J. B. Pessoa
Deus
é religião!... Porém, nenhuma religião representa Deus. Por mais altruísta que
seja, a doutrina de uma religião, fundamentada em uma ideia, tida como
verdadeira, é necessário entender, que tudo isso são frutos das concepções
humanas. Essas concepções, mesmo que sejam revelações de origem divina, as
quais foram concebidas em tempos e espaços diferentes, e em circunstâncias
especiais, sofreram alterações em suas conjunturas, maculando os seus livros
sagrados, conforme os interesses das diversas organizações religiosas
existentes, ao longo da História.
As
primeiras civilizações conceberam as suas religiões, amoldando os seus costumes
e lendas às adversidades do meio ambiente em que viviam, como também dos
antagonismos existentes entre os diversos povos dessas regiões. No Vale do
Ganges surgiu o hinduísmo e na Região dos rios Tigre e Eufrates as denominadas
religiões abraanicas. Todas essas religiões conceberam as suas sagradas
escrituras ou livros sagrados, os quais contam com bilhões de adeptos no mundo moderno.
Entre
os muitos livros sagrados existentes em diversas religiões humanas, como o
Alcorão, dos islâmicos e os Vedas, do hinduísmo está a Bíblia Sagrada
judaica-cristã. A Bíblia é um conjunto de livros, venerados pelos povos
ocidentais. Desse magnífico compêndio foram excluídos vários livros ou tiveram
textos modificados, de acordo com os pareceres de grupos religiosos
representando alguma religião, tida como verdadeira.
Essas
questões, sempre caem em divagações, ao sabor dos interessados em manter seus
conceitos ortodoxos, os quais levam ao fundamentalismo religioso, ferindo o
livre arbítrio do crente em crer ou não.
As
pessoas que acreditam na coerência das ideias, questionam muitas passagens
bíblicas. É preciso entender que a complexidade bíblica é relativa à evolução
intelectual, moral e espiritual do indivíduo. É um compêndio formado por vários
livros e divididos em duas etapas: uma antiga e outra moderna, elaboradas
conforme a evolução cultural de suas épocas! Torna-se necessário, saber
interpretetar as suas manifestações com prudência. Além disso, existe os
livros, que foram retirados da bíblia, constituindo os chamados apócrifos
bíblicos, a exemplo do livro de Enoque, do Velho Testamento, encontrado entre
os pergaminhos do Mar Morto. Não podemos esquecer dos diversos evangelhos
apócrifos, que foram desprezados no grande concílio de Nicéia, cidade da Ásia
Menor, hoje Turquia. A Bíblia, como a conhecemos, foi elaborada nesse famoso
concílio em 325 AD., no qual foi criada a Igreja Católica Romana. Foi redigida
em grego, pela influência do helenismo e, mais tarde, surgiu a a Vulgata
Latina, redigida no latim vulgar. Nos últimos tempos, o moralismo paradoxal de
algumas neopentecostais, retirou da bíblia católica o livro "Cântico dos
Cânticos" atribuído a Salomão, filho de Davi. A grande pergunta é a
segunte: Se a Bíblia é imutável, por que tantas correções, causando apreciações
diferentes, entre diversas opiniões?!!!...
Para
alguns eruditos, a Bíblia Sagrada é uma manifestação divina de Deus, lançada em
palavras adequadas para a compreensão de todos em épocas diferentes. A criação
do mundo, na narrativa bíblica, não contradiz a moderna teoria do Big Bang; o
homem feito do barro, com o aparecimento da célula mãe de toda a matéria
orgânica; o surgimento da vida no planeta, com a tese científica da Evolução
das Espécies!... "Do pó vineste e ao pó voltarás". Todo o problema
está no fundamentalismo religioso!...
As pessoas inteligentes que tem fé, cultas ou não; independentemente das religiões, elas conseguem conversar com Deus, lendo os seus livros sagrados, tendo-os como intermediários entre o Criador e a criatura.
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