A comunidade compareceu em grande número na Câmara. Foto: Gicult
O plenário da Câmara de Vereadores de Jequié ficou lotado, na Audiência Pública, na noite desta quinta-feira 28 para discutir a proposta do governo do estado de transferir a maternidade do HGPV para a Santa Casa da Misericórdia, no bairro São Judas Tadeu. Com a mesa de abertura composta por várias autoridades, como o superintendente estadual de saúde, Alfredo Boa Sorte, o vereador Josué Menezes convidou a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Rita Rodrigues, para fazer a exposição inicial sobre o assunto. De início, ela afirmou que a proposta não foi discutida com a comunidade e o conselho. Segundo Rita, o povo e seus representantes precisam ser ouvidos sobre a questão. Mesmo assim, apresentou posicionamento contrário à transferência.
Os outros participantes da mesa também apresentaram suas opiniões sobre o tema. O presidente do Conselho Comunitário, Dr. Maurício Cavalcante, fez vários questionamentos sobre o projeto, sua viabilidade e o enfraquecimento das ações públicas do governo da Bahia numa área tão importante. Logo em seguida, o sr. Alfredo falou que está havendo desinformação sobre o assunto, pois o governo quer ampliar serviço do hospital, inclusive haverá uma grande ampliação da estrutura física do HGPV, e a mudança da maternidade será feita com critério e responsabilidade. Mesmo assim, todas as ponderações serão levadas em conta. Alfredo disse, também, que a gestão do governador Wagner tem compromisso com a saúde, pois já investe 14% no setor, acima dos 8% do que determina a lei. Em seguida, o Sr. Silvio Vasconcelos, representante da Santa Casa, falou que a instituição está preparada para cumprir a parceria com o estado e assumir a atribuições de atender as parturientes, como faz o HGPV há muitos anos. Disse, também, que as adequações e ampliação dos equipamentos e leitos com UTI serão realizados de acordo com a demanda. Sobre o deslocamento para o local, a direção da unidade vai providenciar um veículo modelo Van para levar os pacientes, enquanto se providencia o transporte coletivo regular para o bairro.
Após os pronunciamentos iniciais, a direção dos trabalhos convidou a professora da UESB Ivone Nery, do Departamento de Saúde, para fazer sua explanação sobre o assunto. A docente fez um histórico da criação da Maternidade do HGPV, o envolvimento da universidade e a importância deste setor para o atendimento da mulher e a humanização deste serviço, já feito pelo hospital. Para a professora, o setor público da área de saúde precisa ser ampliado e receber mais investimentos.
Logo em seguida, a palavra foi passada para os vereadores, que compareceram em grande número ao evento. Todos que se pronunciaram foram contrários ao fechamento da Maternidade do HGPV e criticaram o governador Jaques Wagner pelo fato de investir pouco em Jequié. Defenderam, como os edis Chico de Alfredo e Joaquim Caires, um hospital da mulher e a construção de outro hospital para ampliar o serviço de saúde do estado na região. Falaram que a Santa Casa é importante, mas ela deveria servir para acrescentar o serviço na parceria e não substituir as atribuições do estado. Segundo o vereador José Simões, presidente da Câmara, a comunidade, as lideranças políticas de Jequié e região vão querer reabrir a discussão com o secretário de saúde e o governador antes que a transferência aconteça, já marcada para dia 18 de março. No final, o represenante do governo aceitou a proposta de se suspender o projeto de mudança da Maternidade para se estabelecer um debate maior sobre o assunto. (Gicult)
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