quarta-feira, 26 de outubro de 2022

João Luiz, um jogador habilidoso que brilhou no futebol amador de Jequié.

 

                                João Luiz e Genésio no Campo do Cururu.

Na semana passada, caminhando na Praça Rui Barbosa encontrei João Luiz, colega do Tiro de Guerra. A conversa principal foi sobre o futebol amador de Jequié. Disse que tinha muitas fotos dele e de pessoas que jogaram no amadorismo da nossa terra. Sempre interessado no assunto marcamos para conversar e ver o seu acervo na sexta feira dia 21/10/2022 no mesmo local. Assim aconteceu, porém fomos fazer a entrevista na Biblioteca Municipal Nilton Pinto de Araújo. Inicialmente olhei todas as fotos, que João com calma me mostrava e contava a história delas e em seguida gravei este enriquecedor bate papo. João Luiz Pinto nasceu em 23/11/1954 na cidade de Jequié, filho de João Amorim Pinto e Estelita Galvão. 

Começou a jogar bola no Dente de Leite do Flamengo de Genésio no campo do Cururu, local que jogava com os times do Barro Preto, Siqueira Campos e outros. Segundo João, o time de Genésio, fundado em 12/06/1966 era uma seleção e foi o melhor time de Jequié, porque tinha organização, tinha quem tomava conta e selecionava, não era qualquer um que jogava. A equipe foi formada no ano de 1969 e João Luiz participou durante dois anos, época que já estava avançada, mas o corpo era de anão. 


Flamengo de Genésio - 1969 - Joel, Zé Goleiro, Django e Nil; Lou e Fio;
  Lindé, Roberto, Dorival, Bida e João Luiz.

O time que começou não conheceu, pois quando chegou já estava organizado. Iniciou no Flamengo de Genésio jogando com: Joel, Zé Goleiro, Django e Nil; Fio e Lou; Lindé, Roberto, Dorival, Bida e João Luiz, esse era o time titular, passado o tempo foi mudando. 


Flamengo de Genésio 1970  - Alfrêdo, Bida, Roberto, Fio, Jaime e João Luiz; 
Lindé e Val Baixinho; Humberto, Biliu e Val.

Contou também que o Dente de Leite de Genésio jogava em outras cidades, várias vezes no Aníbal Brito, enfrentou times do Jequiezinho, muitos amistosos com a ADJ, no mesmo, partidas que às vezes ganhava e em outras perdia, pois o time da ADJ também era muito bom. Relatou ainda, que teve um jogo no Waldomiro Borges no intervalo da partida principal com a ADJ que terminou 0 a 0, e foi para cobrança de pênaltis. Tucha Bateu para ADJ e converteu um, enquanto João Luiz cobrou para o Flamengo, fazendo dois, vitória do Flamengo de Genésio. Depois nesta mesma categoria João começou a ser requisitado por vários times de Jequié e jogou em mais de 50 times como: Mandacaru, CSA, Lagoa dourada que só tinha craque, Bahia de Manequinha, uma das melhores escolinhas de Jequié, times do Km 3, Km 4, o que chamava ele ia, tudo no futebol amador. Nessa ocasião João Luiz pesava 40 quilos, tinha bastante habilidade, fazia muitos gols, principalmente de falta, mais não tinha corpo, inclusive foi para Salvador fazer um teste no Galícia e o time não chuteira número 36 a que dava no seu pé, retornou sem fazer o teste, ficou aborrecido e resolveu morar no Rio de Janeiro. Na terra maravilhosa morou na região de Petrópolis na cidade de Magé, onde foi chegando e jogando no time do Batatal, Pau Grande, Flamenguinho durante três anos e quase constituía família, pois o pessoal gostava muito dele e num jogo entre o Flamenguinho 3 X 0 Crai de Piabetá, o jornal de Magé destacou a atuação do Baianinho, que fez dois belos gols. 


 Jornal de Magé.

Uma parte da matéria editada no Jornal de Magé: “Flamenguinho derrota o Crai de Piabetá por 3 tentos a 0. Com dois gols de Baianinho e um de Carlinhos Presença, o Flamenguinho Futebol Clube, de Piabetá, faturou de três tentos a um sobre o Crai Futebol Clube, também daquela localidade.

O jogo, realizado em caráter amistoso, reuniu numerosos torcedores no campo Rubro-negro piabetense e transcorreu na mais perfeita ordem, pois os dois times deram um show de disciplina. Ao término da peleja houve confraternização entre os atletas e dirigentes, seguido de muita cerveja num barzinho das proximidades da praça de esportes.

Mostrando que são torcedoras doentes do Menguinho lá estavam as jovens irmãs: Marieta, Lúcia e Maria Inês fazendo tremular as bandeiras do mais querido do sexto distrito. E o próprio Almir Francisco, “Chico”, diretor do Flamenguinho, não estava acreditando muito no seu time pois, segundo ele, muitos atletas não compareceram para o jogo, razão porque aproveitou alguns jogadores do Juvenil.

Aos 10 minutos da fase inicial, depois de driblar toda a defesa, o atacante Baianinho faturou o primeiro tento para o Flamenguinho. Aos 29 minutos, Carlinhos Presença, aproveitou um bonito passe do seu colega Biluca, chutou forte no canto esquerdo de Lamparina surpreendendo o goleiro. Sentindo a pressão dos adversários, o técnico do Crai procurou modificar o seu esquema de jogo e o time passou a jogar recuado. Realmente esta tática funcionou, pois até o final do primeiro tempo, não houve mais gols.”


João Luiz no Vasco da Gama - Estádio São Januário em 1977.

Antes de retornar para Jequié fez um treinamento no Vasco da Gama, porém quando foi fazer a ficha o responsável verificou que João Luiz tinha 22 anos e não ficou, pois queriam jogadores com idade de 17, 18 anos, para posteriormente jogar no time profissional. Voltou para Jequié sua terra natal e logo chegando foi trabalhar no Bradesco, local que uniu o útil ao agradável trabalhando e jogando no time da instituição financeira. Quando o time o time do Bradesco acabou João jogou na Desportiva de Vandré no campeonato do Cururu, Estudante de Vavá do Feijão, onde fez uma partida, Mandacaru, Filho do Sol, Caixa D’água, Independente, Flamengo de Eliezer, Santos de Caculé. No final da carreira jogou no máster da ABB, Vitória, Mandacaru, Caixa d’água  e no Baba de Checheu.

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