Charles Meira
Na manhã de quatro de março deste
ano, estive com o Pr. Juscelino Guimarães visitando o SERLIVRE (SERVIÇO DE
RECUPERAÇÃO E LIBERTAÇÃO DE VICIADOS EM DROGAS), localizado no Loteamento Chácaras Alvorada, Quadra M, Lote 1 e 2, Jequiezinho, que foi adquirido no ano de 1992 mediante um leilão
bancário e que no dia 31 de março de 1996 foi inaugurado.
Enquanto Juscelino abria a cancela
para adentrarmos, tirei uma foto de uma placa fixada na entrada da chácara que
continha a seguinte frase: “Aqui estão os fortes, os fracos desistiram. Os
covardes nem tentaram e os medrosos ficaram em casa”, que fica próxima do apiário
da instituição, onde é produzido mel de alta qualidade, colhido de quatro em
quatro meses, embalado em vasilhames com rótulos e posteriormente vendido quando
da visita dos familiares, recurso que é utilizado no sustento do SERLIVRE.
Seguimos até a sede, onde somente
prevalece a Natureza. Ali encontramos o obreiro Alex Muniz e começamos a
visitar todo o espaço que compreende o centro de recuperação. Quando estávamos
conhecendo um Quiosque, espaço aberto, construído com estrutura de madeira rústica
e coberto com telhas de cerâmica, contendo bancos e um púlpito de madeira, construído
com uma oferta financeira de um empresário da cidade, fiquei um pouco de tempo
conversando com Juscelino sobre as normas internas do SERLIVRE. No bate-papo, fui informado de que a instituição, quando do
internamento das pessoas interessadas, o obreiro Alex Muniz responsável, comunica
as normas através de uma entrevista. Da duração de sete meses do período de
internação, das visitas familiares e de responsáveis durante o período, que acontecem
no segundo domingo do mês, exceto em dezembro, quando da confraternização de
Natal. Dos cultos que acontecem pela manhã, tarde e noite, dirigidos pelo
coordenador interno Marcos Paulo e os cuidadores Alex Muniz e Paulo dos Santos com
a presença de igrejas da cidade, nas terças tem o culto do aluno, coordenado
pelos internados, e nos domingos, quando acontecem as visitas. Encerrando a
conversa falou do culto de despedida, cerimônia com palavras do pregador de
incentivo aos formandos e a festa de devolução dos mesmos aos seus familiares,
que acontecem quando os alunos completam os sete meses na instituição.
Depois desta aula de direitos e
deveres, visitamos o local onde funciona o curso de Informática, sala que possui quatro computadores, doados por empresas da
cidade. O curso funciona de segunda a sexta-feira no horário das 14h às 16h, orientado
por Alan de Jesus, professor que atende voluntariamente na instituição. No
final do curso é fornecido o certificado.
Ao lado do quiosque, fiquei sabendo que o SERLIVRE serve
de subsídios para colégios, faculdades, universidades elaborarem teses, monografias
e mestrado referentes ao trabalho do tratamento de drogas. Realiza também
palestras nas escolas, fábricas e CIPAS sobre drogas e participa de entrevistas
em rádios, televisão e jornais de Jequié e toda a região. Possui dois alojamentos, contendo dez quartos,
cabendo em cada um três alunos e para os obreiros e auxiliares tem dois
quartos, contendo em cada um duas camas. O centro de recuperação tem capacidade
para abrigar trinta pessoas, porém hoje possui somente vinte.
Sempre visualizando coisas que fazem parte da natureza como: mangueiras, coqueiros,
serigueleiras, bananeiras , aceroleiras, cacaueiros, goiabeiras, jenipapeiros, juazeiros,
jamelãozeiros, e outras arvores nativas, seguimos até o local onde foi
instalada a padaria. Juscelino mostrou cada máquina existente no local, sua
função e contou um pouco da história da compra daqueles equipamentos, que foram
pagos com muitas dificuldades. Na padaria são produzidos oitocentos pães
semanalmente, feitos na quarta, na sexta ou no sábado (sempre doce, pois é o que tem maior duração), que
são confeccionados pelos padeiros Alexandre e Rafael, exclusivamente para o
consumo interno do centro de recuperação. Um dado importante é que desde 2010,
todo o material utilizado para confeccionar o pão é fornecido pelo empresário
José Marcos, proprietário da Padaria São José. Explicou também o diretor que o
aprendizado desta profissão na instituição será útil, quando deixarem o
internamento. A próxima visita foi à cozinha, setor que fica coladinho com a padaria,
instalada num pequeno espaço, onde tem um armário contendo algumas vasilhas, umas
panelas penduradas na parede, uma mesa de ferro, local utilizado pelos
cozinheiros Hudson e Sérgio de Jesus para preparar o chá e a merenda, e um fogão,
que funciona à base de lenha, onde é feito o almoço e o jantar dos internados,
com alimentos fornecidos voluntariamente pelas igrejas, o comércio, fábricas,
prefeitura e vereadores da nossa comunidade. Sem descanso prosseguimos e
passamos por uma área desmatada do SERLIVRE, entretanto, muito bonita, local onde
foram construídos, pelos alunos, vários aparelhos de ginástica, que são usados
para exercitá-los de segunda a sexta-feira no período das 17h às 18h e nos
sábados e feriados das 14h às 18h. Depois da obra de criatividade feita pelos
internos, fiquei conhecendo o criatório de suínos e o jovem Sérgio, que cuida
muito bem do espaço, que é diariamente higienizado durante o período das
manhãs. A criação de suínos é usada para manutenção do centro de recuperação e
algumas vezes vendida para suprir as suas necessidades financeiras. Não
precisou nem o Pr. Juscelino falar os próximos pontos de visitação, pois estavam
bem na nossa frente. Primeiro contemplamos uma grande lagoa, que segundo o
diretor em breve será revitalizada para criar peixes para o consumo da casa e para
pescá-los com varas, uma terapia para o corpo, e depois visualizamos na parte
alta desta área um campo de futebol gramado, utilizado como lazer pelo pessoal
nos sábados e feriados das 17h às 18h. Os gritos de Diego, que chegava tangendo
as cabras e os bodes, atraíram nossos olhares para outro espaço existente no
SERLIVRE, usado para criar, reproduzir e abater quando necessário estes animais,
que são doados pela população. Atividade que Igualmente acontece ao lado com as
aves existentes na instituição, cuidadas por Hélio, porém num local em que o ambiente
é adequado para sobrevivência delas e mais um espaço de terapia para os internados.
As horas passavam rapidamente, entretanto não percebíamos devido ao
encantamento daquele local, de um enorme significado para o nosso município.
Passamos na frente da casa em que antigamente os cultos eram realizados e
chegamos à horta, carinhosamente cuidada pelas mãos do Sr. José Leite, onde são
plantados e regados pela manhã e no final da tarde: alface, coentro, cebolinha,
quiabo, tomate e vários tipos de plantas para fazer chás. Todo o plantio é
usado para o consumo interno do centro de recuperação. Antes de terminar esta
visita, passamos no local onde Nivaldo corta o cabelo do pessoal, e eles já estavam
na fila para o almoço, ordeiramente,
sentaram-se e, após a oração de praxe,
serviram-se alegremente. Segundo o diretor, se necessário, eles podem repetir os
pratos até acabar o alimento feito para aquele dia.
Finalizamos a visita no Quiosque com a presença dos companheiros
em recuperação, depois da palavra do Pr. Juscelino Guimarães, de meus
agradecimentos, cantando uma música a pedido do pessoal e também de fazer uma
oração.
OBS.: Caso deseje obter mais informações, ou conhecer pessoalmente esta obra, entre em contato pelos telefones: (73) 3525-5164 / (73)8829-4712 E-mail: ser.livre@hotmail.com
Para fazer qualquer doação em dinheiro: SERLIVRE (SERVIÇO DE
RECUPERAÇÃO E LIBERTAÇÃO DE VICIADOS EM DROGAS).
Banco do Brasil Agência – 0060-4
Conta Corrente – 16925-0
Banco do Brasil Agência – 0060-4
Conta Corrente – 16925-0
Texto publicado na Revista COTOXÓ de maio 2014.
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