“Habemus
candidatus”. A fumaça branca foi lançada no Palácio de Ondina e o grupo
político que comanda a Bahia chegou a um consenso sobre a chapa majoritária
para a corrida eleitoral de 2022: Otto Alencar (PSD) será apresentado como
candidato a governador e Rui Costa (PT) tentará uma vaga no Senado. A decisão
inclui a retirada da candidatura posta de Jaques Wagner (PT) ao governo, com o
senador assumindo a coordenação de campanha a presidente de Luiz Inácio Lula da
Silva. O anúncio não será formalizado ao longo dos próximos dias - ou até que
aconteçam as conversas com lideranças nacionais e locais dos partidos aliados.
As informações foram confirmadas por pessoas que participam das negociações ao
Bahia Notícias, desde que em condição de anonimato.
A operação para a mudança de posições da composição envolveu o
processo de convencimento de Otto para abandonar a campanha de reeleição ao
Senado, após Rui decidir ser candidato ao posto e pressionar Wagner contra a
parede. O ex-governador, ainda que não tivesse como prioridade voltar ao cargo,
havia embarcado no projeto para garantir a manutenção da aliança política (entenda aqui).
Na metade do mandato como senador, Wagner tinha o conforto do apoio das
legendas aliadas, endossado pela própria cúpula petista e pelos deputados
federais e estaduais. Todavia, Rui “bagunçou” os planos do grupo.
Até aqui, Otto tem reiterado a candidatura a senador (lembre aqui).
Todavia, com a articulação do colega de Casa e de partido, Angelo Coronel,
houve o entendimento de que era viável a tentativa dele ser candidato ao
governo. Durante toda a quinta-feira (24), os envolvidos - com exceção de Rui,
que cumpre agenda no interior - intensificaram as conversas para aparar as
últimas arestas. O caminho é tratado como definitivo, mas ainda depende do aval
de dois caciques nacionais: o próprio Lula e o presidente nacional do PSD,
Gilberto Kassab, que publicamente tratou a candidatura de Otto como uma “punição”.
É esperada uma "foto" do apertar de mãos entre Kassab e Lula, algo
que não perpassa por um apoio dos socialdemocratas ao ex-presidente ainda no
primeiro turno, como chegou a circular nos bastidores.
A posição de Wagner foi alterada após o ex-governador ficar
exposto pela movimentação feita por Rui ao longo dos últimos dias. O petista
não admitirá o desconforto, mas, ao migrar para a campanha de Lula, encontra
uma “saída honrosa” para a cama de gato criada pela candidatura de Rui a
senador. Ele, inclusive, participa de uma reunião em São Paulo, nesta sexta
(25), onde fará a comunicação oficial aos membros do PT nacional. (Bahia Notícias)
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