Por
Carlos Eden Meira*
Sabemos perfeitamente, que grande
parte das elites de uma nação é composta de homens empreendedores,
profissionais e empresários honestos e dinâmicos, dos quais depende o sucesso
da economia e consequentemente, o desenvolvimento e o progresso de uma
sociedade democrática. No entanto, a inversão de valores deflagrada a partir da
apologia à “esperteza”, quando a falta de escrúpulos é requisito “imprescindível”
para alcançar sucesso em quaisquer empreendimentos, graças à abjeta simbiose
entre políticos e empresários desonestos, forma-se assim, uma elite corrupta.
É este tipo de elite corrupta que
representa certa parte da classe dominante, em que o chamado capitalismo
selvagem mantem o abismo social entre ricos e miseráveis, gerando
enormes contradições sociais que resultam no descrédito nas instituições ditas
democráticas. Quando enormes massas de cidadãos trabalhadores, cumpridores dos
seus deveres, veem-se maltratados e humilhados no momento de cobrar seus
direitos, enquanto indivíduos que enriqueceram na base da safadeza e da
calhordice alcançam os mais altos patamares da sociedade, vivendo uma vida luxuosa,
usufruindo dos benefícios que deveriam estar ao alcance de todos, sem distinção
de classe, cria-se o ambiente favorável aos movimentos revolucionários que ao
longo da história, derramaram muito sangue, trazendo dor e sofrimento para
milhões de pessoas, muitas das quais, crianças inocentes e intelectuais pacifistas
que criticavam os excessos cometidos pelos revoltosos, que depois de vitoriosos
acabaram também, cometendo atos de violência e injustiça, durante os momentos cruciais
da construção da nova ordem estabelecida, como sempre.
A Revolução Francesa de 1789 e a
Revolução Russa de 1917 foram consequências e claros exemplos das reações
populares aos descasos, indiferença e insensibilidade das classes dominantes
corruptas, que aliadas a políticos poderosos, cometeram toda sorte de
injustiças e abusos de poder. Tais abusos chegavam aos absurdos de degradação
moral e físicas das populações escravizadas a um sistema brutal e desumano,
muito parecido com o que ainda ocorre em algumas regiões de países do chamado
terceiro mundo. As notícias diárias na imprensa nos dão conta de atos de
cinismo de homens públicos, que escarnecem da população afrontando-a com seus
abusos de poder, e franca impunidade para seus crimes e de seus protegidos.
Malfeitores ricos dispõem de batalhões
de advogados para defendê-los, buscando nas brechas de leis caducas e
equivocadas, os meios “legais” para mantê-los impunes, dando nojentas
declarações na imprensa que nos provocam ânsia de vômito. Nessas declarações,
eles usam e abusam dos Direitos Humanos, como base para justificar suas
nauseabundas ações na justiça. Triste é o futuro de uma nação que tem seus
códigos de leis deturpados e distorcidos no interesse de uma minoria de
canalhas hipócritas, em detrimento dos direitos da enorme massa dos excluídos.
Carlos
Éden Meira – jornalista e cartunista
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