Charles Meira
ERTE (Escola Rural Taylor Egídio) |
Desde a
idade de sete anos, que Maria Joana levava seu filho para a igreja católica,
onde estudou o catecismo e fez a primeira comunhão. O menino ia aos domingos na
missa sempre contente, porque ia rever as meninas, colegas da escola ou ficar
na porta da igreja conversando com amigos; nunca ouvindo as mensagens pregadas
pelos padres. Na adolescência só pensava nas festas de Santo Antônio na
catedral, onde frequentava para namorar, nada de entrar na igreja para rezar e
acompanhar o trezenário do padroeiro da cidade. O adolescente apenas ouvia os
sacerdotes falar de Deus, mas nunca procurava saber quem era; não tinha
preocupação de conhecer Deus. Continuou com os mesmos pensamentos durante grande
parte da sua fase adulta.
Posteriormente
o jovem estudou, formou-se em eletrotécnica, conseguiu emprego em uma grande
empresa e depois de namorar uma jovem do município vizinho de Jequié - BA
durante dois anos casou-se. Os trabalhos executados na empresa que trabalhava eram
sempre realizados em outros municípios da região. Numa dessas programações de
trabalho, viajou para Jaguaquara - BA acompanhado de um eletricista da firma
para instalar uma medição na fazenda Taylor Egídio, que ficava localizada
próxima daquela cidade. Chegando ao local, foram atendidos pelo missionário
americano Jerry Smith com muita cortesia e simpatia. Sempre com a presença
agradável e alegre daquele senhor alto, aparentando mais de sessenta anos de
idade, já bem calvo, executaram o serviço. Passava do meio dia, quando foram
avisados que o almoço estava pronto. Quando entraram na casa, foram recebidos
pela esposa do Sr. Smith com sorriso e brilho nos olhos. O casal levou os funcionários
da empresa para a sala, onde permaneceram sentados aguardando o almoço ser
servido. O técnico ficou contemplando os móveis antigos, tapetes, cortinas e um
piano. Não demorou, a comida estava posta na mesa. Todos sentados, o Sr. Smith
pediu à sua esposa para orar agradecendo a Deus pela comida. Fizeram também como
os missionários: fecharam os olhos e baixaram as cabeças, enquanto o
agradecimento era feito com palavras que nunca tinham escutado antes. Depois do
almoço, tomaram um cafezinho bem forte e dialogaram um pouco sobre vários
assuntos relacionados com o campo. O técnico da empresa deixou de lado a vergonha
e perguntou ao Sr. Smith quem tocava o piano. A Senhora France Smith respondeu
executando com perfeição uma música que tinha uma melodia muito bonita. No
final da tarde, o eletrotécnico saiu da fazenda radiante com a maneira amável que
foi tratado. A semente plantada no coração daquele jovem, através do exemplo da
família Smith, contribuiu para acontecer uma grande mudança na vida dele. Na
fazenda Taylor Egídio, o horizonte se abriu e uma luz começou a brilhar,
iluminando a sua mente. Foi num lugar simples, com pessoas humildes, que aquele
técnico passou a sentir vontade de conhecer a Deus.
* Matéria publicada na "Revista Cotoxó" de Junho de 2017.
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