Charles Meira
Num
local e data que no momento não consigo lembrar, me encontrei com Reinaldo
Pinheiro, prefeito de Jequié na época. Depois dos cumprimentos eu falei para
ele que a obra mais importante da sua administração era o shopping popular,
edificado no Centro de Abastecimento Vicente Grillo. O prefeito chamou um dos
seus secretários e repetiu o que eu havia lhe dito, dando a entender que eles
também tinham a mesma opinião. No bate-papo, expliquei ao prefeito o motivo por
que considerava aquela a mais importante obra da sua administração. Com a
construção do shopping popular e a transferência dos ambulantes, um novo visual
foi dado às ruas do centro da nossa cidade. As calçadas e canteiros foram devolvidos
para os pedestres e mais espaços foram criados para estacionamentos de veículos.
Elogiei os critérios utilizados para a transferência deles pelo fato de ter
sido bastante discutida e depois aprovada pelas partes.
Alguns dias depois desta conversa, me
encontrei com o amigo Val Rodrigues e falei da minha satisfação e alegria de
ver as ruas centrais despoluídas, sem barracas nas calçadas e nos canteiros.
Ele me ouviu atentamente e para minha tristeza me disse que em pouco tempo tudo
iria voltar a ser como antes. Questionei e não concordei com a opinião pra
baixo do meu conterrâneo.
Dois anos, não sei precisar exatamente,
já se passaram desta conversa que tive com Val Rodrigues e para minha tristeza
e indignação comecei a perceber o retorno de algumas pessoas com uma caixa num
cantinho, uma mesa noutra esquina, telas de ferro encostadas nas paredes das
lojas, mercadorias no chão. Não era um sonho, realmente eles estavam voltando.
As rádios,
os jornais, as revistas começaram a alertar o prefeito Luiz Amaral de que os
comerciantes informais estavam retornado para as ruas do centro. Porém nenhuma
medida enérgica e urgente foi tomada para solucionar o problema que estava
instalado. Hoje, com um número bem maior,
acredito que ficou mais difícil de conter a volta dos ambulantes.
Agora fico a pensar e a perguntar. Será
que vai começar tudo de novo? Conversas, negociações, reuniões para decidir
onde colocar estes novos ou, os mesmos ambulantes que retornaram? E enquanto
isso nós teremos que conviver com aquele problema que tanto desagrada a nossa
população? Muito revoltante.
Triste e bastante aborrecido, mas vou ter que
dar a mão a palmatória e dizer que Val Rodrigues estava certo. Infelizmente.
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