Charles Meira
No final do meu passeio matinal de um dia do mês de outubro, por acaso
encontrei o meu amigo Bené Sena na banca de revistas de Antônio, local também frequentado
pelos artistas jequieenses. Conversamos sobre assuntos diversos, entretanto a
matéria que estava escrevendo sobre Noca do Acordeom mereceu maior atenção. No final do bate-papo,Bené sugeriu que eu
fizesse também uma matéria com o artista plástico Jequieense Dicinho, atualmente
envolvido com um grande projeto Brasil/África.
No início de novembro, mantive contato telefônico com
Dicinho, falei do diálogo com Bené e da possibilidade de fazer uma matéria sobre
sua trajetória artística e seus novos projetos.Muito solícito, aceitou o meu pedido
e alguns dias depois enviou por e-mail os dados e fotos necessários para a realização do
trabalho.
Adilson Costa Carvalho (Dicinho) nasceu em 09/01/1945 na cidade de Jequié-BA. É
casado com Sônia Maria Santos Carvalho e tem dois filhos: Eduardo Santos
Carvalho e Carolina Santos Carvalho. Começou a se interessar pelas artes no ano
de 1967, época em que trabalhava no Banco da Bahia em Jequié e foi escolhido
pelo gerente para renovar o fichário do departamento de pessoal da agência.
Dicinho fez o trabalho com tanto esmero, que a agência foi elogiada e,após
fiscalização, o fichário foi considerado pela matriz como o mais bonito e
organizado de todas as agências do interior, deixando Dicinho com o ego muito
gordo
Dicinho a partir deste episódio e da saída do banco passou a dedicar-se ao mundo das artes. O nosso conterrâneo, em pouco tempo na nova profissão, pensou grande, foi morar e mostrar o seu talento em São Paulo, pois na sua terra natal não seria possível colocar em prática as tantas novas ideias que fluíam em sua mente.
Na capital paulista, as dificuldades foram muitas, porém depois de fazer a capa do disco da também baiana e famosa Gal Costa, do convite para executar em parceria com o amigo Edinízio o figurino de “Na Selva das Cidades”, texto de José Celso Martinez e pesquisa de Lina Bardi, que se tornou sua grande amiga e possibilitou a realização de outros trabalhos em São Paulo, fazendo o seu trabalho conhecido e reconhecido no meio artístico da metrópole paulistana. Em outra oportunidade, confeccionou um roupão para Jards Macalé se apresentar no Festival Internacional da Canção, fez a ambientação do show de Gal e Macalé no Teatro Oficina em São Paulo-SP e ainda participou discretamente de um filme de Fred Abreu, trabalhos que contribuíram para tornar Dicinho ainda mais conhecido no eixo Rio/São Paulo.
Dicinho a partir deste episódio e da saída do banco passou a dedicar-se ao mundo das artes. O nosso conterrâneo, em pouco tempo na nova profissão, pensou grande, foi morar e mostrar o seu talento em São Paulo, pois na sua terra natal não seria possível colocar em prática as tantas novas ideias que fluíam em sua mente.
Na capital paulista, as dificuldades foram muitas, porém depois de fazer a capa do disco da também baiana e famosa Gal Costa, do convite para executar em parceria com o amigo Edinízio o figurino de “Na Selva das Cidades”, texto de José Celso Martinez e pesquisa de Lina Bardi, que se tornou sua grande amiga e possibilitou a realização de outros trabalhos em São Paulo, fazendo o seu trabalho conhecido e reconhecido no meio artístico da metrópole paulistana. Em outra oportunidade, confeccionou um roupão para Jards Macalé se apresentar no Festival Internacional da Canção, fez a ambientação do show de Gal e Macalé no Teatro Oficina em São Paulo-SP e ainda participou discretamente de um filme de Fred Abreu, trabalhos que contribuíram para tornar Dicinho ainda mais conhecido no eixo Rio/São Paulo.
![]() |
Obra mais recente (Mulher Grávida) |
Trabalhos de Dicinho apresentados em
São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Jequié e no exterior:
Exposições individuais:
São Paulo-SP:Anunciação (Museu de
Artes de São Paulo), Animais (SESC Pompeia), Proveitosa Degustação (Galeria
Seta) e Espaço Aberto (SESC Vila Nova.
Salvador-BA:Fragmentos (Museu de Arte
Moderna – Solar União), Namorados Amantes Amigos (Hotel Meridien), Imã (Teatro
XVIII) e A Mão e a Água (Instituto Cultural Brasil Alemanha).
Jequié-BA: Dicinho Artes Visuais (Câmara
Municipal), Artes Visuais II (Galeria da Avenida Rio Branco) e Fina Flor
(Centro Cultural Antônio Carlos Magalhães).
.
|
Exposições Coletivas:
São Paulo-SP: Coletiva Carolina
Whitaker, 400 Anos de Arte e Antiguidades no Brasil (Salão Casa Vogue).
Salvador-BA: Bahia de Todas as Artes
(Centro de Convenções).
Tóquio: Expo-Brindes (Lina Bo Bardi).
Artes Gráficas (Capas de Discos):
Rio de Janeiro-RJ: Gal-Gal Costa (Som
Livre) e Cara Coração- Moraes Moreira (Som Livre).
Salvador-BA: Raposa Velha-Grupo
Instrumental.
Artes Gráficas (Ilustração de Jornais e
Revistas):
Rio de Janeiro-RJ: Jornal da Tarde,
Revista Pop, Revista Planeta, Livro-Proveitosa Degustação, A Flor do Mal, Editora José Olympio e Retrospectiva Ary
Quintella-Editora José Olympio.
Salvador-BA: O Arco e a Flecha – Luísa Viana,Revista Código – Antônio
Risério e Canjiquinha-Alegria da Capoeira-Fred
Abreu.
![]() |
Músico |
Execução de Figurino (Teatro):
São Paulo-SP: Na Selva das Cidades-Teatro
Oficina e O Dromedário
Elegante-Regina Boni.
Rio de Janeiro-RJ: Festival
Internacional da Canção-Jards Macalé.Decorações (Festas Cívicas e Populares):
Salvador-BA: Comemoração do Aniversário
de Salvador, Comemoração da Independência da Bahia eSemanabolição-Terreiro Ilê
Axé Opõ Afonjá.
Jequié-BA:Comemoração de Festa Junina.
Shows Musicais:
São Paulo-SP: Gal Costa e Jards Macalé-Teatro
Oficina.
Salvador-BA: Jimmy Cliff e Gilberto Gil-Fonte
Nova e Moraes Moreira-Teatro Castro Alves.
![]() |
Músico |
O artista plástico Dicinho ao longo
da sua carreira artística foi premiado pelo SESC - Pompéia, com a exposição
“Animais” e pelos “400 anos de arte e antiguidade no Brasil”– Salão Casa Volpi
– São Paulo – SP e elogiado por alguns dos maiores conhecedores de arte e
críticos do Brasil como: Lina Bardi, Matildes Matos, Narlan Matos e Antônio
Risério e Rogério Duarte que escreveu o seguinte texto para Dicinho:
Mestre Dicinho, O Ágora da Tropicália
Os afluentes da imagética de Dicinho
são os mais variados: vão desde vanguarda erudita do modernismo à arte popular.
Desde Ismael Neri, Volpi, Tarcila à cerâmica nordestina de Vitalino e a
escultura religiosa afro-brasileira. Por estas e outras razões, sua obra é
muito eclética, apesar da singularidade indiscutível de seu estilo pessoal.
Outras
razões são sua participação na grande revolução cultural do Tropicalismo, do
qual ele é atualmente o mais legítimo representante vivo.
Essas
considerações não contemplam o dado fundamental, para mim, que é a sua extrema
devoção ao “fazer artístico”, que confere aos seus trabalhos uma qualidade e um
refinamento incomparáveis na atual geração de artistas plásticos brasileiros.
![]() |
Árvore (Imbondeiro |
Dicinho hoje morando em Salvador
–BA continua trabalhando muito e tem vários projetos idealizados, sendo que
alguns em andamento, como a confecção da 4ª árvore (Imbomdeiro, uma árvore que
tem um valor sagrado para muitos africanos), confeccionada em aço inoxidável,
massa copaget e mede aproximadamente dois metros de altura,que depois de pronta
será transportada em container para a África, inclusive uma dessas árvores foi
presenteada pelo empresário Sergio Guerra ao presidente de Angola.
Dicinho hoje morando em Salvador
–BA continua trabalhando muito e tem vários projetos idealizados, sendo que
alguns em andamento, como a confecção da 4ª árvore (Imbomdeiro, uma árvore que
tem um valor sagrado para muitos africanos), confeccionada em aço inoxidável,
massa copaget e mede aproximadamente dois metros de altura,que depois de pronta
será transportada em container para a África, inclusive uma dessas árvores foi
presenteada pelo empresário Sergio Guerra ao presidente de Angola.
“Cortaram o pau do Gil (risos). Mas agora a Flora disse
ResponderExcluirque se pode usar”, brinca Caetano. “Quando O Demiurgo passou
no Museu de Arte Moderna, esperavam um filme de orgias, de
transgressões. E era o filme mais casto!”, lembra Jorge Mautner.
Verdade tropical: Túlio do Túlio Trio era um músico excepcional.
Dicinho (Adilson Carvalho), e Edinízio Ribeiro Primo, que morreu
afogado misteriosamente, eram grandes artistas que compunham
o exército inicial da Tropicália, e estão no ostracismo.