Para conseguir esta
entrevista, solicitei inicialmente ajuda do amigo Waldemir Vidal, comentarista
esportivo para tentar encontra-lo, entretanto a procura nunca que era concretizada.
Apelei também para todas as pessoas que supostamente conheciam o atleta, mas
mesmo assim não tive nenhuma resposta positiva. Em 30/10, depois de um encontro
com Vidal no Museu Histórico de Jequié para tratar sobre o livro da ADJ, saímos
a procura da filha de Hugo. Estivemos em dois endereços, contudo não conseguimos
encontrá-la. Dando prosseguimento a nossa busca encontramos por acaso Pascoal, um
grande amigo que também foi jogador amador da mesma época, próximo a
Delicatessen São José, local onde iriamos tentar informações do jogador. Para
nossa satisfação ele nos informou o local correto de trabalho da filha de Hugo. Naquela manhã conversamos com Barbara e conseguimos o contato telefônico do seu
pai e ainda fomos orientados da maneira certa para dialogar com ele, pois
segundo a jovem seu pai é muito temido e avesso a entrevistas. Chegado em casa
liguei para o celular de Hugo e marquei o encontro. Foi difícil, mas consegui
entrevistar na manhã de 01/11/2021, no antigo Mercado Municipal de Jequié,
localizado na Praça da Bandeira Hugo Vitamina, jogador de futebol, que atuou no
amadorismo da nossa cidade na década de 60 e início de 70. Pela importância
dele que é considerado por todos um craque do futebol amador de Jequié, teria
que fazer parte do livro, que vai contar um pouco da história do futebol amador
e profissional de Jequié.
Hugo Souza Ferreira,
mais conhecido por Hugo vitamina, porque gostava e gosta de vitamina de frutas
é filho de Alcides Ferreira da Silva e Huri Souza Ferreira e nasceu em 16 de
agosto de 1940 na cidade de Jequié – BA, no distrito de Boaçu.
O nosso entrevistado Iniciou
os estudos no Grupo Escolar Castro Alves, depois foi para o Ginásio de Jequié e
a seguir encerrou os estudos no período da noite encerrou os estudos no
Instituto de Educação Régis Pacheco fazendo o curso Contabilidade, que era
ministrado pelo Professor Gildélito Ferraz, pois o que ele queria mesmo era ser
jogador de futebol.
Logo que chegou de
Boaçu, com 12 anos de idade o menino começou a jogar futebol no bairro do Campo
do América nos babas que eram realizados na Avenida Rio Branco, onde tinham
postes no meio da rua. Começou jogando de atacante e fazia muitos gols. Atuava
com a turma que também morava no bairro. Faziam parte das peladas: Geraldo Zibumba,
Roque Bicudo, que depois fez dupla de zaga com ele, Jurandir e Pedro seu irmão,
na época atuando de zagueiro. Seus primeiros times com essa idade foram o Campo
do América e o Vasco da Gama, equipes do bairro onde morava e jogou até 18 anos
quando fez o Tiro de Guerra.
Hugo deu uma pausa no
futebol e disse que a mais de 45 anos casou-se e deste primeiro enlace
matrimonial tem três filhos, sendo dois homens e uma mulher: Hugo Júnior,
Aníbal e Barbara. Do segundo casamento falou que é casado com Maria Almeida
Pólvora e tem três filhas: Maria da Conceição, Uga e Cíntia e que aos 32 anos
de idade fez concurso e começou a trabalhar na Prefeitura Municipal de Jequié.
Time do Estudante, campeão invicto de 1967.
Depois destas informações voltou a falar sobre o futebol, dizendo que foi levado para o time do Estudante por Pedro Sabu, equipe que jogou até abandonar o futebol. Em seguida falou da formação desta equipe começando pela dupla de zaga que era formada por Hugo e Roque Bicudo, lateral esquerdo João Potó, lateral direito Agenor, goleiro Paulinho, ponta direita Zé do Bife, meio de campo Hije e Jurandir, no ataque Paulinho de Santa Inês e na ponta esquerda Marco, time que foi campeão invicto em 1967. Que o Estudante jogou com as equipes do Jequiezinho, Botafogo, América, na cidade de Maracás e outras localidades vizinhas, no município de Itambé e Conquista.
Em 1967, Hugo Vitamina foi convocado para a Seleção Amadora de Jequié, para ele a melhor formada em Jequié, um timaço, que jogava tocando a bola tranquilamente, nada de chutão, equipe dirigida pelo técnico Izidório que jogava no esquema quatro três, três, contra tacando com o ponta direito Zé do Bife que corria muito.
Seleção Amadora de Jequié de 1968.
Edmilson, Zé Augusto, Hugo, Jurandir, Roque Bicudo, João Potó e Osório.
Zé do Bife, Bara, Dete Leão, Bajara e Marco.
Seleção Amadora de Jequié de 1969.
Tufu, Maíca, Hugo Vitamin, Zé Augusto, Edmilson e Raimundão
Josival, Dete Leão, Dilermando, Bajara, Hije
Na opinião de Hugo as seleções de 1968 e 1969, que também atuou foram muito boas. Disse também que Paulinho de Santa Inês não foi para o Jequié porque também se contundiu e Dete leão chegou a treinar, entretanto não ficou, mas era bom Jogador. No conceito de Hugo Josivaldo ponta direita que jogava no América e Paulinho de Santa Inês no Estudante foram os melhores jogadores amadores de Jequié naquela época. Em 1970, Hugo assinou contrato no time da Associação Desportiva Jequié para jogar o Campeonato Baiano de Futebol, contudo se contundiu no treinamento para atuar contra o São Cristóvão e teve que sair de campo nas costas do Massagista Foca e foi levado direto para o hospital. Foi operado duas veze dos minúsculos, porém voltou antecipadamente aos campos e num buraco torceu novamente o Joelho e foi aconselhado pelos médicos não mais jogar. Nosso craque, sorrido, disse que ficou sentido porque a Bahia toda não pode vê-lo jogar e no mesmo clima foi modesto ao considerá-lo um jogador razoável e também relatou uma lembrança de uma jogada que fez em Jequié atuando contra o Fluminense de Feira, partida que perderam. O lance aconteceu, quando uma bola foi lançada na área do Jequié para os atacantes do Fluminense e ele subiu matou a bola no peito colou no chão e fez um gesto que iria atrasar para o goleiro Edmilson e rápido virou, enganando os atacantes e saiu tocando a bola para o jogador do meio de campo, deixando Edmilson puto da vida, esbravejando e lhe chamando de filho da puta e reclamando para que deixasse de brincadeira. Segundo Hugo, neste lance ele foi aplaudido pela torcida. Na ocasião que os médicos decidiram operar Hugo, o treinador Maneca ficou muito sentido pois o considerava um jogador imprescindível para o time e além disso era brincalhão e descontraia a turma, perturbava João potó, brincava com Dilermando, que de fora da área sempre fazia belos gols, Tanajura que era um rompedor e Edmilson um gozador, mas excelente goleiro, um time muito bom.
No termino da entrevista contou que se aposentou em 2011 e depois trabalhou durante 10 anos com taxi nas praças na Luiz Viana e Rui Barbosa e que atualmente é um andarilho, fazendo suas caminhadas, mas não anda muito por causa do joelho operado. Hugo ainda agradeceu a entrevista realizada e que continuava a nossa disposição.
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