quinta-feira, 14 de julho de 2022

Carta do Leitor: Benedito Freire Sena

 

Meu caro Zenilton Meira! Quando os pianos estavam em quase todas as casas das famílias da burguesia e pequena burguesia, tocados pelas mocinhas nubentes nos seus saraus o proletariado geralmente rapazes iam para filarmônica. Lá  aprendiam música, recebiam fardamento para tocar nos eventos religiosos e de louvor á pátria,  geralmente o famoso dobrado que herdamos das marchas militares dos estrangeiros. Para os jovens significava um momento de  Garbo e era bonito de ver o maestro Manoel Valasques com sua elegância sutil no comando de mais de 40 participantes. Além disso estava garantido aos que se destacavam um lugar nas orquestras de bailes de formatura e carnaval, no brega, etc. Não só foi o poder público que contribuiu para o fim da Amantes da Lira, foram as músicas introduzidas nos bailes, a orientação militarizada. 

No decreto que criou a Secretária de Cultura está previsto a formação da Orquestra do Teatro Municipal, do Corpo de Dança, de Teatro, desde 2009. Portanto, há 13 anos, houve tentativas, mas nada foi para frente, pelo contrário até a Biblioteca Municipal querem voltar para 1943. 

O São João que se brigou tanto, virou um mega evento, o que aconteceu com a Vila Junina foi um horror, o que apelidaram de teatro depois de Palácio das Artes continuará a ser o Cine Auditorium,  repintado. 

Por fim, desculpe o vocabulário ancestral. Forte e afetuoso abraço. Benedito Freire Sena ( Bené Sena ) Filarmônica Amantes da Lira está morta e enterrada, nos escombros da antiga coletoria da Santa Luzia . Resta-nos agora, a Orquestra Clássica Popular criada por um filho da velha Filarmônica. (Zenilton Meita)

Nenhum comentário:

Postar um comentário