mais próximos de ti do que as pessoas. Eles também são teus
irmãos”.
Viva São Francisco de Assis,
Padroeiro dos animais e das pessoas carentes.
(Oscar Vitorino M. Mendes - Méd. Vet., Prof. Aposentado da UESB e Secretário da AMVEJ) - E-mail: oscarvitorino@yahoo.com.br
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