O Teatro Municipal de Jequié (Palácio das Artes), cujo prédio foi incorporado ao patrimônio público municipal na administração do ex-prefeito Reinaldo Pinheiro, com o propósito principal de acolher a produção cultural local, tem sido alvo de frequentes queixas da classe artística alegando que o espaço está sendo locado pela Prefeitura de Jequié apenas para eventos corporativos e, principalmente, formaturas.
Uma fonte revelou ao blog Enfoque Cultural, na manhã desta quinta-feira (16/10), que a maior parte dos finais de semana do mês de janeiro de 2015 já está comprometida com à realização de formaturas, especialmente, por uma Universidade particular. Em contato com o blog, a fonte – que pediu não ter o seu nome revelado – ponderou que, além da ausência de apoio público à cultura local, nem mesmo o espaço que deveria abrigar a produção artística está disponível, caracterizando, em sua opinião, total descontrole na gestão.
A fonte declarou, ainda, que tentou por duas vezes falar com o secretário de Cultura e Turismo (responsável pelo teatro) para questioná-lo sobre o problema, entretanto, em uma das suas idas ao órgão, apesar do titular da pasta se encontrar no posto de trabalho, foram criadas dificuldades de acesso por um (a) servidor (a) que, após interfonar para alguém, teria inviabilizado o diálogo motivando a desistência do cidadão.
Antes do fechamento da matéria, o blog Enfoque Cultural ouviu o atual coordenador do teatro, Antônio Augusto Leal (Tatu Leal), nos informando que “o Teatro Municipal, apesar de se encontrar com a estrutura física e técnica comprometida, existe para servir à comunidade de modo geral, portanto, não podemos ficar escolhendo o que vamos agendar”. Ainda de acordo com Tatu, “se os artistas não ocupam as pautas com certo prazo de antecedência, a gestão do espaço não pode se negar a agendar outros tipos de eventos ficando, portanto, à espera dos artistas”, explicou depois de ter negado a ocupação do teatro em todos os finais de semana.
Em relação à dificuldade de acesso ao secretário de Cultura (narrada pelo artista), a título de informação adicional aos servidores (as) adeptos da prática de dificultar o atendimento aos usuários do serviço público, apresentamos o que diz a Lei Federal nº 1.171/94 – Das Regras Deontológicas (apesar de vigorar no âmbito do Poder Executivo Federal): “X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos”. (Enfoque Cultural)
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