segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Os “capachildos”.

                                                           Carlos Éden Meira

A subserviência é uma das mais indignas, mais ridículas, mais vergonhosas das condições humanas. O indivíduo subserviente não tem respeito por si mesmo, e, quando demonstra respeito por alguém é meramente, um puro ato de bajulação. Os subservientes quando estão entre pessoas influentes, fingem não ver velhos conhecidos que porventura estejam ali por perto, se esses velhos conhecidos forem pessoas cuja importância naquele momento está distante dos seus asquerosos interesses. Os subservientes ou capachildos são “moleques-de-recado” dos seus superiores, ouvem terríveis xingamentos e descomposturas de seus chefes na presença de outras pessoas, e ainda ficam sorrindo amarelo, com aquelas caras de “sinhá mariquinha cadê o frade”. Não têm caráter, não têm senso de ridículo, não são solidários com os problemas de sua própria classe social, pois, preferem cuidar dos interesses dos ricos dos quais lambem até as solas dos sapatos.

Dá náusea vê-los em ação num evento qualquer, a rir exageradamente das piadas mais ridículas, quando contadas por um de seus “ídolos superiores”, num grupo de conversas. Ficam inquietos, desesperados, quando veem uma câmera se aproximando, e procuram se posicionar o mais próximo possível daquele que em suas bajuladoras concepções, for o mais importante da roda. Com um sorriso idiota nos lábios, ficam olhando para todos os lados para ver se as demais pessoas presentes ao evento os veem ali entre as “celebridades”, sendo filmados. É o seu momento de “glória”!

Extremamente hipócritas, os capachildos se fazem de religiosos frequentando entidades religiosas diversas para bajular seus respectivos líderes, sempre visando mesquinhos interesses próprios. Na política, quase sempre se dão bem, pois, sem escrúpulos nem caráter, encontram aí o ambiente propício para pôr em prática o seu servilismo exacerbado. Incapazes de ideais mais elevados, seus anseios visam somente obter recursos para realizar seus ridículos sonhos de consumo, tentando imitar aos trancos e barrancos, o padrão de vida de seus superiores. No meio artístico e cultural, não têm opinião definida. Gostam daquilo que a mídia diz que é bom, ou daquilo que os seus superiores gostam, só para bajular. Em compensação, os capachildos não são radicais, pois, sua ideologia é puxar o saco de quem estiver “por cima”, não importa de qual partido político, de qual raça ou de qual religião. Justiça seja feita!

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