terça-feira, 30 de março de 2021

ADJ Empata com o Fluminense, com o Botafogo e vence o Ipiranga na Fonte Nova.



Havíamos prometido que no final do primeiro turno, comentaríamos sobre a atuação da ADJ, numa análise sincera e sobre tudo honesta de como sentíamos a presença do time local no certame baiano de futebol.

Iniciando o certame, notava-se que continuava a existir no time um espírito amadorismo que contribui muitas vezes, mas que chega também a prejudicar, quando levado ao extremo, como se podia notar.

Nos bancos de reserva nem só o técnico trabalhava. Muita gente, que nada tinha com o “negócio” orientava o time e isto, para quem tem bom senso, não ajuda, atrapalha. Enquanto a ADJ vencia, - por sorte, absolutamente – todo mundo batia palmas. Mas, quando os adversários sentiram nossa falta de estrutura e foram aproveitando, como o Bahia, como Ilhéus, como Leônico, como Conquista, e outros, fazendo com que perdêssemos preciosos pontos na tabela, alguém foi entregue aos leões: Maneca Mesquita.

Contrataram novo técnico. Mudanças foram efetuadas no Jequié chegou ao final do terceiro lugar, colocação que para um modesto time do interior e deveras brilhante. Poderíamos obter melhor colocação, não fossem as derrotas sofridas e lamentavelmente a contra o Leônico, que por certo mereceu a “exdegola” do técnico Maneca. Contratado Enaldo Rodrigues taticamente se estruturou o quadro, aproveitando Zé Augusto e Rabelo, dois homens positivamente craques de uma mesma posição, mas de que, sob a orientação de Enaldo foram lançados juntos, louvando a performance de Zé Augusto que já estava sendo atirado as feras, inclusive por nós próprios, já que o assistíamos como eterno sacrificado de um time sem estrutura, sem base, sem preparo técnico e físico.

 Ao que nos parece, os que Maneca deixou como “mandões”, do nosso futebol não chegaram mais a incomodar, permitindo que Enaldo trabalhasse como devia fazê-lo haja vista para a radical transformação no esquema do time, que, nos primeiros empates sob a sua orientação não permitiu a penetração do ataque adversário, fechado com o homem praticamente na sua defensiva. Com o Ipiranga, ontem, Enaldo deu mais asas aos meninos e conseguimos vencer o jogo, mais, sobretudo, preocupado com a retaguarda. Então, se observou nos três encontros que Enaldo dirigiu uma base, uma estrutura tática e um esquema técnico, isto evidentemente nos estava faltando... Mas, ao encerrar o primeiro turno, que quando poucos dias nos esperam para o próximo combate, haveremos de deixar patentes do aqui, neste comentário despretensioso, um agradecimento sincero aos que, direta ou indiretamente ajudaram o nosso clube, principalmente o ex-técnico Maneca, que, malgrado seus erros, sempre foi um homem que procurava acertar e sobretudo, que Jequié deve muitas alegrias. Vamos abrir uma campanha agora. Vamos convocar todos os jequieenses para ajudar o nosso clube. Teremos forçosamente de adquirir novos jogadores e obviamente teremos de dispender dinheiro. Que cada qual sem prejuízo de seus orçamentos, colabore com a ADJ. Vamos sugerir que os diretores procurem as escolas primárias, os colégios secundários e científicos e peça a cada aluno que ofereça Cr$ 0,50 (cinquenta centavos). Vamos pedir a cada jequieense que nos ajude porque o segundo turno está aí nas portas, e se continuar Enaldo orientando o time, recebendo o apoio da diretoria e os jogadores compenetrados de suas responsabilidades, vamos marchar para grandes conquistas.

Mas lembrem-se: deixe o técnico trabalhar. E não metam o bedelho onde não é chamado... (Jonal Jequié - 07/06/1971 - Fonte: Biblioteca Luiz Neves Cotrim do Museu Histórico de Jequié - Material fornecido pelo Museólogo  Antônio Varjão Matos).

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