A Matinha da Uesb, localizada no campus de Vitória da Conquista, foi o ambiente escolhido(Foto Ascom/UESB).
As flores podem ser encontradas de inúmeras espécies e em todas as partes do mundo. Comumente, são atribuídas a elas os símbolos da beleza, encantamento e fragilidade. No entanto, poucos sabem que a flor é órgão de reprodução das plantas, a parte que produz a semente e, consequentemente, o fruto. Buscando compreender os processos de reprodução das flores, Tâmara Samile Santos, discente do curso de Ciências Biológicas da Uesb, campus de Vitória da Conquista, escolheu uma espécie de orquídea como tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso. “Luz, câmera, ação: documentário sobre a biologia reprodutiva de Cyrtopodium holstii (Orchidaceae)” aborda o processo de pesquisa da estudante, sob a orientação da professora Cecília Oliveira de Azevedo, do Departamento de Ciências Naturais (DCN). “Embora a maioria das pessoas associem as flores a algo sensível e frágil, elas são, na verdade, os órgãos reprodutivos das plantas que servem para chamar a atenção não de outras plantas, mas, sim, de animais”, revela a aluna, que apresentou sua pesquisa através de um filme científico. Para desenvolver o trabalho de pesquisa, as autoras procuraram entender as estratégias reprodutivas das espécies, sobretudo, a Cyrtopodium holstii. “Como as plantas não podem andar para encontrar os seus parceiros, elas fazem com que os insetos trabalhem para elas. São eles que vão propiciar a mistura do material genético masculino e feminino. Eles atuam como transportadores de gametas e os chamamos de polinizadores”, explica a docente. “Para ‘convencê-los’ a trabalhar para elas, as plantas oferecem recompensas e adotam estratégias para chamar sua atenção, como cores, cheiros, e néctar”, completa a discente. A Matinha da Uesb, localizada no campus de Vitória da Conquista, foi o ambiente escolhido por Tâmara para a realização do seu trabalho de pesquisa (Foto). Para tanto, aluna e professora passaram a observar os polinizadores e atuaram, também, como polinizadores artificiais, ou seja, fizeram cruzamentos manuais para tentar entender o processo de reprodução da planta, uma vez que um terço das espécies de orquídeas não oferece nenhum tipo de recompensa para os insetos. O vídeo documentário teve suas imagens de campo gravadas entre novembro de 2017 e novembro de 2019. O filme foi produzido por meio de uma parceria do curso de bacharelado em Ciências Biológicas com o curso de Cinema e Audiovisual da Uesb. Além da tradicional monografia, os estudantes da graduação em Biologia podem elaborar o TCC em forma de um filme de divulgação científica. (Ari Moura)
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