segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Rio das Contas, cenário dos grandes canoeiros indígenas e mestiços e do consagrado canoísta Isaquias Queiroz

canoagem cópia
                                                                                                             
O  Jussiape, nome indígena, Rio  São Julião, denominação dada pelos espanhóis que o percorreram antes da chegada de Cabral nas terras brasileiras e Rio das Contas ou Rio de Contas, como foi batizado pelos colonizadores portugueses, foi cenário dos  grandes canoeiros indígenas. Os índios das tribos cotoxós e mongoiós também conhecidos como camacãs eram excelentes fazedores de canoas e exímios canoeiros. Sabiam tanto  remar que tinham habilidade de guerrilhar em cima das canoas.O costume de produzir boas canoas e navegar no Rio das Contas foi herdado pelos caboclos, mulatos e cafuzos, que formaram a grande civilização do Vale do Rio das Contas. Os mestiços passaram a utilizar o velho Jussiape como uma das principais rotas comerciais de ligação entre  o litoral e o sertão, entre o baixo, o médio e o alto Rio das Contas, entre a Mata Atlântica, a Caatinga e a Mata de Cipó.  Frutas nativas, mercadorias  agrícolas e  produtos industriais eram transportados pelas canoas.
Canoeiros como Silvino do Curral Novo também utilizaram suas embarcações para salvar muita gente na enchente de 1914.    
Herdeiro dos canoeiros indígenas e mestiços, o canoísta  baiano de Ubaitaba, Isaquias Queiroz,   fazia seus trenos  nas canoas do Rio das Contas  e tornou-se  o  brasileiro mais vencedor em uma Olimpíada,   sendo  o porta-bandeira do Brasil na festa de encerramento dos jogos, realizada  na  noite deste domingo (21). Isaquias Queiroz recebeu o convite do Comitê Olímpico do Brasil depois de se tornar o primeiro atleta do país a ganhar três medalhas numa só Olimpíada. Nos jogos do Rio 2016, ele ganhou duas medalhas de prata e uma de bronze na canoagem.
Que a consagração de Isaquias Queiroz possa contribuir para  registrar a memória do velho Jussiape e chamar atenção  para a situação de degradação do Rio das Contas e  a necessidade de revitalizá-lo.   (Domingos Ailton)

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