quarta-feira, 4 de maio de 2022

Arte popular e a cultura de massas.

                                                                  J. B. Pessoa

Nos últimos tempos, os conceitos de arte sofreram alterações, devido a várias interpretações; algumas das quais, ao sabor dos modismos existentes e de novas perspectivas criadas, a partir da imposição, de sempre existir uma arte de vanguarda.

Atualmente as artes passaram a serem distinguidas por um consenso informal, como arte de elite, arte popular e arte de massas. São termos usados pela mídia, obedecendo a uma visão sociológica, de como a arte interfere na vida e nas relações humanas.

A classificada arte de elite, também conhecida como arte erudita, conglomera as obras clássicas da antiguidade até a chamada arte moderna. São produzidas por renomados artistas, que são reverenciados por intelectuais reconhecidos. É uma arte que se dirige a um público restrito, de gosto sofisticado e requer uma interpretação mais apurada, com linguagens complexas, estudando o belo e o significado da existência humana.

A arte popular é um produto de inspiração folclórica, que traduz a concepção de artistas, os quais buscam em suas raízes uma motivação existencial. Seus autores são gente do povo e sua arte exprime suas experiências de vida. São pessoas que vivem no interior do país ou na periferia dos grandes centros. Artistas que nunca freqüentaram uma escola de arte, mas produzem obras de reconhecidos valores estéticos.

A arte de massas ou cultura das massas são criações artísticas, que servem aos interesses de grupos econômicos ou políticos, os quais visam o controle do povo através do entretenimento. Essa arte é produzida em escala industrial, destinada ao consumo generalizado. Financiadas por grandes empresas, os fabricantes desse tipo de arte utilizam os meios de comunicação, para escoar sua produção. A cultura de massas pode utilizar, tanto a arte de elite como a arte popular, para auferir seus objetivos.

Os ternos de reis, as cantigas de rodas e o xaxado são folclore, O samba, o choro, o baião e as marchinhas de carnaval pertencem à arte popular. Um quadro de Rafael, Van Gogh, Picasso ou Portinari são obras eruditas, como, assim também, uma sinfonia de Mozart ou uma peça teatral Shakespeariana. Entretanto, tudo isso pode ser utilizado pela cultura de massas, através, do cinema e da televisão.

A cultura de massas é produzida pela elite econômica e se destina a pessoas de modestos conhecimentos. São produzidos por profissionais, muitos dos quais, graduados em universidades, que visam certa homogeneidade, procurando atender ao “gosto médio” da população. O objetivo é o lucro. Seus produtores, quase nunca ou pouco se interessam para a evolução cultural da nação; contribuindo, de tal modo, para a passividade do povo e apoiando os idiotismos do mundo capitalista.

 

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