quarta-feira, 24 de abril de 2013

ESPERANDO A POEIRA ASSENTAR



                                                     Carlos Éden Meira


Vi uma reportagem na TV referindo-se à prisão de um ex-prefeito do Maranhão, acusado de enriquecimento ilícito, além de outras falcatruas. As “facilidades” foram tantas durante sua administração, que o tal prefeito adquiriu bens valiosíssimos, dentre eles, um colar de ouro maciço, comprovadamente adquirido com dinheiro público, conforme a tal reportagem. Não há nada de novo nisso aí é claro, pois, há algum tempo, a imprensa vem divulgando notícias sobre movimentos populares em alguns municípios brasileiros, repudiando ex-prefeitos que não se reelegeram e fugiram da cidade sem pagar ninguém, deixando os cofres municipais vazios e a população “no mato sem cachorro”, (com todo respeito aos cachorros, animais considerados como os melhores amigos dos seus donos).
Numa dessas localidades, a população chegou a depredar a casa do ex-prefeito que a essa altura dos fatos, já estava “pra lá da casa do chapéu”, se é que chapéu tem casa. Desde que me entendi por eleitor, tenho ouvido casos de prefeitos e outras figuras políticas em todos os níveis, serem acusados nos meios de comunicação, das mais torpes irregularidades administrativas, jurídicas ou legislativas. Acusações mantidas, às vezes, com provas consideradas irrefutáveis, e com o passar do tempo, tudo cai em total esquecimento. O sujeito costuma ficar por aí mesmo, esperando a poeira assentar, para mais tarde ir desfrutar dos bens adquiridos através de suas gatunagens, a maioria da população continua a viver dependente de salários aviltantes, e as cidades carentes dos mais básicos benefícios e serviços públicos.
Entretanto, podemos perceber pelos noticiários a que me referi, que o povo já começa a sair do marasmo e a tomar alguma atitude. Talvez em breve, esses malfeitores engravatados comecem a pensar um pouquinho mais, antes de se envolver em maracutaias.  Terão que compreender que o povo já não é mais tão ingênuo como foi no passado. Terão, no mínimo, que concluir suas gestões pagando suas dívidas direitinho, para não ter que sair correndo da cidade vergonhosamente, com o povão gritando atrás: “pega o ladrão!” Será? Difícil acreditar, mas, é preciso não perder as esperanças. Aqui em Jequié, boa parte da população espera com certa ansiedade, que a atual administração municipal tenha autonomia, independência, boa vontade, e que ainda possa fazer algo para pelo menos amenizar os prejuízos que os maléficos efeitos da politicagem veem causando há anos, às administrações passadas, retardando assim, o progresso do nosso município.
*Carlos Éden Meira – jornalista e cartunista

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