Projeto visa melhorar a qualidade de
vida e é voltado para ajudar as pessoas que não tem condições de pagar pelo
equipamento disponível no mercado atual.
Estudantes baianos desenvolvem prótese para pacientes amputados em
Jequié — Foto: Arquivo Pessoal
Os estudantes Túlio Calil e Mitale Mirele, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Jequié desenvolveram um projeto para pacientes amputados, inspirado no gosto por filmes, séries e animes.
O protótipo
funciona através de um leitor de impulso nervoso conectado no antebraço da
pessoa, que interpreta comandos e converte em posição para a prótese.
De acordo com Túlio
, a iniciativa é voltada para ajudar as pessoas que não tem condições de pagar
pelas próteses disponíveis no mercado atual. “Nosso produto é feito de sucatas
como PVC, nylon e correntes de bike. O diferencial no material permite a
possibilidade de utilizar tecnologia acessível e itens reciclados ou de menor
custo para construir as próteses e vender por um preço mais acessível”,
explicou.
Modelo da prótese que vai ser usada em pacientes amputados. — Foto:
Arquivo Pessoal
O protótipo, por meio da tecnologia, busca desenvolver soluções acessíveis em programação.
“Para um indivíduo com membro amputado ter a mínima chance de realizar
ações cotidianas como segurar um copo, caneta ou abrir uma porta, esse projeto
é um divisor de águas entre a desesperança e a esperança. Isso melhora a
autoestima, dá novas chances e consequentemente gera impactos psicológicos
positivos”, destacou Túlio.
Desenho inicial do projeto desenvolvido pelos estudantes — Foto: Arquivo
Pessoal
Tudo começou com a chance de participar da segunda edição do Campus Party, que aconteceu na Bahia, em maio de 2018. A professora Claudia Ribeiro conseguiu ingressos para os meninos realizarem o sonho de irem ao evento que é considerado o maior da área de tecnologia e inovação do país. “Então a gente queria levar algo para mostrar. Queríamos contribuir e retribuir o que ela fez por nós”, disse Tulio.
A iniciativa partiu
de Mitale em uma mensagem enviada para o estudante, perguntando se era possível
fazer uma mão robótica com R$ 50, que era o valor total que os dois tinham.
“Nos encontramos e planejamos a parte teórica de maneira rápida. Eu fiquei com
a parte da engenharia, criação, e fizemos os desenhos. Expliquei como
funcionaria a parte do impulso e saímos em busca de materiais para
confeccionar”.
Segundo os meninos,
a parte do planejamento foi a mais complicada. Eles queriam uma linguagem
acessível para programar e com ampla abertura para robótica. O orçamento
inicial foi de R$ 400, que eles não tinham, e precisavam arrecadar em menos de
cinco dias.
Recorremos às vaquinhas. Tivemos a ideia de fazer uma arrecadação e
saímos falando com professores do curso, mostrando o projeto e pedindo ajuda
para financiar, afirma Mitale.
Para dar
continuidade ao projeto, eles conseguiram arrecadar cerca de R$ 150, e o
restante foi financiado pela professora Mariana Lacerda, do curso de Enfermagem
da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Atualmente, o
projeto conta com o apoio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Software
(CPDS), da UESB. (G1 Bahia).
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