Orlindo Lopes
Em pé: Tufú, Maica, Edmilson, Jurandir, Ze Augusto, Carlinhos e Foca. Agachados: Itacaré, Tanajura, Dilermando, Eduardo Corró e Marcos.
Sem qualquer dúvida, Jequié sempre ocupou lugar de destaque no cenário esportivo do Estado da Bahia. Boa parte da grandeza e da qualidade do futebol amador da Bahia brotou das terras Jequieenses, sobretudo nas décadas de cinquenta e sessenta, quando essa importante cidade, a meu juízo, produziu a maior safra de valores do futebol dessas bandas, a ponto de formar um belíssimo time, que acabou conquistando uma série de torneios intermunicipais, e detendo a hegemonia interiorana por bom tempo, o que acabou impondo sua profissionalização, vindo a disputar campeonatos empolgantes, encarando times como Bahia, Vitória, Fluminense de Feira, Leônico, Galícia, entre outros, valendo ressaltar que, na estreia, bateu o tricolor de aço por três a um, no charmoso e imorredouro Aníbal Brito, com uma atuação com uma atuação memorável de Edmilson, Tufú, Carlinhos, Zé Augusto e Paiva, Maíca e Pelé Cotó, Zé do Bife, Tanajura, Dilermando e Marquinhos. Posso até me confundir na escalação, mas seguramente essa era a base daquele timaço. Gostaria de ressaltar ainda, nomes notáveis como Mauro, Bronzeado, Vavá, Bagana, Bajara, Bara, Vando Deteleão, Hugo, e pedir desculpas a alguém que ainda esteja entre nós e que, por falha de memória, deixei de citar.
Seleção de Jequié - Carlinhos, Tufú, Edmilson, Jurandir, Pelé Cotó e Igi. Agachados: Tanajura, Bara, Dilermando, Maneca e Marcos,
Estou me reportando
sobre esse jogo, porque não me recordo de ter visto outro igual, o futebol do
interior não pode proporcionar outro espetáculo daquela envergadura. Era um
privilégio assistir Maíca passear em campo e tratar a bola como se fosse dele
ela fosse, tendo a completar seu trabalho, o extraordinário Pelé Cotó, Tufú,
Carlinhos, Zé Augusto e Paiva, formaram um quarteto defensivo imbatível, e na
frente, o maestro Dilermando cuidando de criar, (e como criava!), alternativas
de um ataque arrasador, formado pelo franzino Zé do Bife, o artilheiro Tanajura
e, para mim, o maior porta esquerda amador de toda a Bahia em todos os tempos Marquinhos.
O goleiro, esse com certeza foi acometido de um mau que sempre assolou este
País, a injustiça. Edmilson, sem qualquer favor, foi, ao lado de Betinho, um
dos melhores goleiros da nossa história, e poderia ter atuado em qualquer clube
do futebol brasileiro.
Em fim, sem pretender
traçar qualquer paralelo, este time de Jequié, que, na verdade, era o Flamengo,
foi uma das mais gratas aparições aos meus olhos naqueles tempos.
Ser me permitirem os
meus amigos de Jequié, e se me perdoarem os que praticam hoje em dia, vou
continuar contando o que sei a respeito daquele futebol inesquecível, lindo e
saudável, com quem tive rápida e gratificante convivência.
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