terça-feira, 4 de maio de 2021

Esquerdinha - um canhoto bom de bola.

Nos tempos dos babas, Feira de Santana era uma verdadeira “fabrica” de bons jogadores. Havia campos em todas partes da cidade. Campos dos casados, Usina de Algodão, (eram dois), Estação Nova, espinho, Palmeira, Bangu, Kalilandia, Horto, Tanque da Nação, Gastão Guimarães, Colégio Estadual, da palmeira, do São Paulo, esses no centro e de dimensões compatíveis com campos oficiais, não se falando aí nos de pequenas dimensões e nos campos de quintais. Nessa época sugiram grandes jogadores e dentre eles um dos melhores laterais pela esquerda do futebol feirense. Valmir Ferreira Mendes, que viria a se popularizar como Esquerdinha e para alguns amigos Baby. 

Esquerdinha e Willy, irmãos e laterais craques de bola.

Natural de Conceição de Maria e de uma família de ótimos jogadores. Wilson da Decoram, Antônio Canhoteiro, Valdézio, Valdoberto Yoio, Valfrido, Vivaldo e Willy, este excelente lateral direito e atual presidente do São Paulo. Esquerdinha começou com os irmãos no campo da serraria (campo da serraria de Godofredo Carvalho, que existia onde hoje é a subestação da Coelba) na avenida Maria Quitéria, e logo chamou atenção chute violento com o pé esquerdo, ótima impulsão, velocidade, drible e passe preciso. Era um lateral moderno para a época já que avançava muito no apoio e saia bem pelo meio de campo como meia-armador.

Bahia de Genésio, Liberdade do Tenente Aranha, Vasco, Flamengo e Seleção de Feira que conquistou o Intermunicipal foi a rápida Trajetória de Esquerdinha no futebol amador. Entre 1967 e 1969 ele atuou no Vasco de Feira que disputou o campeonato baiano da segunda divisão de profissionais, em 1970 foi contratado pelo Jequié, onde viveu grande fase. Essa performance atraiu as atenções de alguns clubes dentre eles o América do Rio de Janeiro, que era dirigido por Evaristo de Macêdo, mas o receio de ficar longe da família – os pais Lauro e Catarina Mendes e os 12 irmãos, fez com que Esquerdinha não aceitasse o convite. Voltou para esta cidade onde atuou por pouco tempo no Bahia de Feira e esteve na eminencia de ir para o futebol sergipano, mas preferiu, mais uma vez ficar com a família e deixar o futebol.


                                        Associação Desportiva Jeq
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Do Jequié são as melhores recordações da época de profissional, principalmente da memorável vitória sobre o Bahia por 2 x 1, quando além de anular totalmente o meia Baiaco, que era a estrela e o termômetro do time da capital, Esquerdinha foi escolhido pela crônica esportiva como o melhor jogador em campo. Nesse jogo, em 1970, Dilermando (hoje médico em Feira) e Marcos fizeram os gols do time da morada do sol e Sanfilipo para o Bahia. Ele não esquece a formação do azulino nessa memorável vitória: Edmilson, Tufú, Carlinhos, Zé Augusto e Esquerdinha, Maica e Chinesinho, Flori, Dilermando, Tanajura e Marcos. O técnico era Geraldo Pereira.

O Bahia derrotado pelo Jequié tinha excelente equipe: Jurandy, Nelson Cazumbá, Zé Oto, Adevaldo e Pais, Amorim, Elizeu e Baiaco, Carlinhos Gonçalves, Sanfelipo e Artur. Freitas Solich era o técnico. Esquerdinha  era um jogador veloz que além de marcar muito, era difícil o atacante passar por ele, saía com facilidade da defesa para o ataque e finalizava bem, com chute muito forte. Contra o Redenção na Fonte Nova marcou um “golaço”. Pegou a bola no meio de campo passou por três adversários e mandou para as redes. Contra o SMTC, também na Fonte Nova outro bonito gol cobrando falta de forma indefensável.

Um fato que ele não esquece no futebol ”O nosso prefeito José Ronaldo de Carvalho estava em Salvador participando de uma convenção política, e em dado momento ligou para mim e anunciou que iria passar o telefone celular para uma pessoa que eu conhecia muito. Para minha surpresa era o senhor Gileno Fonseca na época diretor do Jequié e atual prefeito de Itagibá, que muito emocionado lembrou os bons tempos que vivi naquela cidade, defendendo o Jequié” destaca o antigo lateral esquerdo. Ele também recorda do Vasco, que disputou o campeonato baiano de profissionais na década de 60 e aponta a melhor formação: Vando, Gileno, Carlão, Eli e Esquerdinha, Geraldo, Fernando Macaco, Juarez, Nem, Zé Plínio e Pontinha. O técnico era Setenta e Quatro (José Francisco dos Santos). Funcionário Público municipal, há 22 anos, Valdir Ferreira Mendes – Esquerdinha, é casado com dona Djanira e tem quatro filhos. No serviço público, dedica-se ao trabalho com a mesma determinação e respeito que marcou sua vida no futebol. (Jornal Folha do Norte - Feira de Santana - BA, sexta-feira 03/01/2014. Arquivo particular de Dilermando)

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