segunda-feira, 4 de abril de 2022

A História da Burguesia.

                                                                    J. B. Pessoa

Qualquer cidadão que progride na vida, honestamente ou não, é taxado de burguês. Esse é um termo conhecido por todos. Entretanto, ainda é uma palavra que denota certo desprezo em muitas pessoas, principalmente àquelas que não conhecem a sua história.

Na época dourada da filosofia marxista, quando ser comunista, era sinônimo de uma pessoa honesta, culta e inteligente, o termo burguês era altamente ofensivo, principalmente nas universidades públicas brasileiras.

Nessa época, quando a imbecilidade reinava entre artistas e universitários de formação intelectual duvidosa, o termo passou a ser totalmente pejorativo, a ponto de que, muitos jovens ricos e equivocados, passassem a esconder às suas condições naturais. Era o tempo em que, os jovens, ricos ou pobres, saudáveis e estudiosos eram considerados alienados burgueses, pelos modernosos de então, pois uma parcela da juventude se subdividia em hippies ou comunistas.

Quando o mundo político vivia as incertezas da Guerra Fria, o mundo intelectual vomitavam as aberrações da chamada "Contra Cultura", a qual marcou, substancialmente, as gerações posteriores, fazendo estragos até os dias atuais. Nessa época, ninguém se preocupou em contestar a História da Burguesia, vista sob o prisma marxista.

Enquanto a Igreja vivia a sua primeira fase existencial, dentro das concepções platônicas, herdadas do Concílio de Nicéia, pode o povo europeu, antes escravizado na era romana, viver sob a condição de servos da gleba, protegidos pelo papa. A partir do Século XI, com a infiltração dos príncipes na Igreja, criando o chamado feudalismo eclesiástico, os pobres foram sendo explorados de forma cruel e sistemática. Com o aumento populacional da Idade Média, muitos deles foram expulsos de onde viviam, sendo relegados à própria sorte. Vivendo como mendigos, ou da caça ilegal, em pequenas vilas ou burgos, seus habitantes foram classificados de vilões ou burgueses, vindo daí a origem do termo.

Nas parcas condições em que foram cometidas essas criaturas, a maioria sucumbiu ao extermínio imposto pelo feudalismo. Contudo, apesar do sofrimento e miséria, era o alvorecer de uma classe social, predestinada a dominar o mundo e o futuro da humanidade.

Das mais humildes condições, pode os pobres burgueses evoluir, através das suas persistências, no comércio, na arte e artesanato, solidificando às primeiras indústrias. No feudalismo, a maioria dos senhores feudais tinham mais poder do que os reis; os burgueses se aproveitaram disso e, aos poucos, foram se associando aos monarcas, ajudando-os a estabelecer o absolutismo real em toda a Europa. Foram os burgueses enobrecidos (fidalgos) lusitanos, que fundaram o primeiro estado nacional moderno: Portugal.

Quando o poder real, protegido pela Igreja, começou a incomodar, os burgueses fizeram a Reforma na Igreja, criando o protestantismo e mais tarde duas revoluções, a americana, com sua democracia e a Revolução Francesa, liquidando, pra sempre, o feudalismo e inaugurando uma nova etapa mundial.

Os burgueses criaram o mundo político e econômico moderno. Sua Ciência, antes pesseguida, foi protegida pela reforma religiosa, que culminou com o primeiro homem a pisar na Lua.

Depois dos burgueses no poder, houve tentativas esdrúxulas da implantação do velho ideal socialista. Porém, por ser uma ideologia utópica, não deram frutos plausíveis; contudo, a ideia persiste, com seus anacrônicos militantes tentando fazer o impossível: acabar com a burguesia.

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