Carlos Éden Meira
A página em branco.
O olhar fixo no vazio da página
forçando a mente, buscando
inspiração
para encher o espaço vazio,
com palavras que digam algo.
Frases coerentes que transmitam ideias,
mas, nada surge, nada flui.
Não há o que possa ser
transmitido
para aquele espaço em branco,
aquele nada absoluto.
Escrever... Mas, escrever o quê?
Uma crônica, um artigo, ou
versos?
É como se nada mais houvesse
para ser escrito. Tudo já foi
dito?
O maldito e o bendito?
O espaço vazio é deprimente,
é desconcertante.
É preciso escrever algo,
dizer verdades ou mesmo
saudáveis mentiras,
mas, escrever é preciso.
Escrever sobre sonhos e desejos,
fantasias.
Protestar contra injustiças,
escrever sobre alguma nova
ideologia “salvadora”,
questionar a vida e a morte...
Mas, infelizmente, nada de
inspiração,
nada de ideias, só o vazio da
página em branco,
ali, frio, desafiante,
desesperadamente vazio.
Vasculhar o fundo da mente,
buscar nas profundezas da alma
a inspiração precisa,
as palavras exatas, as frases
necessárias.
Vazia! A mente, tão absolutamente
vazia
quanto a página em branco.
É preciso então, demonstrar essa
deficiência,
essa incompetência da alma.
Confessar essa incapacidade
repentina
e inesperada para escrever,
dizer isto inclusive, por
escrito.
Por escrito?... Então, comecemos:
A página em branco.
O olhar fixo no vazio da página,
forçando a mente...
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