domingo, 21 de julho de 2019

PEDESTRE OU ATLETA?

                       Carlos Eden Meira
Nunca fui bom em esportes, nem nunca frenquentei academia de ginástica. Na minha idade, devo fazer exercícios físicos, caminhadas e coisas que tais, por recomendação médica. Entretanto, certas situações surpreendem quando por força das circunstâncias, descobri que aos 71 anos de idade, virei “atleta”. E para isso, não dependi de treinamento nenhum! Corri e saltei um obstáculo em poucos segundos, para alcançar o outro lado da rua, numa agilidade impulsionada pelo medo de ser atropelado por uma moto, num dos cruzamentos mais absurdos da cidade.
No citado cruzamento, ali na esquina da Rua Bertino Passos com a Avenida Rio Branco, quando o sinal fecha para quem desce a Bertino Passos, fica aberto para quem vem da Av. Rio Branco nos dois sentidos. Ora, se está fechado, o pedestre atravessa a rua, mas, estando aberto para quem vem da avenida, motoqueiros e motorista entram na Bertino Passos, sem um pingo de respeito ao pedestre que está atravessando, já que o sinal continua fechado. Obviamente, achei que sendo assim, tinha direito de atravessar a citada rua, quando fui surpreendido por uma moto, a qual “tirou um fino” em mim, obrigando-me a correr, e ainda saltar um inexplicável bloco de meio-fio, que fica vários centímetros, acima do nível normal, exatamente ali na perigosa esquina. Fiquei sem entender como fiz aquilo sem me esborrachar na calçada do outro lado, se tropeçasse no irregular trecho do meio-fio. Por pouco, não tropecei no tal bloco de pedra, o que certamente me valeria uma “canelada” dolorosa e terrivelmente contundente, ou até mesmo algumas fraturas.
Se o semáforo ali não é suficiente para regularizar aquela bagunça, poderia ter pelo menos um guarda de trânsito para orientar pedestres e motoristas. Já vi ali, cenas horrorosas. Por Exemplo: uma senhora idosa levando pacotes de compras, obedecendo ao sinal fechado, foi atravessar e caiu devido à pressa de um motorista que se achando o dono da rua, entrou na Bertino Passos velozmente, obrigando-a a correr, provocando a queda. Foi socorrida por um moto-taxista educado, que a ajudou a levantar-se, enquanto outros pedestres ajudavam a recolher os pacotes.
“I cross the streets withou fear…” (Eu atravesso as ruas sem medo...) Diz Caetano Veloso na letra de “London, London”. Aqui em Jequié, temos que dizer o contrário... Ou então criar um curso de atletismo de corrida com barreiras, para idosos.

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