Charles Meira
Para
encontra uma foto de Pedro Pradera, quando em 1973 jogou no time da Associação
Desportiva Jequié e atender uma solicitação da sua grande amiga Dalva Rebouças,
Charles Meira começou uma difícil missão. Inicialmente procurou nos arquivos do
seu computador, em seguida pediu ajuda dos amigos e após aos jogadores da
década de 70, na esperança de encontrar o cobiçado retrato, que era também seu
desejo. Nos seus arquivos nada. Com os amigos Waldemir Vidal e Messias Memória,
inicialmente procurados por serem as pessoas mais indicadas, resposta negativa.
Nos arquivos de Edmilson, Dilermando, Maica e Petrônio, jogadores na época,
também não foi achado. Passados alguns dias, recebeu um telefonema de Edmilson
informando que Roberto, jogador da ADJ em 73, poderia ter a foto procurada. Depois
de ligar para pessoa errada e em seguida consertar o número discado, conseguiu falar.
Conversou mais de uma hora e felizmente Roberto tinha o retrato do time jogando
com Pradera e quatro dias depois enviou pelo ZAP, esta e outras em equipes na
época era jogador de futebol.
No dia
seguinte, Waldemir mandou algumas matérias sobre Pedro Pradera, que Charles
Meira aproveitou para resumidamente contar a história deste ótimo jogador que
atuou em 1973 no time do Jequié.
João Pedro
de Oliveira Pradera, Pedro Pradera (também chamado Zé Pedro ou Pedrão) vigoroso zagueiro, que nasceu no Rio de Janeiro
(RJ), em 24 de março de 1951. É casado,
tem sete filhos, formado em técnico de
computação, ficou conhecido como "Armário Alvinegro" durante o tempo
em que defendeu o ABC, ao lado, entre outros, do goleiro Hélio e compôs a dupla de zaga da Portuguesa com
Beto Lima no bom time do Canindé de 1975, que contava com um meio-campo formado
por Dema (que depois jogou no Santos), o saudoso Enéas e o bom Wilson Carrasco.
Em 1965 com 14 anos
foi morar em Brasília. Começou a jogar
nos juvenis do Pederneiras Esporte Clube em 1966, clube profissional do futebol
brasiliense. No dia 8 de
novembro de 1966, o Pederneiras derrotou o Vila Matias (campeão juvenil amador),
por 2 x 0, e conquistou o título de campeão absoluto da categoria de juvenis do
Distrito Federal, de forma invicta. Na partida final, o Pederneiras formou com
Laudislon, Dão, Pedro Pradera, Manoelzinho e Amazonas; Assis e Tota; Miluir,
Luiz, Geraldo e Melo. O técnico foi Zé Maria. Pedro Pradera marcou um gol na
competição. Ainda como jogador
do Pederneiras, Pedro Pradera foi em 1967 convocado para defender a Seleção
Brasiliense Juvenil (ou amadora) que disputaria as eliminatórias do Campeonato
Brasileiro da categoria, de 17 a 29 de janeiro de 1967, em Brasília. Uma das
formações da Seleção Juvenil do DF foi essa: Bernardo, Dão, Pedro Pradera,
Juarez e Serginho; Dazinho e Luizinho; Guairacá, Zé Carlos, Walmir (Alicate) e
Cabeleira. Técnico: Pedro Rodrigues.
Depois de encerrada esta competição,
transferiu-se para o time do Rabello, onde no dia 19 de novembro de 1967, o
Rabello venceu o Colombo, por 3 x 1, e conquistou o título de campeão
brasiliense de juvenis. Formou o Rabello nesse jogo com Celso, César, Pedro
Pradera, Melinho e Airton; Waldemar e Luizinho; Walmir, Jorge, Paulinho e
Alemão (Miluir). Técnico: Carlos Morales. Nos treinamentos, entre os
profissionais, em diversas oportunidades integrou o time reserva do Rabello. Na
condição de reserva, fez parte do time do Rabello que conquistou o título de
campeão brasiliense profissional. Em dezembro de 1968, conquistou o
bicampeonato juvenil, quando o Rabello derrotou o Cruzeiro por 5 x 2. Os
bicampeões do Rabello atuaram com Dominguinhos (Caxixa), Airton (Carlos), César
(Ivan), Emerson e Célio; Fernando José e Luizinho; Walmir, Paulinho, Arnaldo e
Zé Carlos. Participaram da campanha e não estiveram presentes neste jogo o
goleiro Caxixa e Pedro Pradera. O técnico era Carlos Morales.
No final de janeiro de 1969, foi para
Belo Horizonte, integrar a equipe de juvenis do Atlético Mineiro. Conquistou o
campeonato mineiro dessa categoria, atuando numa equipe que tinha, dentre
outros, em seu plantel, Vantuir, Humberto Ramos e Romeu. Em outubro retornou à
Brasília, depois de um desentendimento com o administrador da concentração do
Atlético Mineiro.
Foi para a S. E. Serveng-Civilsan em
1970. Por este clube, disputou o Torneio “Governador Hélio Prates da Silveira”,
obtendo a terceira colocação. Logo depois do encerramento dessa competição,
viajou para São Paulo, onde fez testes na Ferroviária, de Araraquara. Mesmo
levando carta de apresentação de técnico de Brasília, Pedro Pradera não aprovou
e retornou para Brasília.
Por indicação de Wilson Carvalhal, então
presidente do América, do Rio de Janeiro, foi para a Venezuela em 1971, jogar
no Anzoátegui F. C. Passou oito meses no futebol venezuelano. Era um bom
negócio, mas o tremor constante de terra por lá o fez voltar ao Brasil,
deixando o time onde jogava.
De volta ao Brasil em 1972, já como
dono de seu passe, Pedro Pradera foi convidado pelo Clube do Remo, do Pará, que
tinha como treinador João Avelino. Ficou por lá também oito meses, mas houve
incompatibilidade com a direção e acabou deixando o clube. O Remo ficou com a
terceira colocação no estadual desse ano. Também disputou o Campeonato
Brasileiro com a camisa do Remo. Em seu primeiro jogo, no dia 9 de setembro de
1972, na Fonte Nova, em Salvador (BA), o Remo empatou em 0 x 0 com o Vitória, formando
com essa equipe: Dico, Aranha, Pedro Pradera, Dutra e Lúcio; Dionísio, Hertz e
Tito (Suquinha); Fernando Camutanga (Cabecinha), Caíto e Peri.
No ano de 1973 Pedro Pradera foi para
o futebol da Bahia, passando a integrar o time da Associação Desportiva Jequié no campeonato baiano daquele ano.
Estreou no dia 21 de janeiro de 1973, na vitória de 1 x 0 sobre o Palestra.
Voltou depois para Brasília e, estava
acertando seu ingresso no Jaguar (chegou a disputar um jogo pelo campeonato
brasiliense amador desse ano), quando novamente foi convidado por João Avelino,
que treinava o Ceub para disputar o Campeonato Brasileiro pela primeira vez.
Disputou onze jogos nessa competição. Sua estreia aconteceu no dia 26 de
setembro de 1973, no Pelezão, no empate em 0 x 0 com o São Paulo. Formou o Ceub
com Rogério, Oldair, Pedro Pradera, Adevaldo e Rildo; Jadir, Alencar e Xisté;
Walmir, Dario e Juraci (Marco Antônio). Técnico: João Avelino.
Em 1974 Pradera disputou 18 jogos
pelo time do Ceub no Campeonato Brasileiro daquele ano. Embarcou posteriormente
com o Ceub em 1975 para uma excursão por gramados do exterior, no período de 1º
de maio a 13 de junho de 1975. Foi um giro de 16 jogos pelos continentes
africano e europeu, obtendo sete vitórias, dois empates e sete derrotas. Em seguida foi
convocado para a Seleção do DF que empatou com a de Minas Gerais, em 0 x 0, no
dia 13 de julho de 1975 e disputou apenas dois jogos pelo Campeonato Brasileiro
desse ano.
Dispensado pelo Ceub, Pedro Pradera
recebeu a proposta do ABC, indicado mais uma vez por João Avelino, onde chegou
à Natal no dia 14 de janeiro de 1976. No ABC encontrou o meio de campo
Raimundinho, que mais tarde viria a brilhar no futebol brasiliense. Sua
estreia aconteceu em 28 de janeiro de 1976, na vitória de 1 x 0 sobre o
Força e Luz. O ABC formou com Souza, Orlando, Pedro Pradera, Vágner e Vuca; Zé
Carlos Henrique, Raimundinho (Joel) e Danilo Menezes; Noé Soares, Zé Carlos e
Amauri (Jorge Demolidor). Foi vice-campeão potiguar pelo ABC em 1977, após
polêmica final contra o América, quando aconteceu o maior quebra pau entre os
jogadores dos dois times. A confusão generalizada fez com que o árbitro
paulista José Faville Neto encerrasse a partida aos 29 minutos do segundo
tempo. Todo mundo foi expulso e a conquista do título pelo América só foi
confirmada no “tapetão”. Neste ano, disputou o Campeonato
Brasileiro no primeiro semestre pelo ABC.
Ceub Esporte Clube -Brasília DF em 1974.
Em pé Pradera, Claudio Oliveira, Jorge Luis, Emerson, Rildo, Valdir Appel, Claudio Garcia (treinador) e não identificado. Agachados Marreta (massagista), Cardoso, Gilberto, Carlos Alberto, Péricles e Dario.
No dia 20 de agosto de 1978, estreou
no Campeonato Paulista com a camisa da Portuguesa de Desportos, na vitória de 3
x 0 sobre o Noroeste, no Canindé. A Portuguesa de Desportos formou assim:
Moacir, Marinho, Arouca (Botinha), Pedro Pradera e Nelsinho; Beto Lima, Eudes e
Elói; Enéas (Camargo), Dentinho e Darci. Disputou o
Campeonato Paulista pela Portuguesa de Desportos e antes do seu final de 1979
passou a disputar o Campeonato Catarinense pelo Criciúma, participando de nove
jogos. Também disputou o Campeonato Brasileiro da Série A pelo Criciúma.
Equipe que também disputou o Campeonato Brasileiro da Série B (também
chamado de Taça de Prata).
:
Em pé: Pradera, Nelsinho, Isidoro, Beto Lima, Daniel Gonzalez e Moacir;
Agachados:Tata, Enéias, Eudes, Wilson Carrasco e Eloi.
Em 1983 agora como técnico, dirigiu no
Campeonato Brasiliense da Primeira Divisão a equipe do Sobradinho em dez jogos.
No mesmo ano foi treinador do Gama em
14 jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro da Série A. Também foi o
treinador da Seleção do DF em dois jogos beneficentes em favor das vítimas das
enchentes que assolaram o sul do Brasil, nos dias 23 de julho e 4 de agosto de
1983.
Também como treinador da DF enfrentou
a Seleção Brasileira de Novos no dia 15 de dezembro de 1983, no Mané Garrincha.
A seleção brasileira venceu por 2 x 1.
Depois foi um dos treinadores a
comandar a equipe do Brasília na conquista do campeonato brasiliense da
primeira divisão de 1984, ao substituir Mozair Barbosa. Antes do encerramento
da competição, foi substituído por Jorge Medina.
Em 1985 Pedro Pradera lançou no
mercado do futebol os “Bonecos Didáticos”, cada um com 1,95 cm de altura,
infláveis e que poderiam ser colocados em qualquer lugar do campo,
principalmente no treinamento de cobrança de faltas, servindo como barreira.
Foi técnico do Sobradinho, no
Campeonato Brasileiro da Série A em 1986 e após sofrer duas derrotas em
Brasília, para Vasco da Gama e Corinthians, foi demitido e substituído no
comando por Bugue.
Em seguida foi treinador em 1989 do
Planaltina em 18 jogos válidos pelo Campeonato Brasiliense da Primeira Divisão.
O Treinador a seguir treinou o
Luziânia em seis jogos do Campeonato Brasiliense da Primeira Divisão de 1998, onde
estreou no dia 1º de fevereiro, na derrota por 2 x 1 para o Ceilandense. Sua última
partida foi no dia 21 de fevereiro, no empate em 1 x 1, com o Gama.
Em 2000 foi treinador do Brasília
no Campeonato Brasileiro da Série C e em apenas três jogos à frente do
Brasília no Campeonato Brasiliense da Primeira Divisão de 2001.
No
final Charles Meira incluiu nesta matéria dois depoimentos que consegui com
Jogadores que atuaram com Pedro Pradera no Jequié.
Edmilson
goleiro do Jequié em 73, considerava Pradera era um zagueiro viril e lento, mas
sempre estava bem posicionado em campo, colando com os atacantes e geralmente
antecipando, não dando chance para os mesmos dominarem a bola e partirem para
cima dele. Disse que ele veio com o atacante Dionísio e residiram na Avenida
Rio Branco.
Roberto meia esquerda na mesma época,
disse que por ser alto e muito forte, chegava fazendo faltas no adversário,
entretanto sabia também dominar a bola no peito e sair jogando com perfeição.
Como ser humano era fantástico.
Pedro
Pradera com 71 anos de idade, atualmente reside em Brasília-DF.
(A matéria teve informações de Emílio A. Duva/via BlogARCosta e do Almanaque do Futebol Brasiliense)
Adorei a saber como tudo sobre Pradera Charles ms do ou bem, agora sabemos muito sobre Pedro Pradera, graças a curiosidade de Dalva Rebouças. Muito legal!!
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