J. B. Pessoa
Nas brumas da escuridão,
A Lua apareceu!
Iluminou um homem,
Projetando-lhe uma sombra!
E a sombra perguntou ao homem:
- Quem és tu?
O homem respondeu:
- Sou escravo da tristeza!
Não! – Disse-lhe a sombra.
- Tu aprisionaste a tristeza
E só tu podes libertá-la!
Então, homem perguntou à sombra:
- Como posso a tristeza libertar?
Disse-lhe ela, sobrepensado:
- Mergulhando na tua
insignificância
E conhecendo tuas possibilidades!
Eliminando o teu orgulho
E suprimindo a tua vontade!
Destruindo o teu medo
E amando a ti mesmo,
Como desejas ser amado!...
E no silêncio da noite,
Muito Tempo, depois!
Quando a fria Lua, distante,
Tronou a Sombra mais atroz.
Perguntou-lhe, a impertinente:
- Não acataste o meu conselho?!
Oh!... Quão triste tu estás!
Respondeu- lhe o homem:
- Orgulho, vaidade e desejos,
Em minha alma não voltará!
Contudo, a vontade de ser feliz,
Em meu peito permanecerá!
Objetou-lhe a sombra:
- A felicidade é o Bem
Supremo!...
Será que tu a mereces?
- Não sei! – Disse-lhe o homem.
- Mas serei correto para
merecê-la,
Pois ao sábio disse-lhe o
oráculo:
“A melhor coisa para o homem,
Que é impossível de acontecer,
É ele não existir!”
Jequié, 2021.
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