sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

2021: UMA ODISSEIA FORA DO ESPAÇO.

                              Professor Jorge Barros

Coluna Jorge Barros: 2021:UMA ODISSEIA FORA DO ESPAÇO2001: Uma Odisseia no espaço (1968), do grande diretor Stanley Kubrick (1928-1999), é tido pela maioria dos críticos de cinema como o filme que revolucionou o gênero ficção científica, endossado por reflexões filosóficas, poesia, agonia e mistério. Não à toa que que gênios do porte e da dimensão de George Lucas (Guerra nas estrelas), James Cameron (Alien, o oitavo passageiro -Parte II, Avatar) e Stevan Spielberg (Contatos imediatos do terceiro grau, E.T.) bebem muito na sua fonte de inspiração e genialidade. O título desta coluna, de propósito, faz uma paródia dessa produção cinematográfica. 2021 nasceu no dia primeiro de janeiro, exatamente depois do último segundo do dia 31 de dezembro do ano que passou, o ano de 2020 mais precisamente; e que para nós não vai deixar nenhuma saudade. Alguém tem dúvida? E por que 2021: Uma Odisseia fora do espaço e não 2021: Uma Odisseia no espaço? Porque o próprio ano de 2021 já nasceu carregado de incertezas, dúvidas, conflitos, agonia, medo, desesperança e outras mazelas que vêm atormentado o homem deste século; o homem que é capaz de ver tudo em torno de si, mas é incapaz de ver a si mesmo. Assim sendo, não é preciso ser intelectual para perceber que a espaçonave dos humanos não se encontra mais no espaço desejável e sonhado; o espaço das relações humanas que tornam a vida com significados mais precisos e nos tornam mais felizes, mais solidários. Odisseia (substantivo feminino) significa longa viagem marcada por aventuras, imprevistos, carregada de deslumbramentos e êxtases. Mas como neste ano de 2021, que já começa cheio de sombras e angústia, a Odisseia dos homens está fora do espaço, o espaço que constrói e reconstrói as boas relações humanas que tanto se precisa ultimamente. Nada se sabe sobre o decorrer de 2021 e, tampouco, sobre o seu final. Será que vai ser igual ao de 2020! É senso comum que a pandemia provocada pela Covid - 19, em 2020, colocou a vida dos humanos de cabeça para baixo; em transe. Mas não se deve esquecer que entre eles, crises, indiferença, intolerância e conflitos já existiam. Distanciamento social, falta de abraço, aperto de mão, contato e de outros comportamentos que tornam a vida fria, vazia e mecânica já dominavam muitos seres humanos. Estar próximo ao outro não necessariamente significa estar junto desse outro. A internet é fatal e imperdoável ao mostrar tudo, ou quase tudo. Ela já mostrou por diversas vezes grupos de pessoas reunidas em espaços, não para confraternização humana, aperto de mão e outros deleites da vida, mas para cada uma manipular seu aparelho celular e viajar pelo seu mundo frio, tecnológico e desumano. Estavam juntas, porém separadas. Vidas separadas. De qualquer forma, apesar de tanta dor, sofrimento e tantas perdas de vidas, lições ficarão. E a humanidade não será a mesma depois que tudo isso passar. O espaço da Odisseia do filme de Stanley Kubrick é o espaço constituído por planetas, estrelas e outros corpos celestes que se aliam e se afinam no universo (espaço cósmico), independentemente da trajetória percorrida por eles. O espaço da Odisseia dos humanos é bem inferior ao do filme de Kubrick, lamentavelmente. Você concorda ou discorda?

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