J. B. Pessoa
Na mais terna infância de uma criança, quando ela começa a balbuciar suas primeiras palavras, percebendo possuir um pai e uma mãe; numa família divinamente constituída sob os rituais e dogmas de uma igreja cristã, ela se depara um uma singela palavra: Jesus! A criança se detém numa figura do livro sagrado ou na imagem de um homem crucificado, onde observa os componentes de sua família referenciando e adorando aquele singular representação. Então ela se rende àquele mistério e na amplitude daquela conjuntura, ela pergunta a si mesma: “Quem é ele?!” Antes que ela possa conceber uma racional percepção, ouve dos seus familiares: “Ele é o Filho de Deus que veio para nos salvar!”.
A criança cresce e passa pela adolescência
e se torna uma pessoa adulta. Contudo, no âmbito mais profundo do seu ser, uma
pergunta persiste: “Quem é ele?” Primeiramente ela procura a resposta na
religião em que nasceu. Entretanto, os conceitos evasivos, frutos de concepções
ortodoxas, não lhe persuade. Numa luta constante entre a fé a razão, suas
reflexões toma uma dimensão existencial.
Como um Pelegrino, ele busca respostas nas
doutrinas fundamentalistas de padres, pastores, rabinos, iatolás, e gurus,
percebendo então, que há vários deuses, ou seja: cada religião, com seus livros
sagrados, tem sua concepção pessoal de Deus. Como uma pessoa racional que prima
pela verdade, ela busca guarida na filosofia. Então descobre que, o pensamento
filosófico são reflexões racionais de vários pontos de vista, que se digladiam
em busca da verdade, a qual existe independentemente da ignorância humana.
À medida que os anos vão passando, a
criança, agora na condição de pessoa adulta, que constituiu uma família,
primando sempre pela religião, busca conforto entre ideias esotéricas e se
encontra diante de um Deus abstrato e outro humano. Ele percebe que o Deus
abstrato é uma ideia convencional e parece não ter consciência de si mesmo, e
que o Deus humano é misterioso e é formado por três pessoas, as quais são
iguais e distintas entre si, que criou o homem à sua imagem e semelhança.
A antiga criança, hoje uma pessoa idosa,
pergunta a si mesma: “Por que Jesus morreu para nos salvar?!” Emergida de uma
meditação profunda, a resposta veio à sua mente como um clarão revelador. “O
sofrimento de Jesus Cristo foi, antes de tudo, espiritual. Vós que sofreis o
infortúnio de ver um filho perdido, a ponto de se sacrificar por ele, imagine
Deus que é o pai da humanidade! Se queres entender o sofrimento de Jesus, então
multiplique o sofrimento que tu sentes pelo teu filho, pelo o que Deus sente
pela humanidade!” Então, a criança que vive no homem idoso, exclama para si
mesma: “Ah sim! Agora sei quem é Ele!”. ( J. B. Pessoa)
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