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Tranquilino Antônio de Souza |
Charles
Meira
Nasceu
em 4 de junho de 1883, na cidade de Maracás-BA. Filho de Marcionílio Antônio de
Souza e Francisca Meira de Souza.
O
primeiro casamento foi com Laura Marques da Silva, filha de Zezinho dos Laços,
depois de ficar viúvo casou-se com Maria Anália de Souza, filha de Lucas
Nogueira com quem teve quatro filhos.
Depois
da morte de Zezinho dos Laços, os encontros e tiroteios entre os “Cauaçus” e os
“Rabudos”, estes últimos comandados por Tranquilino, tanto em Jequié como em
Curral Novo, foram se tornando cada vez mais intensos, gerando um clima de medo
que se estendeu por toda região.
O clímax da
briga envolvendo Tranquilino e Silvino ocorreu durante os meses que antecederam
a Revolução de 30. O conflito entre os dois se agravou em abril de 1930, quando
dez homens de Tranquilino atacaram o caminhão de Silvino, nas proximidades da
Fazenda Babilônia. Depois de sustentar fogo com seus desafetos, Silvino
conseguiu escapar.
Nem tudo foi
tranqüilo na historia da agência do Banco do Brasil de Jequié. A situação mais
grave ocorreu durante a Revolução de 30, quando Jequié, contando com reduzido
destacamento policial, ficou à mercê de dois grupos de jagunços: o de
Tranquilino, que apoiava o governo de Washington Luís, e o de Silvino Araújo,
favorável aos revolucionários. Tranquilino chegou primeiro e pôs a cidade em
polvorosa, fazendo com que, no dia 24 de outubro, a administração local do
Banco do Brasil encaminhasse o seguinte telegrama à Superior Administração do
Banco:
“Noite
sábado passado cidade foi ameaçada
grupos
jagunços, estabelecendo grande susto.
Em
face falta polícia, cidade foi guarnecida
próprios
jagunços. Gerente foi
naquela
noite procurando sua casa por homens
suspeitos.
Por prudência havia se refugiado
com
família casa amigos. Por enquanto nada
registramos
lamentável”.
No dia seguinte a situação se agravou
com a tomada da estação ferroviária pelos cabras de Tranquilino, motivando a
expedição de mais um telegrama, dirigido ao governador do Estado, nos seguintes
termos:
“Cidade
infestada jagunços; famílias em
pânico;
acho-me refugiado. Apelo Vossa
Excelência
providenciar urgente
garantia
população em sobressalto”.
Felizmente,
na noite daquele dia chegou a Jequié a notícia da vitória dos revolucionários.
O povo ganhou as ruas em passeata acompanhada de discursos, banda de música e
pipocar de foguetes. Tranquilino e seus comandados deixaram Jequié levando dois
caminhões, transportando mais de cem jagunços.
Por ter o promotor público Constantino Souza
apresentado denuncia contra Silvino pelas cenas de violência e assaltos
perpetrados.
Não
tardou muito, uma bomba foi atirada sobre o telhado da residência do promotor
do Ministério Público. O atentado, entretanto foi atribuído a Tranquilino,
também citado pela Promotoria. Mesmo assim, ainda hoje perduram dúvidas sobre o
verdadeiro responsável pelo incidente.
Outro
atentado a Silvino ocorreu a 25 de outubro, ocasião em que o bando de
Tranquilino, chegando primeiro, ocupou Jequié. O trem de passageiros foi
atacado nas imediações da estação, sendo obrigado a recuar até Jaguaquara.
Avisado com antecedência, Silvino saltara antes. Durante os poucos dias em que
ocupou Jequié, Tranquilino e seus seguidores praticaram uma série de
arbitrariedades.
Apesar
disso, a cidade foi outra vez assediada por mais de cem jagunços de
Tranquilino, chefiados por seu lugar-tenente Cláudio Correia da Silva, que era
também tenente reformado d polícia militar. Aquartelados em Jequiezinho, os
sitiantes ameaçaram saquear impiedosamente a cidade, caso o juiz de direito não
fizesse a entrega de um processo-crime contra Tranquilino, que se encontrava no
cartório civil. Para poupar a população de novos dissabores, o processo foi
entregue, retirando-se os bandoleiros às 19 horas do dia 27, quando também
levaram dois caminhões.
No
dia seguinte, chegaria a Jequié o tenente Manoel Adolfo, à testa de trinta
praças antecipando-se à Força Revolucionária que aportaria pouco depois, tendo
como comandante o coronel João Faço.
O
Tenente Cláudio foi preso a 4 de novembro de 1930, enquanto Marcionílio e
Tranquilino, igualmente presos, chegaram a Jequié no dia 10 de novembro.
Tranquilino
fugiu para ser preso novamente, ofereceu resistência na Fazenda Gruta Baiana.
Os coronéis João Faço e Carlos Mena Barreto, depois do tiroteio que enfrentaram
contra trezentos homens, apreenderam mil e oitocentas armas de fogo e munição
para mais de setenta tiros.
Tranquilino
morreu em 21 de março de 1933 na cidade de Jequié, em conseqüência dos maus
tratos que recebeu na prisão.
Acredito que o meu avô José Feliciano de Oliveira, seria chefe desse bando do Tranquilino. Pois ele sumiu nessa época, e seu último aparecimento de seu nome , estava no início do processo em que Marcionilo era o reu de uma morte de um coronel, entretanto por forças políticas, ele foi inocentado, e alguns dos jaguncos foram condenados, mas já nesta sentença final, o nome do meu avô já não mais apareceu: suspeito ter sido assassinado no transmite do processo, por ter sido a testemunha chave deste assassinado de um coronel a mando do Marcionílio de Souza?
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